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China projeta seu primeiro canhão eletromagnético para lançar naves espaciais de maneira inovadora

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 28/05/2024 às 06:36
China projeta seu primeiro canhão eletromagnético para lançar naves espaciais de maneira inovadora
Foto: Ilustração de canhão eletromagnético/Dall-e

China desenvolve projeto inovador que pode revolucionar o setor aeroespacial: canhão eletromagnético promete baratear o lançamento de foguetes.

Os cientistas chineses estão desenvolvendo soluções inovadoras para o lançamento de foguetes espaciais. Uma dessas soluções é a construção de um canhão eletromagnético, que está em constante evolução. O esforço contínuo para alcançar novos avanços faz com que a China explore novas formas de lançar suas naves espaciais.

Canhão eletromagnético da China já foi idealizado em 1918

O projeto em que estão desenvolvendo é nada menos que futurista e consiste na construção de um enorme canhão eletromagnético, ou railgun, capaz de disparar veículos de 50 toneladas para o espaço a uma velocidade de 1.957 quilômetros por hora, ou Mach 1,6. Os canhões eletromagnéticos exploram o eletromagnetismo para que seja possível disparar objetos mesmo a velocidades bastante elevadas.

Na realidade, este tipo de instrumento possui uma história de mais de um século. De fato, o primeiro projeto deste tipo foi realizado em 1918 pelo inventor francês Louis Octave Fauchon-Villeplee e tinha obviamente objetivos bélicos. Esse primeiro protótipo de canhão elétrico era constituído por duas hastes condutores paralelas ligadas pelas asas de um projétil.

Todo esse dispositivo era então completamente rodeado por um campo magnético. Ao longo dos anos, essa ideia foi retomada diversas vezes. Por exemplo, durante a Segunda Guerra Mundial, foi explorada pelo alemão Joachim Hansler para conceber um canhão antiaéreo elétrico. Ainda hoje, esse tipo de tecnologia continua a ser explorado quase exclusivamente pelas forças armadas de vários países.

Agora, a China está tentando adaptá-la para utilização em astrofísica. Claramente, há algumas modificações a serem feitas: o projeto original era destinado a disparar contra objetos consideravelmente menores e mais leves do que uma nave espacial. Esses objetos podiam, dessa forma, alcançar velocidades muito maiores do que as de uma nave de 50 toneladas.

Canhão eletromagnético da China já conta com mais de 10 anos de estudos

O projeto do canhão eletromagnético da China foi iniciado para evitar os enormes custos dos foguetes tradicionais usados até então e, apesar de ainda se encontrar em uma fase experimental, está ativo desde 2016.

O projeto passou a se chamar de Tengyun e é, atualmente, o único projeto deste tipo no mundo, não porque ninguém tenha pensado antes em utilizações alternativas para este tipo de tecnologia, mas sim porque aqueles que anteriormente decidiram fazer um projeto semelhante tiveram de desistir e descontinuar o projeto devido aos custos muito elevados e à falta de resultados realmente exploráveis em outros contextos.

Hoje, após quase 10 anos de estudos, a China continua a prosseguir seu trabalho de investigação em seu canhão eletromagnético, acreditando na possibilidade de desenvolver um dispositivo capaz de lançar uma nave no espaço utilizando predominantemente a propulsão eletromagnética.

Vale mencionar que o desenvolvimento do canhão eletromagnético da China não dispensa completamente o uso de combustível, que é indispensável para os foguetes espaciais atualmente, mas demanda quantidades incrivelmente menores.

Projeto pode lançar foguetes até 50 vezes mais barato

O uso do canhão eletromagnético da China reduziria o consumo de combustível e os custos de lançamento a uma fração do preço normal. A China planeja alcançar o preço de US$ 60 por cada kg de carga, segundo informa o portal South China Morning Post. Isso é 50 vezes menos que o custo dos lançamentos a bordo de um SpaceX Falcon 9, que custa cerca de US$ 3 mil por kg.

A China já construiu uma pista de testes de 2 km de extensão na cidade de Datong, província de Shanxi. É a instalação de levitação magnética de alta velocidade mais ambiciosa do planeta, segundo o jornal de Hong Kong. Em sua configuração atual, ele pode alavancar um objeto pesado a velocidades próximas de 1.000 km/h. A ideia é expandir sua extensão para alcançar 5 mil km/h.

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Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

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