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Caso eleito, Lula irá retomar construções de plataformas de petróleo da Petrobras no Brasil e depender menos da construção naval asiática?

Escrito por Junior Aguiar
Publicado em 08/10/2022 às 18:25
Atualizado em 09/10/2022 às 09:10
Lula poderá retomar construção de plataformas de petróleo da Petrobras caso seja eleito em 2022 no Brasil
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Desde a derrocada do setor naval no Brasil devido aos escândalos de corrupção, a Petrobras decidiu encomendar plataformas de petróleo e navios entre outros equipamentos do continente asiático.

Pelo menos 14 plataformas de petróleo devem ser colocadas em operação pela Petrobras na Bacia de Campos, entre a costa norte do Rio de Janeiro e litoral sul do Espírito Santo, e em Santos, em São Paulo, até o ano de 2026. De todas essas plataformas, 10 foram encomendadas no exterior, sendo 7 na China, 2 em Singapura e 1 na Coreia do Sul. Lula

A transferência de construções de plataformas de petróleo faz parte da política do governo do atual governo, que tem como objetivo autonomia e não-interferência nas diretrizes administrativas da estatal. O que sempre causou críticas, pois decidir pela diminuição do conteúdo local, acabou impossibilitando a geração de novos empregos na construção naval do Brasil, dado que encomendas de plataformas de petróleo na Ásia são muito mais baratas. De acordo com um levantamento do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), cada bilhão investido na construção de uma nova plataforma, é possível gerar 26,3 mil empregos.

Só a FPSO Maria Quitéria, que tem previsão de operar no final de 2024 na área capixaba da Bacia de Campos, com capacidade de produção de 100 mil barris de óleo e cinco milhões de metros cúbicos de gás natural por dia, tem investimento calculado de R$ 5,6 bilhões, gerando mais de 148 mil empregos na Ásia. Esse é o projeto mais aguardado para a região do Espírito Santo. Lula

É fato que os escândalos de corrupção, revelados pela operação Lava Jato, fez a indústria naval do Brasil afundar. Até 2015, o setor celebrava encomendas bilionárias. Agora, Brasil enfrenta o encolhimento que contribui para a alta taxa de desemprego do país, correspondendo a mais 10 milhões de pessoas.

Os estaleiros brasileiros empregam hoje cerca de 21,4 mil trabalhadores, distante longe do auge de 2014 quando eram mais de 82,4 mil empregados, segundo estatísticas do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval).

O que fazer para o Brasil voltar ao auge da produção naval?

Neste ano de eleições presidenciais, um dos assuntos de embate político principal foi o preço dos combustíveis no Brasil. A gasolina, combustível derivado do petróleo mais usado no país, chegou a custar R$ 7,39 o litro no final de junho. A partir de julho, os preços tiveram quedas de 8,4% no acumulado do ano. O que fez a sociedade questionar que se caso Lula fosse eleito em 2022, o projeto da refinaria Comperj da Petrobras poderia ser retomado ou não.

Em se tratando do setor naval, pouco tem se falado. Para os petroleiros do Brasil, o caminho para que a indústria naval reviva com força é a retomada da produção nacional. Ou seja, é necessário que as encomendas de plataformas de petróleo e outros equipamentos da indústria aconteçam no mercado brasileiro.

Portanto, o próximo presidente do Brasil deve trabalhar para que a Petrobras volte a ter uma política de contemplação da indústria local e realizasse mudanças na sua estratégia empresarial. Assim, a estatal ampliaria sua contribuição efetiva de seu papel no desenvolvimento econômico do país.

A questão é quem estaria disposto a trabalhar nisso? Bolsonaro, que nos últimos anos preferiu não intervir nas políticas administrativas da Petrobras e deixar ela encomendar plataformas dos orientais baseado nos possíveis custos que a estatal poderia ter, ou Lula, que carrega uma descredibilidade de parte do empresariado do setor?

Retomada das encomendas é uma demanda da categoria 

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) apresentou à chapa Lula-Alckmin sua proposta de retomada de encomendas para o setor naval no mercado brasileiro.

Entre as propostas da categoria, estão ainda mudanças na estratégia empresarial da Petrobras e sua relação com o setor privado, principalmente nos segmentos nos quais a fez com que aumentasse a fragilidade do parque produtivo nacional devido à saída da Petrobras nas participações.

“O setor energético envolve não apenas a indústria de Óleo e Gás (O&G), mas um extenso conjunto de indústrias cuja renda está atrelada a esse segmento. Isso significa que as políticas específicas de exploração e produção, refino, gás e renováveis devem passar por transformações para lidar com inúmeros desafios como a destruição de clusters locais com a saída da Petrobrás; a desverticalização de cadeias produtivas; altas de preços de combustíveis; e a dependência de importações, entre outros”, destaca o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar.

Junior Aguiar

Jornalista, formado pela Universidade Católica de Pernambuco | Produtor de conteúdo web, analista, estrategista e entusiasta em comunicação.

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