Por onde andam Caloi, Monark e Ceci? Relembre as marcas de bicicletas que marcaram a infância e veja como estão hoje.
Durante décadas, marcas como Caloi, Monark e Ceci não foram apenas líderes de mercado — elas foram parte inseparável da infância de gerações de brasileiros.
Em uma época em que sair de bicicleta pelas ruas era sinônimo de liberdade e aventura, esses nomes estavam estampados em praticamente todas as garagens e quintais do país.
Mas o tempo passou, o mercado mudou, e a pergunta inevitável surge:
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O que aconteceu com essas marcas tão icônicas? Elas ainda existem? Foram vendidas? Sumiram? Ou continuam firmes — só que diferentes?
Nesta reportagem, revisitamos a trajetória dessas gigantes das bicicletas e mostramos como elas enfrentaram crises, fusões, nostalgia e até renascimentos no mundo moderno.
A era dourada das bicicletas no Brasil
Nos anos 70, 80 e 90, bicicletas eram mais do que meio de transporte: eram símbolo de liberdade.
Crianças sonhavam com uma Caloi Cross, um modelo Monark Monareta ou a clássica Ceci cor-de-rosa.
Era comum famílias economizarem durante meses para dar uma bicicleta de presente no Natal — e, para muitos, era o bem mais precioso da infância.
A Caloi, por exemplo, foi fundada em 1898 por um imigrante italiano, e cresceu acompanhando o desenvolvimento urbano do Brasil.
Já a Monark surgiu em 1948 e logo se tornou rival direta.
A disputa entre as duas marcas moldou toda uma cultura ciclística no país, que viu no pedal uma alternativa barata, saudável e divertida.
Caloi: tradição centenária que sobreviveu à era moderna
A Caloi é a única das grandes marcas nacionais que conseguiu se manter relevante até hoje.
Após décadas de domínio, a empresa enfrentou dificuldades com a chegada de bicicletas importadas mais baratas nos anos 2000.
Em 2013, foi adquirida pela canadense Dorel, que também controla marcas como Cannondale e GT.
Apesar da mudança de comando, a Caloi preservou sua identidade nacional, mantendo a produção em Manaus e investindo em modelos modernos sem abandonar os clássicos.
A empresa também entrou no segmento de bicicletas elétricas e urbanas, tentando se conectar com o público jovem e consciente da mobilidade urbana.
Hoje, a Caloi continua líder de mercado no Brasil, mas disputando com empresas globais.
Sua força está na lembrança afetiva que gerações ainda têm da marca.
Monark: de símbolo nacional à queda e renascimento discreto
Se a Caloi foi a vencedora da guerra comercial, a Monark foi a que mais sofreu com a abertura do mercado e a concorrência asiática.
A empresa, que dominou o Brasil nos anos 70 e 80, entrou em decadência nos anos 2000 e encerrou parte de suas operações industriais em 2014.
A sede em São Paulo fechou, e por um tempo, a marca praticamente desapareceu do varejo.
Mas a Monark não morreu.
Seus direitos foram adquiridos por outros grupos, e a marca continua viva de forma discreta, produzida por terceiros em volume menor, focando em modelos simples para cidades do interior.
Hoje, é possível encontrar bicicletas Monark em lojas populares e supermercados, mas sem o mesmo prestígio e inovação do passado.
Ainda assim, seu nome carrega força nostálgica, e muitos consumidores continuam fiéis por afeto ou tradição familiar.
Ceci: mais que um modelo, um símbolo de empoderamento feminino infantil
Entre os anos 80 e 90, não existia menina que não desejasse uma Ceci.
Lançada pela Caloi como um modelo específico para o público feminino, a bicicleta se tornou um ícone da infância brasileira.
Cores vibrantes, cestos na frente, garupeira atrás e um design delicado marcaram época.
O sucesso foi tão grande que Ceci virou sinônimo de “bicicleta de menina”.
Mas, com o tempo, as novas gerações passaram a ver o design como antiquado, e a linha perdeu espaço.
Mesmo assim, a Caloi ainda produz modelos da linha Ceci, hoje mais modernizados e com apelo retrô, mirando na nostalgia dos pais que tiveram uma nos anos 90.
A marca aposta nessa conexão emocional para continuar relevante:
Não é apenas uma bicicleta, é um elo entre gerações.
O impacto da concorrência estrangeira
Com a chegada em massa de bicicletas importadas — principalmente da China e de marcas como Trek, Specialized e Giant —, o mercado brasileiro passou por um verdadeiro tsunami.
Preços mais baixos, tecnologias mais avançadas e design mais arrojado roubaram o protagonismo das marcas nacionais.
Além disso, o perfil do ciclista mudou.
Deixou de ser apenas criança e passou a incluir adultos que usam a bike para transporte, exercício e lazer.
Isso exigiu uma atualização que nem todas as marcas brasileiras conseguiram acompanhar com a mesma agilidade.
A força da nostalgia como diferencial competitivo
Mesmo em um cenário de alta concorrência, a memória afetiva tem sido um trunfo para marcas como Caloi e, em menor escala, Monark e Ceci.
Campanhas publicitárias voltadas para adultos que foram crianças nos anos 80 e 90 têm surtido efeito.
Vídeos e comerciais que resgatam jingles antigos ou mostram pais comprando Caloi para seus filhos reforçam esse elo emocional.
A bicicleta, para muitos, não é só um objeto — é uma lembrança de infância, de liberdade, de um Brasil mais simples.
E isso nenhuma marca importada consegue replicar com a mesma força.
Ainda vale apostar nessas marcas?
Para quem busca uma bicicleta de entrada, simples e com manutenção fácil, a Caloi ainda é uma das melhores opções disponíveis no Brasil.
A Monark também pode atender nichos, especialmente em cidades pequenas ou regiões onde ela ainda possui presença cultural forte.
A Ceci, por sua vez, segue firme como marca afetiva, mesmo que com menor alcance.
Seu design clássico ainda conquista pais que querem reviver suas próprias histórias por meio dos filhos.
Caloi, Monark e Ceci continuam vivas — algumas mais discretas, outras reinventadas.
Apesar das transformações do mercado, essas marcas ainda carregam consigo um pedaço da história do Brasil e da memória afetiva de milhões de pessoas.
Em tempos de mudanças rápidas, é reconfortante saber que algumas rodas ainda giram com o mesmo espírito de antigamente.
Talvez seja isso que as mantém vivas: não apenas o metal e os pedais, mas as lembranças que elas carregam em cada curva da infância brasileira.
E você, ainda lembra da sua primeira bicicleta?
Era uma Caloi, Monark ou talvez uma Ceci? Conta pra gente nos comentários qual modelo marcou a sua infância — e por quê!
Na infância tinha uma monareta da monark . Hj tenho duas monareta uma 1980 kross Il e uma garupao19733.sempre faço pedal recreativo com elas. Também adquiri uma monareta Mirim83, aro 16, para minha filha . A grande vantagem ,elas são de fácil manutenção e foram feitas para durar décadas.
Quem gosta de Bicicletas Retrô pode chegar lá no @bike_age para encontrar diversas jóias de várias décadas, inclusive modelos e marcas citados.
Tenho uma Caloi berlineta vermelha dobrável raridade década de 70… muito boa, confortável de pedalar, um clássico!