1. Início
  2. / Ciência e Tecnologia
  3. / Buraco negro seis vezes mais massivo que o Sol se desloca em nossa direção na galáxia, mas cientistas afirmam que não há risco para a Terra
Tempo de leitura 4 min de leitura Comentários 0 comentários

Buraco negro seis vezes mais massivo que o Sol se desloca em nossa direção na galáxia, mas cientistas afirmam que não há risco para a Terra

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 27/04/2025 às 00:23
Buraco negro seis vezes mais massivo que o Sol se desloca em nossa direção na galáxia, mas cientistas afirmam que não há risco para a Terra
Foto: IA

Astrônomos identificam buraco negro solitário viajando a 5 mil anos-luz da Terra; fenômeno histórico reforça a importância do monitoramento espacial

Astrônomos fizeram uma descoberta que promete mudar o entendimento sobre objetos cósmicos de alta densidade: um buraco negro solitário, com massa estimada em seis vezes a do Sol, foi identificado deslocando-se pela Via Láctea a cerca de 5 mil anos-luz da Terra. Apesar do espanto que a notícia pode causar, cientistas afirmam que não há risco para o nosso planeta.

O fenômeno foi detectado através de observações realizadas por telescópios da Agência Espacial Europeia (ESA) e da NASA, utilizando técnicas avançadas de microlente gravitacional — um método que permite localizar objetos invisíveis a olho nu com base nos efeitos que eles causam na luz de estrelas ao fundo.

O estudo foi publicado na prestigiada revista científica The Astrophysical Journal e representa a primeira evidência direta de um buraco negro solitário vagando pela nossa galáxia, sem estar acompanhado de qualquer estrela.

compressor
ATÉ 90% OFF
Eletrônicos, moda e estilo de vida com descontos imperdíveis em maio de 2025
Ícone de Episódios Comprar

Entenda o que é um buraco negro solitário e como ele foi detectado

Buracos negros são corpos celestes tão densos que sua gravidade impede até mesmo a luz de escapar. Normalmente, os buracos negros detectados pertencem a sistemas binários, ou seja, formam pares com estrelas companheiras. A interação entre o buraco negro e a estrela facilita a detecção, pois há emissão de raios-X e outras evidências luminosas.

No caso do buraco negro solitário descoberto recentemente, os cientistas não puderam contar com esses indícios tradicionais. Em vez disso, observaram o fenômeno de microlente gravitacional, onde a massa invisível do buraco negro distorce e amplifica a luz de estrelas mais distantes ao passar entre elas e a Terra.

Esse efeito foi captado inicialmente em 2011 pelo Telescópio Espacial Hubble. Dados complementares da missão Gaia da ESA permitiram a equipe confirmar que o fenômeno era causado por um objeto extremamente compacto, com a massa de seis a sete sóis.

Buraco negro de seis vezes a massa do Sol: por que ele se move sozinho?

A análise sugere que esse buraco negro solitário se formou há milhões de anos, provavelmente após a explosão de uma supernova massiva. Sem uma estrela companheira para influenciar sua trajetória, o objeto vaga livremente pela Via Láctea.

Apesar de sua movimentação parecer ameaçadora, especialistas reforçam que não há perigo para a Terra. A distância de 5 mil anos-luz é suficientemente segura em escala astronômica. Além disso, sua trajetória indica que o buraco negro continuará sua jornada sem afetar o Sistema Solar.

Essa descoberta é considerada um marco porque fornece a primeira evidência concreta de que buracos negros podem existir isoladamente, sem estarem presos a sistemas binários.

Microlente gravitacional: a tecnologia por trás da descoberta

A detecção desse buraco negro foi possível graças à técnica conhecida como microlente gravitacional. Prevista pela Teoria da Relatividade Geral de Einstein, a microlente ocorre quando a gravidade de um objeto massivo curva o espaço-tempo ao seu redor, distorcendo e amplificando a luz que passa nas proximidades.

Neste caso, o buraco negro agiu como uma lente perfeita: ao passar diante de uma estrela distante, fez com que o brilho dessa estrela aumentasse de maneira peculiar, revelando a presença de um objeto invisível.

Sem essa técnica, seria praticamente impossível detectar um buraco negro sem emissão luminosa.

Via Láctea pode abrigar milhões de buracos negros como este

Embora seja a primeira vez que um buraco negro solitário seja detectado diretamente, os astrônomos acreditam que existam milhões deles vagando pela Via Láctea.

A maioria desses buracos negros é remanescente de estrelas massivas que colapsaram após consumir seu combustível nuclear. Como a maioria não tem interação próxima com outros corpos celestes, permanecem invisíveis — silenciosos viajantes cósmicos.

Com o avanço das tecnologias de detecção, como o novo Telescópio Espacial Nancy Grace Roman, previsto para ser lançado em 2027, espera-se que muito mais exemplos sejam identificados nos próximos anos.

Buraco negro solitário: ficha técnica da descoberta

CaracterísticaDetalhes
Tipo de objetoBuraco negro estelar solitário
Massa estimada6 a 7 vezes a massa do Sol
Distância da TerraAproximadamente 5.000 anos-luz
Método de detecçãoMicrolente gravitacional
Telescópios usadosHubble (NASA) e Gaia (ESA)
Primeiro registro observado2011
Publicação científicaThe Astrophysical Journal (2025)
Risco para a TerraNenhum

O que o futuro reserva para a observação de buracos negros?

A identificação desse buraco negro de seis vezes a massa do Sol não é apenas uma curiosidade astronômica. Ela abre portas para:

  • Melhor compreensão da formação e evolução de buracos negros isolados.
  • Avanço no mapeamento da matéria escura e da distribuição de massas invisíveis na galáxia.
  • Desenvolvimento de tecnologias de detecção ainda mais precisas.

Agência Espacial Europeia e a NASA já trabalham em novas missões focadas em observações de microlentes gravitacionais. Em poucos anos, será possível rastrear dezenas ou até centenas de buracos negros solitários na Via Láctea.

O estudo desses objetos permitirá respostas para questões fundamentais da astrofísica moderna, como a origem dos buracos negros supermassivos e o papel da gravidade extrema na formação de galáxias.

Inscreva-se
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais antigos
Mais recente Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários

Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

Compartilhar em aplicativos
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x