Apesar dos riscos, o uso de gás de cozinha como combustível em carros ainda é uma realidade no Brasil. Saiba por que essa prática pode ser extremamente perigosa.
Com o aumento constante no preço dos combustíveis, algumas pessoas têm recorrido a práticas questionáveis na tentativa de economizarcombustível. Uma delas é a instalação clandestina de botijões de gás de cozinha (GLP) no carro.
Embora o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) proíba essa prática desde 1986, ainda há quem arrisque, motivado pelo custo mais baixo do GLP em comparação à gasolina ou etanol.
A Resolução 673 do Contran define o uso de GLP como infração grave, punível com 5 pontos na CNH, multa de R$ 195,23 e apreensão do veículo.
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Ainda assim, kits de conversão são amplamente vendidos em plataformas online por valores entre R$ 500 e R$ 1.000. No entanto, os riscos são alarmantes, desde acidentes graves até danos permanentes ao veículo.
Por que o GLP não é seguro para automóveis?
O gás liquefeito de petróleo, ou GLP, é um composto derivado de butano e propano, diferente do GNV (gás natural veicular).
Enquanto o GNV é projetado para veículos, o GLP não é. O uso deste combustível impõe desafios técnicos e de segurança significativos. Por exemplo, o botijão de gás comum é projetado para permanecer estacionário, não para suportar vibrações e movimentos constantes em um veículo.
Instalações clandestinas, muitas vezes feitas de forma artesanal, utilizam peças inadequadas, como mangueiras improvisadas e conexões adaptadas de empilhadeiras. O resultado é um sistema altamente vulnerável a vazamentos e explosões.
Além disso, a falta de normas de segurança agrava os riscos, expondo motoristas e passageiros a perigos constantes.
Danos ao veículo: custo escondido da economia
Além dos perigos óbvios, a adaptação para GLP compromete seriamente a mecânica do veículo. Motores projetados para gasolina, etanol ou GNV não têm a taxa de compressão necessária para trabalhar com GLP, resultando em perda de potência e aumento do desgaste de peças.
Componentes como velas e cabos de ignição têm sua vida útil reduzida pela metade, de cerca de 30 mil km para apenas 15 mil km, segundo especialistas.
O cabeçote do motor também é especialmente vulnerável, podendo trincar devido à pressão irregular gerada pelo uso do gás. Problemas nas válvulas, como travamento e desgaste acelerado, são frequentes, já que o GLP não oferece lubrificação como os combustíveis líquidos.
A instalação improvisada de botijões também afeta o valor de revenda do carro. Perfurações feitas para fixar os botijões e outras modificações não autorizadas são desvalorizantes. Sem contar a perda de espaço no porta-malas ou caçamba, onde geralmente o botijão é colocado.
Histórico e situação legal do GLP
A prática de usar GLP em veículos não é nova. Durante os anos 1980, especialmente em comunidades periféricas, era comum encontrar automóveis adaptados para rodar com gás de cozinha, mesmo sendo proibido.
Em 1991, o uso foi oficialmente classificado como “crime contra a ordem econômica“, em um período de instabilidade no mercado global de petróleo, agravado pela Guerra do Golfo.
Apesar disso, há esforços para regulamentar o uso de GLP em veículos. Em 2019, o Projeto de Lei 4217 foi apresentado na Câmara dos Deputados, propondo a autorização do gás de cozinha em motores diversos. O projeto já foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e aguarda votação no Plenário.
Economia que pode sair caro
Enquanto a regulamentação não avança, a prática permanece ilegal e arriscada. O GLP é uma solução aparentemente barata, mas que esconde custos elevados, seja pela redução da vida útil do motor, seja pelos riscos à segurança.
Além disso, o impacto ambiental do GLP também não deve ser ignorado. Embora seja mais limpo do que gasolina ou diesel em termos de emissões, sua produção e transporte ainda geram impactos significativos.
O uso de GLP em veículos é uma escolha que, embora pareça vantajosa à primeira vista, pode trazer prejuízos consideráveis. Entre os riscos mecânicos e as questões de segurança, a economia inicial pode rapidamente se transformar em um problema maior. Para quem busca alternativas econômicas, investir em soluções legalizadas, como a conversão para GNV, é sempre a melhor opção.
Os motoristas precisam estar atentos às consequências antes de cederem à tentação de economizar a qualquer custo. Afinal, o preço de uma decisão mal planejada pode ser alto, tanto para o bolso quanto para a segurança.
Vamos lá. O GLP trabalha em pressão menor que o GNV, prejudicando menos o motor comparado com GNV. Carros na Europa utilizam o gas GLP nos veículos, inclusive algumas montadoras já instalam o kit gas GLP de fábrica, e possuem sistema de lubrificação do cabeçote para suprir esse problema. Sugiro pesquisar um pouco antes de colocar uma matéria dessas cheias de inverdades. O problema do GLP aqui no Brasil é que é ilegal, o armazenamento em um cilindro não apropriado e o pior de tudo, alguém querer abastecer GNV no cilindro do GLP que irá explodir devido a diferença de pressão de ambos para se tornar liquefeito.