Apresentado junto à Anatel na última sexta-feira (27), o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) do Brasil se comprometeu a financiar projetos RAN abertos com 30 milhões de reais (US$ 5,79 milhões) do fundo nacional para o desenvolvimento científico e tecnológico (FNDCT) e incentivos da lei de TI.
A iniciativa foi apresentada sexta-feira pelo chefe do departamento de ciência, tecnologia e inovação digital do MCTI, José Gontijo, durante reunião do grupo de trabalho aberto RAN da Anatel, que é a agência que regula as questões de telecomunicações do Brasil.
Segundo Gontijo, o objetivo é utilizar a infraestrutura de telecomunicações sob gestão da Rede Nacional de Pesquisa (RNP) para a realização de experimentos, provas de conceito (POCs) e casos de uso em RAN abertas.
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Ações concretas do MCTI e Anatel
Anatel O MCTI e a Anatel pretendem convidar fornecedores de equipamentos e softwares para participarem do processo de desenvolvimento. Atualmente, o ministério está trabalhando na formatação do projeto, que terá três fases, a última envolvendo pilotos e “bancadas de teste” na rede da RNP.
Open RAN é um conceito de tecnologias não proprietárias e interoperáveis aplicadas a redes de acesso de rádio (RAN ou redes celulares).
Teoricamente, permite a diversificação de fornecedores, com mais competição e eventualmente redução de custos, pois no modelo aberto uma operadora poderia contratar software de rede de um fornecedor e hardware de outro, ao invés de adquirir todo o pacote proprietário do mesmo fornecedor.
Apesar disso, fornecedores de rede tradicionais, como a Nokia, também têm trabalhado para colocar no mercado hardware e software abertos e desagregados como forma de competir com os novos participantes na arena RAN.
A ação do governo brasileiro não é única na região.
Outros países também estão na corrida do projeto de RAN
Esta semana, o departamento público de inovação da Argentina e o conselho de engenheiros de telecomunicações e TI (Copitec) assinaram um acordo de colaboração para desenvolver projetos na área de TIC, incluindo RAN aberto.
Enquanto isso, na Colômbia, um projeto de internet rural envolvendo a cobertura móvel de celular RAN 4G aberta da Telefónica foi um dos apresentados para a sandbox do regulador ICT que foi selecionada para avançar para a fase de experimentação.
Em Barbados, o governo contratou a empresa americana Parallel Wireless e a Neptune Communications, sediada em Barbados, para uma rede RAN aberta para serviços de missão crítica.
A fornecedora japonesa NEC também tem investido no modelo aberto e busca ampliar sua participação no segmento de redes de acesso, com projetos em desenvolvimento, inclusive na América Latina.
Também há projetos em andamento por operadoras de telecomunicações como Millicom na Colômbia e Telefónica com a IBM na Argentina.