Nem tudo está perdido, Brasil! O maior produtor global de etanol e o terceiro na produção de milho será protagonista na indústria para a transição dos carros elétricos
Por que após tantos anos de discussão mundial sobre a necessidade de desenvolvimento de veículos não poluentes, o Brasil, rico em recursos e potencial técnico, não aproveitou para se tornar auto-suficiente nessa questão, entrando na onda de nações que fingiam ignorar totalmente essa necessidade enquanto silenciosamente desenvolviam seus projetos de carros elétricos que hoje dominam o mercado mundial?
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Motor de um carro elétrico é extremamente mais simples do que o motor de um carro a combustão
O motor de um carro elétrico é extremamente mais simples do que o motor de um carro a combustão, falando exclusivamente de número de componentes necessários e materiais empregados – custa uma fração do preço dos motores a explosão para ser construído, porém é exigido que seja muitíssimo mais potente e mais eficaz do que os motores a combustão citados.
As baterias também têm essas mesmas especificações. Esses motores exigem também um controle muito preciso de rotação e aproveitamento da carga. Os engenheiros já solucionaram essas questões atualmente. Esse é o básico necessário. Sofisticações eletrônicas e digitais (como direção autônoma, etc.) são apenas quinquilharias acrescentadas para elevar o preço.
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Brasil deixa passar a oportunidade de desenvolver o seu próprio carro elétrico
O Brasil, que é rico dos recursos materiais necessários, e possui técnicos e engenheiros capacitados, não aproveitou a atual oportunidade para criar o seu carro elétrico inteiramente nacional, iniciando com modelos compatíveis com o poder aquisitivo do seu povo e dos povos dos países latino-americanos (sem direção autônoma e outras coisas dispensáveis), evitando o pagamento de royalties e patentes, que tanto encarecem os produtos industrializados.
No longo tempo que correu desde as primeiras discussões até o presente, os problemas de baterias, recarregamento, etc., já teriam sido resolvidos com capital e incentivos nacionais se houvesse interesse e visão de investidores brasileiros. Agora os consumidores terão que pagar caríssimo e se submeter aos importados.
por – Ederval Mendonça
Confira abaixo um vídeo de 2019 sobre o interesse de startup nacionais na produção de veículos elétricos
O poderoso mercado brasileiro na produção do etanol se torna coringa para a indústria em momento de virada para a eletrificação de veículos
A cada dia, o poderoso mercado brasileiro na produção do etanol tem ganhado mais espaço no território brasileiro. Na safra 2019/2020, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) registrou a maior produção de etanol da história, com um total de 35,6 bilhões de litros provenientes da cana-de-açúcar e do milho.
Este acréscimo de 7,5% em relação ao ano anterior mostra como o etanol tem ganhado espaço no país e dá a chance de se posicionar diante deste movimento expressivo do etanol, a fim de buscar lucros astronômicos.
O anúncio do governo indiano de que o país irá investir na substituição dos combustíveis fósseis pelo etanol (que lá custa entre R$ 4,20 e R$ 4,35 o litro), como sua base energética automotiva, gerou um verdadeiro alvoroço no setor aqui no Brasil.
Brasil pode transferir sua expertise no uso do etanol para a Índia, que hoje é o quinto maior produtor de veículos do mundo (3,4 milhões de unidades entre carros de passeio e comerciais leves, em 2020) e um dos mercados que mais crescem no mundo (mais de 28%, só no primeiro trimestre deste ano).
Apesar de o plano anunciado pelos indianos ter o único objetivo de preparar o setor para a eletrificação, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis na medida em que os carros elétricos forem abocanhando fatias cada vez maiores, o etanol brasileiro se tornou uma luz no fim do túnel para o momento da virada da indústria no momento de transição da eletrificação de veículos.