Descubra como o futuro da infraestrutura está transformando o mercado de trabalho com tecnologia, inovação e sustentabilidade que moldam as profissões e cidades do amanhã.
A infraestrutura sempre foi essencial para o desenvolvimento das sociedades.
Desde as primeiras estradas romanas até os imponentes arranha-céus modernos, ela representa a base sobre a qual construímos o progresso econômico, social e tecnológico.
No entanto, o que realmente podemos esperar do futuro da infraestrutura? Como ele afetará o mercado de trabalho? E quais transformações já estão em curso?
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Para responder a essas questões, é fundamental fazer uma breve viagem no tempo e entender como a infraestrutura moldou o mundo até aqui.
Um olhar sobre o passado
Historicamente, grandes avanços na infraestrutura ocorreram em momentos de profundas transformações.
A Revolução Industrial, por exemplo, não só modificou os meios de produção, mas também exigiu a construção de ferrovias, portos, pontes e sistemas de energia.
A “Revolução Industrial”, que começou no final do século XVIII, transformou não apenas a forma como as pessoas trabalhavam, mas também as cidades, com o surgimento de novas áreas urbanas e a intensificação da construção de infraestrutura.
De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a infraestrutura foi fundamental para o crescimento econômico durante este período.
Durante a Revolução Industrial, a infraestrutura não só impulsionou a economia, mas também gerou novas profissões.
Os engenheiros de ferrovias e os operários de fábricas se tornaram uma parte vital da economia.
No entanto, também surgiram novos desafios, como a poluição e as condições de trabalho insalubres, algo que começou a ser abordado nas décadas seguintes, especialmente após as duas grandes guerras.
Após as grandes guerras no século XX, muitos países investiram em grandes projetos de reconstrução e modernização.
Foi quando surgiram as rodovias federais, as redes de telecomunicações e os primeiros sistemas integrados de saneamento.
De acordo com o relatório da OIT, entre 1945 e 1970, o mundo experimentou uma crescente urbanização, o que exigiu significativos avanços nas infraestruturas.
O período pós-Segunda Guerra Mundial também viu o crescimento de redes de energia e a popularização dos automóveis.
Que exigiram a construção de vastas rodovias e pontes, como as construídas nos Estados Unidos, onde o governo investiu bilhões na infraestrutura, como o projeto do Sistema de Rodovias Interestaduais.
Esses investimentos impulsionaram o emprego em áreas como engenharia civil, arquitetura e transporte, além de fomentar a indústria de materiais de construção.
No entanto, a crescente urbanização trouxe também desafios ambientais, um aspecto que, desde os anos 1970, vem sendo abordado com mais seriedade por organismos internacionais, como as Nações Unidas, que em 1992 realizaram a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, destacando a necessidade de soluções sustentáveis.
O cenário atual
Nos últimos anos, a infraestrutura tem se transformado profundamente. As cidades continuam a crescer rapidamente, exigindo soluções mais inteligentes e sustentáveis.
Ao mesmo tempo, os impactos ambientais forçam governos e empresas a repensarem seus modelos de construção, consumo de energia e mobilidade.
Com o avanço da tecnologia, a digitalização chegou à infraestrutura. Hoje, já se fala em “infraestrutura inteligente”, na qual sensores, softwares e redes digitais monitoram pontes, túneis e edifícios em tempo real.
O conceito de cidades inteligentes – onde tudo é conectado, automatizado e eficiente – tem ganhado espaço em projetos urbanísticos ao redor do mundo.
De acordo com o Fórum Econômico Mundial, mais de 50% das cidades globais planejam implementar tecnologias inteligentes até 2030, uma estratégia que já está em andamento em cidades como Barcelona e Cingapura, que utilizam tecnologia para monitoramento ambiental e tráfego.
Além disso, o aumento das tecnologias emergentes, como inteligência artificial, Internet das Coisas (IoT) e big data, está transformando a maneira como os dados sobre infraestruturas são coletados e analisados.
Segundo o estudo “Global Infrastructure Outlook” da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), até 2030, a infraestrutura mundial precisará de investimentos de US$ 94 trilhões, o que destaca a crescente demanda por inovações no setor.
Consequentemente, o futuro da infraestrutura está cada vez mais vinculado à inovação tecnológica, sustentabilidade e à integração entre diferentes áreas do conhecimento.
As mudanças no setor oferecem, assim, novas oportunidades para gerar novos postos de trabalho e transformar o mercado de trabalho, tornando-o mais dinâmico e adaptável às novas necessidades da sociedade.
O que esperar do futuro da infraestrutura?
O futuro da infraestrutura é, sem dúvida, uma questão de adaptação contínua.
O crescimento populacional, a escassez de recursos e as mudanças climáticas exigem soluções mais eficientes e sustentáveis.
Nesse contexto, o setor precisará encontrar formas de se reinventar, tanto em termos de construção quanto em termos de planejamento urbano.
Por exemplo, as construções do futuro precisarão gerar menos resíduos, utilizar energias renováveis, contar com sistemas de transporte mais ecológicos e adotar práticas de planejamento urbano mais inteligentes.
A empresa holandesa Royal BAM Group, uma das pioneiras em construção sustentável, já utiliza materiais ecológicos em suas obras e é um exemplo do que está por vir.
Essas inovações permitem uma construção mais rápida, barata e sustentável, alterando as dinâmicas de produção e mão de obra.
De fato, materiais sustentáveis como concreto reciclado, madeira engenheirada e soluções bioinspiradas estão sendo explorados com cada vez mais frequência.
Com isso, a tendência é que a infraestrutura do futuro se torne mais sustentável e eficiente.
Na área de mobilidade urbana, as mudanças são inevitáveis.
As metrópoles continuam a crescer, gerando desafios relacionados ao trânsito e à poluição.
Como resultado, há uma crescente demanda por transportes públicos mais eficientes, ciclovias integradas, além de carros elétricos e autônomos.
O relatório de 2023 da Organização Mundial da Saúde (OMS) destaca que a poluição do ar nas cidades continua sendo um dos maiores problemas de saúde pública no mundo, impulsionando a demanda por soluções mais limpas e sustentáveis.