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Início Ex-CEO da Renault exigiu que sua equipe copiasse fraude dos motores a diesel da Volkswagen, a maior fabricante de veículos do mundo, para burlar resultados de emissões de veículos

Ex-CEO da Renault exigiu que sua equipe copiasse fraude dos motores a diesel da Volkswagen, a maior fabricante de veículos do mundo, para burlar resultados de emissões de veículos

12 de junho de 2021 às 06:59
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Volkswagen - Renault - Audi - Fiat - motor - diesel - preço - Opel - Mercedes - BMW
Trabalhadores em fábrica da Renault

Não só a Renault e a Volkswagen, mas outras gigantes de automóveis como a Audi, Opel, BMW e Mercedes, foram flagradas por fraude nos motores a diesel

Carlos Ghosn, então todo-poderoso da Aliança Renault-Nissan, foi convocado a depor no mês passado para a Justiça Francesa em dois processos. O primeiro, referente à fraude nas emissões. O segundo, relativo a burlas fiscais. Mas não só a montadora francesa burlou o sistema: a multinacional Volkwagen e outras gigantes entre elas Audi, Renault, Opel, BMW e Mercedes, também foram flagradas envolvidas no escândalo de fraude nas emissões dos motores diesel.

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Até no Brasil existiu fraude no controle de emissões. Em 1995, a Fiat foi multada pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) pelas emissões do Uno Mille Electronic, o carro ultrapassava os limites legais, apesar de aprovado nos testes homologatórios.

Fiat e sua maracutaia grotesca para burlar o controle de emissões dos seus veículos

De forma bem grotesca, a montadora Fiat burlou os resultados de emissões dos seus veículos na fábrica de Betim, da seguinte forma: conectou um interruptor no sistema de abertura do capô, isso porque os testes eram realizados com ele aberto. Pode parecer piada, mas quando se levantava o capô, uma chave imediatamente modificava a regulagem do motor para reduzir o volume de emissões

A multinacional Volkwagen escolheu burlar o sistema de uma forma mais sofisticada: sabendo que o procedimento de medição simulada das emissões de gases do motor era padronizado, a montadora alemã instalou um programa (software) na central eletrônica que analisava a sequência de funcionamento do motor.

Os testes eram feitos da seguinte forma: o motor funcionava (com o carro parado, no dinamômetro de um laboratório) como se estivesse num roteiro previamente determinado a ser cumprido: uma arrancada e mais tantos segundos de primeira marcha, depois mais tantos de segunda. Uma parada de alguns segundos simulando um sinal vermelho e assim por diante. Ou seja, sabendo disso, o programa percebia que o carro estava sendo submetido a testes, e alterava os parâmetros de ajuste do motor. Toda essa artimanha para escapar da inevitável redução de desempenho do automóvel desde que estivesse corretamente enquadrado nos limites de emissões de gases.

Escândalo envolvendo os motores diesel da Renault em 2017

Em 2017, chegou a vez da francesa Renault fazer a maracutaia para burlar o controle de emissões dos motores a diesel dos seus veículos.

Como citado acima, Ghosn foi convocado em maio para depor, porém o ex-chefão está confinado no Líbano (depois de fugir da prisão no Japão), emissários franceses foram ouvi-lo em Beirute. O depoimento de Ghosn (fraude nas emissões) não foi aberto ao público.

Mas, segundo BORIS FELDMAN, jornalista e engenheiro com 50 anos de rodagem na imprensa automotiva, que apresenta o programa AutoPapo em emissoras de rádio em todo o Brasil, relata que por um inteiro acaso, conversou há três anos (2018) com um engenheiro que trabalhou na Renault e integrava o time de desenvolvimento de motores diesel na França.

“Ele me contou que a equipe foi chamada para uma reunião de diretoria entre 2013 e 2014 e um super-executivo comparou os resultados dos testes de emissões dos motores diesel da Volkwagen com os da Renault”, afirma Feldman.

De acordo com o engenheiro, os números não davam margem a dúvida: a Volkwagen obtinha níveis de emissões de gases poluentes muitas vezes inferiores aos dos franceses. E pediu explicações. A diretoria da Renault questionou a competência da equipe, se faltava talento ou trabalho. E manifestou sua preocupação. Afinal, a concorrência entre marcas europeias era (sempre foi) acirradíssima.

Ainda segundo Feldman, os engenheiros da Renault retrucaram alegando que um nível de emissões tão reduzido só seria possível com uma drástica redução do consumo. Mas que, para tanto, só prejudicando sensivelmente o desempenho do automóvel. O “diretorzão” perguntou se eles estavam de brincadeira e deu um prazo para que encontrassem uma solução.

Engenheiros da Renault copiam a fraude da concorrente Volkswagen para manter seus empregos

Feldman disse que os engenheiros da Renault se reuniram novamente com os diretores e explicaram que, de acordo com a pesquisa feita e relatos de colegas de outras fábricas e da própria Volkswagen, chegaram à conclusão provando por a+b – ser impossível, em termos tecnológicos, um motor diesel oferecer desempenho tão elevado com nível tão reduzido de emissões. E afirmaram haver uma única explicação: fraude nos testes.

Segundo Feldman, o ex-engenheiro da Renault lhe contou “ter estranhado a reação dos diretores, pois não se assustaram com a revelação: passaram a impressão de que já sabiam da fraude da Volkswagen”.

E simplesmente falaram qualquer coisa como: “Não nos interessa como a VW obteve este resultado. Queremos nossos motores diesel com emissões idênticas ou muito próximas, sem perder desempenho”.

Nas entrelinhas, os engenheiros da montadora francesa perceberam que, ou perdiam o emprego, ou praticavam a mesma “mágica” que a Volkswagen. Assim o fizeram. E o resultado final não demorou muito: o escândalo veio à tona em 2017.


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