Petrobras investirá R$ 11 bilhões no segmento entre 2025 e 2029, buscando parceria estratégica com grandes produtores.
A Petrobras está oficialmente de volta ao mercado de etanol. Após anos fora do segmento, a gigante estatal anunciou um investimento de R$ 11 bilhões entre 2025 e 2029, com o objetivo de alcançar uma produção anual de 2 bilhões de litros do biocombustível. A estratégia foi detalhada pela diretoria da companhia no novo plano de negócios apresentado nesta sexta-feira (22).
De acordo com Maurício Tolmasquim, diretor executivo de Transição Energética, a entrada no mercado será robusta e estratégica. “A ideia é começar grande, não é partir do zero”, declarou Tolmasquim em coletiva de imprensa. A empresa já está em conversas com “quatro ou cinco” potenciais parceiros para formar uma joint venture no setor.
Petrobras planeja parceria estratégica para alavancar o etanol
O plano da Petrobras é entrar no segmento de etanol através de uma parceria com uma grande empresa já consolidada. O modelo prevê que os parceiros tragam oportunidades existentes, enquanto a estatal contribuirá para a expansão da capacidade de produção.
- Aeroporto de mais de 1 BILHÃO que está parado há quase 20 anos geraria 58 MIL empregos e aumentaria em 20% o PIB da região caso estivesse ativado! Mas, o que falta para a obra sair do papel?
- Nada de Zona da Mata ou metrópole brasileira: grande centro tecnológico do Brasil está localizado em cidade do interior de São Paulo muitas vezes esquecidas pelo público em geral
- Unidade da Petrobras faz com que pequena cidade seja uma das mais poluentes
- Estado brasileiro perde todas suas ligações ferroviárias com outras regiões do Brasil e agora precisa de 4 BILHÕES para voltar a se conectar pelo país
Magda Chambriard, CEO da Petrobras, destacou a lógica por trás da decisão. “Não fazia sentido estarmos fora do etanol, que é o principal competidor da gasolina, um dos nossos produtos mais relevantes. Já estivemos nesse mercado desde a década de 70 e temos toda a infraestrutura para isso.”
Essa retomada acontece em um momento em que a gasolina enfrenta maior concorrência do etanol, impulsionada pelo programa Combustível do Futuro, sancionado pelo presidente Lula, que prevê aumento no uso do biocombustível.
Cana e milho no radar
A Petrobras avalia duas rotas principais para a produção de etanol: cana-de-açúcar e milho. Enquanto a rota do milho tem se expandido rapidamente, especialmente no Centro-Oeste, a cana-de-açúcar pode trazer sinergias com a produção de combustível sustentável de aviação (SAF).
“O milho está crescendo muito no Brasil e faz sentido para o Centro-Oeste, enquanto a cana seria uma estratégia voltada ao Sudeste”, explicou Tolmasquim. Ele também mencionou que um novo duto para transporte de combustíveis ao Centro-Oeste está no radar da companhia para a próxima década.
Rentabilidade garantida
Tolmasquim garantiu que o projeto de etanol será economicamente viável, com retorno acima de 10%. Segundo ele, o plano pode ser implementado rapidamente, dependendo da conclusão de um acordo estratégico com os parceiros. “Com isso, a gente volta a ter no portfólio da Petrobras um ativo importante no etanol”, afirmou.
Os investimentos em etanol estão inseridos em um pacote maior de R$ 21,5 bilhões destinados a bioprodutos, que incluem também biorrefino, biodiesel e biometano.
Foco em moléculas, não elétrons
A CEO Magda Chambriard destacou que o retorno ao etanol reflete a estratégia da Petrobras de focar em moléculas no segmento de baixo carbono. “Temos infraestrutura instalada para distribuição de líquidos, como tancagem e dutos. Nosso DNA é molecular, e isso facilita nosso retorno ao etanol como operador relevante”, disse Chambriard.
Ainda assim, a empresa mantém planos para explorar fontes renováveis de energia, como eólica e solar, com R$ 21,5 bilhões em projetos avaliados até 2029.
Relevância no mercado
Com esse movimento, a Petrobras não apenas reafirma seu compromisso com a transição energética, mas também busca consolidar uma posição de destaque no mercado de etanol. A expectativa é que essa retomada gere impacto positivo na competitividade do biocombustível e fortaleça a presença da estatal no cenário energético brasileiro.