Navios iranianos estão impedidos de receber combustível por estarem em lista americana e estão fundeados há um mês em Paranaguá
Dois navios de bandeira iraniana estão fundeados a 20 quilômetros do Porto de Paranaguá (PR) sem possibilidade de cumprir o frete para o qual foram contratados, devido a falta de combustível.
A Petrobras alega que como as embarcações estão na lista da OFAC (escritório de controle de ativos estrangeiros dos Estados Unidos).
Não foram dados mais detalhes pela Petrobras, porque o processo corre em segredo de justiça. a Petrobras é o principal fabricante, no Brasil, do combustível HFO 380, usado nos navios.
A empresa exportadora de Santa Catarina, que afretou os navios MV Bavand e MV Termeh, declara que solicitou o combustível, mas a Petrobras se negou a fornece-lo.
- Trabalhe 4h de casa como tutor na Fiocruz e ganhe R$ 1800! Fundação Oswaldo Cruz abre processo seletivo de contratação com vagas home office para Tutores de Cursos Online (EAD) na área da Saúde
- Vagas que não exigem experiência! Prefeitura abre processo seletivo ofertando 1.500 vagas de nível médio e fundamental
- Mineradora surpreende e abre 200 vagas para profissionais de vários níveis de escolaridade!
- Fiat Toro: de picape poderosa a bebedora de combustível? A insatisfação dos proprietários explode
A embarcação MV Bavand aguarda o fornecimento de combustível desde o dia 8 de junho e já se encontra carregado com 48,4 mil toneladas de milho, estimadas em R$ 45,5 milhões.
O MV Termeh espera o combustível desde o dia 9 de junho para que possa seguir viagem para o Porto de Imbituba (SC) e carregar aproximadamente 60 mil toneladas de milho a granel, no valor aproximado de R$ 60 milhões.
Ambas as embarcações tem licença para realizar a operação de exportação e tem como destino o Porto Bandar Imam Khomeini, no golfo pérsico.
Embora o combustível tenha sido solicitado pela Sapid Shipping, proprietária dos navios, à dois agentes marítimos (1.200 toneladas de combustível HFO 380 para o navio MV Bavand e 500t para o navio MVTermeh), o pedido foi recusado.
O proprietário foi ainda avisado por uma destas agências marítimas que o risco de ficar sem combustível acarretaria uma série de problemas, tais como, com a tripulação, com o meio ambiente, com a navegação ao redor das embarcações, sem contar com as despesas de US$ 15 mil somente com sobrestadia e despedas extras por dia de afretamento.
Outro problema bem sério, a ser levado em conta, seria a carga, que pode ser condenada e recusada no país de destino, se esta situação perdurar por mais tempo.
O imbróglio
Em outubro de 2018, a Corte Internacional de Justiça determinou que os Estados Unidos deveriam remover todos os embargos quanto à exportação de alimentos e commodities agrícolas ao Irã.
Uma liminar então foi concedida pelo desembargador relator do processo na 2ª vara cível do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), no último dia 4 de julho, que obrigava a Transpetro a fornecer em caráter de urgência o combustível IFO 380 em quantidade suficiente para que os dois navios pudessem, pelo menos, retornar ao Irã.
No entanto, o ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), cassou a liminar após recurso solicitado pela Petrobras. Como a decisão é preliminar, ainda cabe recurso ao colegiado da suprema corte.
Na liminar derrubada, o desembargador do TJ-PR, Fernando Paulino da Silva Wolff Filho, havia estabelecido o prazo de 72 horas corridas contado a partir da decisão para prestação do fornecimento do combustível, sob pena de multa diária de R$ 50 mil, limitada sua incidência a 10 dias (R$ 500 mil)
O desembargador entendeu que, mesmo existindo outras empresas capazes de atender a demanda da exportadora, a Transpetro (subsidiária da Petrobras) não poderia se recusar a fornecer o combustível.
Enquanto o impasse continua, as partes continuam aguardando um desfecho, nem a Petrobras, nem o Ministério das relações exteriores quiseram comentar o caso.
Fonte: Portos e Navios
Leia também ! Petroleira australiana quer comprar campo da Petrobras na bacia de Santos !