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Otimismo e confiança desperta em executivos de empresas que cultivam carne de laboratório. Antes ficção, virou realidade em alguns restaurantes americanos

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 25/01/2023 às 12:30
carne de laboratório
Carne de laboratório (Foto/divulgação)
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Você imagina que, já em 2023, para alguns restaurantes dos Estados Unidos, servir carne cultivada em laboratório pode ser realidade? Virou realidade comercial e desperta otimismo nas empresas do setor.

A indústria de carne desenvolvida e cultivada em grandes tanques de aço, nos próximos meses, pode estar na mesa dos americanos. Executivos apenas aguardam um importante aval regulatório para que a comercialização seja, de fato, realizada, e movimente a economia americana, por enquanto.

Confiança também é algo que essas empresas nutrem, tanto que também estão investindo na contratação de grandes chèfs. O argentino Francis Mallmann, e o espanhol José Andrés são alguns dos que já estão elencados para ter carne de laboratório em seus cardápios. Um dos maiores obstáculos continua sendo, ainda, fazer com que o produto chegue até às redes de supermercados, confessaram alguns executivos à Agência Reuters. Apenas atraindo mais financiamento, o que permitirá o aumento da produção, será possível baixar os preços de gôndola. Sem contar que há a resistência de grande parte dos consumidores, que não querem nem provar o produto. Sé em Singapura a venda à varejo foi aprovada.

Processamento da carne de laboratório

Grandes tanques de água, onde são adicionados nutrientes diversos. Esses são os abatedouros da indústria de carne de laboratório. Para gerá-la, é necessário retirar células do animal por meio de uma biópsia, e nutrir essas substâncias para que elas criem um tecido muscular, que se torna o principal componente consumido pela carne animal.

Todo o processo utiliza tecnologias de bioengenharia, cujo objetivo é fabricar sistemas alimentares mais saudáveis, mais sustentáveis e mais éticos. São duas as formas de cultivo: com a utilização de soro fetal geneticamente modificado; ou com a utilização de células reais de origem animal, como músculo e gordura.

A Agência Reuters foi convidada pela empresa californiana Upside a experimentar a carne e constatou que à mesa, o sabor não difere do sabor da carne tradicional, fazendo o produto idêntico à carne convencional. Mas é necessário investir na oferta de suprimentos para o mix de nutrientes utilizado na alimentação das células do produto. 

Foram quatro anos para o recebimento da licença da FDA, e por isso a Upside está em clima de festa. Mesmo tendo limites em sua produção, apenas cerca de 200 toneladas de carne são cultivadas anualmente.

Isto abrange uma pequena porção do mercado de carne tradicional, que, em 2021, movimentou 48 bilhões de toneladas nos Estados Unidos. Somente empresas de capital de risco, e grandes empresas de alimentos, como a brasileira JBS e as norte-americanas Tyson Foods e Archer-Daniel-Midland têm investido nesta indústria.

Registre-se que o cultivo de carne de laboratório também contribui para a sustentabilidade do planeta, pois provê impacto ambiental na pecuária, setor que gera 14,5% dos gases que causam o efeito estufa, de acordo com informações da Organização das Nações Unidas (ONU). Entretanto, a Upside prospecta que até 2028 já será possível encontrar carne de laboratório nos mercados, permitindo que os consumidores contribuam ainda mais para reduzir a crise do planeta.

Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 3.000 artigos publicados no CPG. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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