Pesquisadores revelam novo plástico inovador que se biodegrada até 15 vezes mais rápido que papel nos oceanos, prometendo revolucionar o combate à poluição marinha e reduzir drasticamente o impacto ambiental.
Nos últimos anos, cientistas se dedicaram intensamente a descobrir quais tipos de plásticos podem se biodegradar mais rapidamente no ambiente marinho, já que milhões de toneladas de plástico poluem os oceanos anualmente. Surpreendentemente, um bioplástico utilizado há mais de um século mostrou-se altamente eficiente nesse processo. Agora, os pesquisadores foram além e desenvolveram um novo tipo de plástico capaz de biodegradar ainda mais rápido do que o papel, oferecendo uma solução promissora para um dos maiores desafios ambientais da atualidade.
Novo plástico biodegradável é 15 vezes mais rápido
O diacetato de celulose (CDA) é composto por celulose, um polímero natural encontrado nas paredes celulares das plantas, particularmente no algodão ou nas paredes das plantas, na polpa de madeira. Ele foi descoberto desde o final dos anos 1800 e é utilizado em tudo, desde armações de óculos de sol a filtros de cigarro (seu uso mais comum), a filmes fotográficos e um milhão de outras coisas em nossas vidas diárias.
Pesquisadores da Woods Hole Oceanographic Institution (WHOI) descobriram que o CDA é um novo plástico que biodegrada mais rápido que papel na água do mar, tecnicamente classificado como um bioplástico. Com modificação simples chamada “espuma”, pode se tornar poroso, sendo um novo tipo de plástico biodegradável que se degrada 15 vezes mais rápido que o CDA sólido.
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Segundo Collin Ward, um autor sênior do estudo, os pesquisadores traduziram o conhecimento fundamental para o design de um novo material que, simultaneamente, atende às demandas do consumidor e é um novo plástico que biodegrada mais rápido que papel ou outro material plástico já conhecido.
Como o novo tipo de plástico biodegradável se saiu em testes?
Segundo Collin, é uma grande história de sucesso em um campo que frequentemente se concentra nos aspectos negativos da poluição plástica em vez de trabalhar em busca de soluções para o problema. Em um teste de 36 semanas, o novo plástico que se biodegrada mais rápido que papel foi colocado em tanques de água do mar de fluxo contínuo e perdeu 65-70% de sua massa original.
Comparado a outro plástico comum que pode ser encontrado em todos os oceanos do mundo, o isopor, mostrou degradação zero no mesmo período.
Collin e outros pesquisadores da instituição fizeram uma parceria com a Eastman, uma empresa de fabricação de bioplásticos, que contribuiu para este e outros estudos anteriores fornecendo materiais, financiamento e como coautores.
O estudo foi realizado em um ambiente controlado em um laboratório utilizando água do mar fluindo continuamente de Martha’s Vineyard Sound perto de Cape Cod, Massachusetts. Para os testes do novo tipo de plástico biodegradávels pesquisadores conseguiram controlar a luz, a temperatura e outras variáveis para replicar as condições dinâmicas do oceano.
Pesquisadores criam canudo com plástico que biodegrada mais rápido que papel
Em janeiro deste ano, as descobertas de um estudo anterior de 16 semanas do WHOI foram divulgadas. Esse estudo usou o mesmo tanque de água do mar e comparou oito canudos diferentes feitos de CDA, poli-hidroxialcanoatos (PHA), ácido poliático (PLA), polipropileno (PP) e papel.
Os canudos de PLA e PP não apresentaram sinais mensuráveis de degradação, enquanto os outros se degradam em até 50%.
Ao comparar o então protótipo de canudo de espuma CDA com o canudo de CDA sólido, os pesquisadores descobriram que o canudo de espuma CDA estava se degradando 190% mais rápido que o canudo de CDA sólido, levando ao recente estudo focado no WHOI sobre o novo plástico que biodegrada mais rápido que papel.