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Na construção civil, um tijolo que se auto-reproduz e retira CO2 do ar foi criado por engenheiros

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 08/03/2021 às 11:18
CONSTRUÇÃO CIVIL - ENGENHEIROS - TIJOLOS
Tijolos que se auto- reproduzem

Engenheiros conseguem criar tijolo para a construção civil que é capaz de se auto-reproduzir e retirar o CO2 da atmosfera

Já imaginou um material sólido, que é perfeito para a área da construção civil, que é capaz de crescer sozinho como recifes de corais? É basicamente assim que funcionam os tijolos do laboratório do cientista Wil Srubar, da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, as criações dos engenheiros da biotecnologia não estão apenas vivas, mas em processo de reprodução.

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Conhecidos como materiais vivos projetados (ELM), os tijolos são produzidos por bactérias e micróbios que convertem areia, nutrientes e outras matérias-primas em um biocimento, da mesma forma que os corais sintetizam recifes. Por isso, quando um dos tijolos é dividido ao meio, em questão seis horas, dois se formarão.

Com o ELM, é possível construir materiais estruturais inertes, como cimento endurecido ou substitutos semelhantes à madeira, com aplicações para a construção civil, já que podem ser base de pistas de aeroportos, que se autoconstroem, e bandagens vivas.

Tijolos feitos ecologicamente são muito úteis para construção civil

A novidade do biocimento de Srubar é que essa invenção consegue reter as células vivas, mesmo na estrutura final. Isso é possível porque os cientistas controlam a temperatura e a umidade, mantendo esses organismos vivos. E quando quiserem estabilizar o crescimento, basta desativar esses controles.

Até então, os tijolos são feitos, normalmente, com argila, areia, cal e água, que são misturados, moldados e aquecidos em olarias a mais de 1000 °C, em um processo que consome muita energia e gera centenas de milhões de toneladas de emissões de CO2 anualmente.

Engenheiros da bioMASON exploram uso de bactérias na fabricação de tijolos para construção civil

Em contrapartida, os engenheiros de uma empresa da Carolina do Norte, nos EUA, chamada de bioMASON, foi uma das primeiras a explorar o uso de bactérias na fabricação desse material. Nesse caso, os micróbios é que convertiam nutrientes em carbonato de cálcio, que endurece a areia e a transforma em um material ótimo, para a construção civil, e resistente à temperatura ambiente.

“Você poderia cultivar uma pista temporária em algum lugar semeando bactérias na areia e gelatina?” pergunta Sarah Glaven, microbiologista e especialista em ELM do Laboratório de Pesquisa Naval dos EUA. Em junho de 2019, engenheiros da Base da Força Aérea Wright-Patterson, em Ohio, criaram um protótipo como o questionado por ela, com 232 metros quadrados.

A esperança, explica Blake Bextine, que dirige um programa ELM para a Agência de Projetos de Pesquisa Avançada em Defesa dos EUA, é que, em vez de transportar toneladas de materiais para criar campos aéreos expedicionários, os engenheiros militares possam usar areia, cascalho e água locais e aplicar alguns “tambores” de bactérias — que produzem cimento — para criar novas pistas, em questão de dias. Esse movimento resultou em uma porção de grupos levando esse mesmo conceito adiante.

Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

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