Empreiteiro japonês encabeça corrida para fornecer à Petrobras um par de FPSO’s, junto com a Teekay Offshore e a Yinson Holdings em Marlim I e Marlim II
Espera-se que o empreiteiro japonês Modec se apresente como o principal candidato em uma licitação da Petrobras para um par de embarcações flutuantes de produção, armazenamento e descarregamento de tamanho médio para operar no campo de Marlim no Brasil. Fontes informaram que a Modec apresentou ofertas para Marlim I e Marlim II individualmente e como um pacote único para ambos FPSOs, em quais fontes descritas como um preço mais competitivo.
A canadense Teekay Offshore e a Yinson Holdings da Malásia também se apresentaram no concurso, mas, ao contrário da Modec, cada especialista em flutuadores apresentou apenas propostas para os dois FPSOs separadamente.
Fontes da indústria disseram que o comitê de licitação da Petrobras deve analisar os aspectos técnicos de todas as ofertas nas próximas semanas, com os preços comerciais a serem abertos no final de fevereiro ou início de março.
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“O fato de a Modec concorrer em conjunto com ambas as FPSOs lhes dá uma certa vantagem sobre a concorrência, já que a empresa provavelmente conseguiu assegurar condições de financiamento mais atraentes para permitir maiores sinergias”, disse uma fonte.
Com os contratos de Marlim transportando zero requisitos de conteúdo local, entende-se que a Modec está unindo forças com a Cosco Shipping Heavy Industries na China, seu parceiro habitual, para a conversão das unidades.
Apesar de Teekay se candidatar sozinha, a empresa trabalhou em suas propostas em parceria com o player brasileiro Ocyan e a Sembcorp Marine de Cingapura.
No caso de um eventual ganho de contrato, fontes confirmaram que Teekay e Ocyan formalizarão uma joint venture que já opera duas outras flutuadoras no Brasil – Cidade de Itajaí e Pioneiro de Libra.
A licitação de Marlim também marcou a primeira vez que Yinson licitou um contrato de FPSO no Brasil.
A empresa, que tem cinco unidades operando na Ásia e na África, selecionou Keppel Fels em Cingapura para conversão, mas é amplamente percebida como um azarão na corrida.
Uma parceria entre a Bluewater da Noruega e a Saipem da Itália foi apontada como um potencial concorrente, mas acabou não participando, enquanto a SBM Offshore, com sede na Holanda, está alvejando o FPSO Mero 2, para o qual a Petrobras deve receber propostas em 14 de fevereiro.
A Petrobras está buscando dois FPSOs para Marlim para revitalizar as operações no antigo processo de desenvolvimento da Bacia de Campos e substituir sete plataformas de produção mais antigas instaladas no campo que processam cerca de 78.000 barris por dia de petróleo e 1,1 milhão de metros cúbicos por dia de gás natural.
O FPSO Marlim I produzirá 80.000 bpd e 7 MMcmd, enquanto o FPSO Marlim II processará 70.000 bpd e 4 MMcmd.
Ambos serão fretados por 25 anos e devem entrar em produção em 2022 e 2023, respectivamente.
A Petrobras também deverá receber ofertas em meados de março por 16 coletores submarinos, incluindo 10 para manipular a produção e seis para fazer parte da infraestrutura de injeção de água, para uso no projeto de revitalização de Marlim.
Os dois FPSOs darão vida nova às operações de Marlim, depois que a Petrobras garantiu uma extensão do contrato para continuar produzindo no campo até 2052.
A prorrogação do contrato permitirá à Petrobras produzir adequadamente a partir da descoberta da Brava, uma acumulação do pré-sal descoberta há alguns anos em profundidades maiores dentro da vedação de Marlim.
A Petrobras já garantiu direitos preferenciais de licitação para o Norte de Brava, uma área unitável próxima que será oferecida aos investidores juntamente com outros quatro blocos em novembro de 2019, na sexta rodada do pré-sal do país.