Minas Gerais apresentou uma iniciativa para atrair investidores internacionais de exploração de lítio na região do Vale do Jequitinhonha.
A campanha, chamada de Lithium Valley, é conjunta com o governo federal e tem como objetivo posicionar a região como centro produtor de um dos minérios críticos da transição energética. O lítio é um componente essencial das baterias e a demanda esperada pelo mercado tem previsão de triplicar até o fim da década com a eletrificação dos transportes.
O governo do Estado aposta na iniciativa para não só transformar uma das regiões mais pobres do país, mas também para contribuir com a descarbonização mundial e muito mais. Com a intenção de gerar notoriedade, a campanha foi apresentada na sede da Nasdaq, na Times Square, em Nova York.
A região conta com 45 jazidas de lítio no nordeste do estado, o que poderia aumentar em mais de 20 vezes a produção nacional, segundo as estimativas do governo mineiro.
A medida além de gerar uma transformação na região, ainda promete trazer segurança jurídica e objetivar critérios de regras rígidas para a preservação do meio ambiente.
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O Chile, que é o país com as maiores reservas comprovadas de lítio e um dos menores custos para a obtenção do mineral, acaba de apresentar uma nova política nacional para a exploração do lítio. O país exigirá participação estatal em futuros projetos de exploração, o que gerou incerteza nos investidores. As ações das duas companhias que produzem lítio no país despencaram mais de 20% no dia seguinte ao pronunciamento do presidente Gabriel Boric.
Minas Gerais quer oferecer uma alternativa atraente para os investidores e permitir que o Vale do Lítio seja competitivo na exploração do lítio.
O Brasil está de braços abertos para empresas de todo o mundo. Temos a convicção de que o desenvolvimento do setor de mineração não prescinde do setor privado”, afirmou Vitor Saback, secretário nacional de mineração do Ministério de Minas e Energia.
Segurança jurídica é um ponto chave na oferta do governo para a atração de investidores. Há pouco mais de um ano, o governo mineiro vem trabalhando na campanha Vale do Lítio e, agora, espera que as licenças ambientais sejam agilizadas com a apresentação da campanha.
O objetivo do governo é potencializar o Vale do Jequitinhonha, desmitificando a mineração, que é considerado um ponto mais sensível quando se trata do setor no Brasil, sobretudo em Minas Gerais. “O que não resolve a vida de ninguém é o minério ficar eternamente enterrado”, disse o governador mineiro, Romeu Zema.
A campanha Vale do Lítio não apresentou muitos detalhes, mas terá o envolvimento da agilização das licenças ambientais e também estudos para eventuais investimentos em infraestrutura.
Critérios objetivos também serão priorizados para oferecer mais segurança aos investidores. A campanha ainda proporciona um exemplo de sucesso no Vale do Lítio. A empresa Sigma Lithium acaba de inaugurar sua produção comercial de lítio na região, depois de mais de uma década estudando o potencial da região e R$ 1,2 bilhão em investimentos.
A companhia deve despachar do Porto de Ilhéus o primeiro carregamento de 15 mil toneladas ainda este mês. “Vamos produzir lítio suficiente para 617 mil carros elétricos [anualmente]”, afirmou a CEO Ana Cabral-Gardner. Com as expansões previstas para os próximos anos, a estimativa é que esse total seja multiplicado por três.
A Sigma Lithium afirma ser a primeira produtora de lítio verde do mundo, com a utilização de toda a eletricidade na planta proveniente de fontes renováveis.
Toda a água utilizada também é 100% reciclada na etapa de purificação do lítio, o que não envolve agentes químicos. Os rejeitos são empilhados a seco e depois são exportados para a recuperação dos minerais residuais, que têm valor comercial. Diversas outras companhias estão realizando estudos geológicos e desejam seguir o mesmo caminho da Sigma.
Embora os salares chilenos tenham maior concentração de lítio e custos mais baixos para produção do mineral em comparação ao Vale do Lítio, a aposta é que as credenciais de sustentabilidade façam a diferença.
Ativistas ambientais afirmam que a atividade pode interferir na disponibilidade de água em uma região que já é desértica, que é um dos motivos que levou o Chile a rever sua política de exploração do minério. O Brasil, por sua vez, quer contribuir com a descarbonização mundial e pretende fazê-lo com integridade, transparência e previsibilidade, afirma o secretário nacional de mineração do Ministério de Minas e Energia.