Um naufrágio com mais de 2.600 anos foi recuperado por mergulhadores, revelando artefatos e segredos do passado. Essa incrível descoberta proporciona um vislumbre raro do comércio e da vida marítima antiga, trazendo à tona novos mistérios sobre a civilização que perdeu a embarcação.
Uma operação histórica revisitou o naufrágio Mazarrón II, um navio fenício de 2.600 anos que estava submerso a apenas seis pés de profundidade no Mediterrâneo, próximo à cidade de Mazarrón, no sudeste da Espanha.
Esse resgate, meticulosamente planejado e executado, promete revelar novos detalhes sobre a cultura e as técnicas de navegação dos fenícios, um dos povos mercantes mais influentes da antiguidade.
A descoberta do Mazarrón II
O naufrágio foi identificado pela primeira vez em 1994, durante investigações arqueológicas na região. Coberto por uma camada de areia, o navio permaneceu escondido por séculos, protegido das intempéries e do desgaste natural.
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Porém, mudanças recentes na costa, como construções e alterações nas correntes marítimas, comprometeram essa proteção natural.
Com aproximadamente 8 metros de comprimento, o Mazarrón II estava carregado de lingotes de chumbo no momento do naufrágio.
A localização próxima à Playa de la Isla, a apenas 61 metros da costa, contribuiu para sua vulnerabilidade.
Durante anos, o navio foi protegido por uma estrutura metálica, mas estudos conduzidos entre 2017 e 2019 revelaram que essa proteção estava afundando, ameaçando esmagar o naufrágio.
O desafio do resgate
Em 2023, um plano de resgate foi traçado por uma equipe liderada pelo arqueólogo Carlos de Juan, da Universidade de Valência.
“Os destroços sobreviveram por séculos, mas agora é hora de garantir que possamos continuar a desfrutar deste bem cultural”, afirmou De Juan.
Entre setembro e novembro de 2024, uma equipe de 14 mergulhadores dedicou 560 horas para mapear detalhadamente o naufrágio e desmontá-lo peça por peça.
Cada fragmento foi cuidadosamente transportado para o Museu de Arqueologia Subaquática em Cartagena, onde passará por um longo processo de conservação e reconstrução.
O processo de conservação
No laboratório, o trabalho minucioso de conservação já começou. O primeiro passo envolve a remoção do sal impregnado na madeira, seguido pela aplicação de resinas que preencherão as partes deterioradas.
Após esse tratamento, as peças serão congeladas para evitar deformações adicionais antes de serem remontadas.
Esse processo, estimado em pelo menos quatro anos, é essencial para garantir a integridade do Mazarrón II e permitir sua exposição em um museu, tornando-o acessível ao público e preservando sua história para futuras gerações.
A importância do Mazarrón II
O Mazarrón II é um dos raros exemplos de naufrágios praticamente intactos da era fenícia. Esse grupo de comerciantes marítimos, que habitou a costa oriental do Mediterrâneo entre 1500 e 300 a.C., desempenhou um papel crucial na disseminação de conhecimento e bens culturais entre diferentes civilizações.
Agustín Díez, historiador da Universidade de Valência, destacou o potencial do navio para revelar informações valiosas:
“Ele nos dirá que tipos de madeira foram usados para construir o barco, onde foi construído, como era a navegação na época, além de processos de degradação e contaminação em águas rasas.”
Além disso, o estudo do Mazarrón II pode ajudar a entender melhor a dinâmica do comércio fenício, incluindo rotas comerciais, tipos de carga e as tecnologias empregadas para construir embarcações duradouras e eficientes.
Contexto histórico
A importância dos fenícios na história marítima é inegável. Mestres na navegação e no comércio, eles conectaram regiões distantes por meio de suas rotas marítimas, transportando mercadorias como metais, tecidos e cerâmica.
Suas técnicas avançadas de construção naval influenciaram civilizações contemporâneas e posteriores, deixando um legado que ainda fascina os arqueólogos.
O Mazarrón II complementa outro naufrágio encontrado na mesma área, conhecido como Mazarrón I. Descoberto em 1993 e resgatado em 1995, o Mazarrón I foi preservado e exposto ao público em 2005, no Museu Nacional de Arqueologia Subaquática.
Eu gosto de ver obras de arquiologia descoberta por naufragio sde navios do seculo 14 para cima.