Juros muito altos e dificuldades na concessão de financiamentos leva a Mercedes a tomar medidas
No começo do ano, a Mercedes-Benz já previa uma queda do mercado de veículos comerciais para 2023 em consequência da introdução do Euro 6 – um sistema definido como um conjunto de normas que regulamentam para emissão de poluentes para motores a diesel –, que prejudica principalmente a produção de caminhões.
Ao longo deste 1º trimestre, por conta de juros muito altos e dificuldades na concessão de financiamentos, a montadora alemã observou uma demanda muito menor que o esperado inicialmente. Dessa forma, a Mercedes sofre vários impactos negativos, tais como superprodução, estoques elevados, excedente de pessoal e aumento de custos fixos.
Os resultados e desempenho nos três primeiros meses de 2023 ainda não foram divulgados. Entretanto, Marcello Larussa, diretor comercial do banco da empresa, garantiu que o desempenho melhorou tanto frente ao trimestre inicial de 2022 quanto em relação ao número fechado do ano.
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Corte de produção com férias coletivas parciais
Em boletim informativo, a Mercedes-Benz anuncia que os níveis de estoque precisam ser reduzidos, assim como o volume de produção previsto para o ano de 2023, ajustado para a menor demanda de mercado. O excedente de pessoal durante todo o ano, em razão da redução dos volumes de produção, também precisa ser amenizado.
Nessa perspectiva, a empresa realizou em abril uma parte do corte de produção com férias coletivas parciais. Além disso, semanas curtas de trabalho que estão programadas para este mesmo mês. Todavia, outras medidas ainda precisam ser adotadas.
É importante lembrar que a Mercedes-Benz Caminhões e Ônibus anunciou uma reestruturação de sua fábrica de caminhões e chassis de ônibus em São Bernardo do Campo (SP), que resultaria na demissão de 3,6 mil trabalhadores e na terceirização de parte da operação. A medida, anunciada em setembro do ano passado, foi atribuída à pressão de custo e à transformação da indústria automobilística.
Adoção de um turno único de trabalho na fábrica de caminhões
Entre as medidas que a Mercedes-Benz ainda deseja implantar para conter a superprodução e os altos estoques, está a adoção de um turno único de trabalho na fábrica de caminhões por um período de 2 a 3 meses.
Para que a mudança seja feita, a montadora alemã discutiu a necessidade de adoção do turno único na produção de caminhões a partir de maio com o Sindicato na semana passada. Assim, a empresa espera a permissão para implantar essa medida e também deseja encontrar mais soluções viáveis para o restante do ano.