Cidade é agora oficialmente a Capital Nacional das Startups. Com mais de 780 startups, o local gera milhares de empregos e atrai talentos e empresas. O ecossistema de tecnologia continua a crescer, posicionando a cidade como o “Vale do Silício brasileiro”.
Você consegue imaginar um local no Brasil que rivalize com o famoso Vale do Silício dos Estados Unidos? Pois é, enquanto muitos associam inovações tecnológicas ao exterior, uma cidade brasileira está desafiando essa percepção e conquistando um espaço de destaque global.
Um verdadeiro polo de startups, que vem atraindo talentos e investimentos de todo o país e até do mundo. Mas como esse fenômeno começou? E por que essa cidade está sendo comparada a uma das regiões mais inovadoras do planeta?
Oficialmente, o Brasil tem o seu Vale do Silício. A cidade de Florianópolis foi reconhecida em 2024 como a Capital Nacional das Startups, após a publicação da Lei Federal 14.955, sancionada no dia 2 de setembro. Esse título concedido à capital de Santa Catarina marca um ponto importante no cenário de inovação e tecnologia do país.
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O crescimento exponencial das chamadas startups, empresas jovens que desenvolvem modelos de negócios inovadores e altamente replicáveis, transformou Florianópolis em um verdadeiro epicentro de empreendedorismo.
Conforme o Passo a Passo Empreendedor, Florianópolis abriga atualmente 676 startups, e esse número sobe para 782 se considerarmos a região metropolitana.
No total, essas empresas geram mais de 50 mil empregos diretos e indiretos, consolidando o município como um ambiente fértil para tecnologia e inovação. Com 7,4 startups para cada 1000 habitantes, a cidade se destaca pela proporção de empresas em relação à população, um índice superior até a grandes centros como São Paulo.
Fatores por trás do sucesso: uma convergência entre talento e inovação
Para entender como Florianópolis chegou ao patamar de “Vale do Silício brasileiro”, é essencial analisar uma série de fatores convergentes.
Historicamente, a cidade possui uma forte cultura empreendedora, que foi potencializada nas décadas de 80 e 90 com a criação de empresas de tecnologia como Digitro, Softplan e Intelbras.
Essas empresas não só atraíram mão de obra qualificada para a região, mas também influenciaram a oferta de cursos nas universidades locais, que começaram a preparar os estudantes para atender à crescente demanda por profissionais de tecnologia.
De acordo com o canal Passo a Passo Empreendedor, instituições como a UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), a UDESC (Universidade do Estado de Santa Catarina) e o IFSC (Instituto Federal de Santa Catarina) desempenham um papel crucial na formação de talentos.
Esses centros de ensino não só fornecem mão de obra altamente qualificada, como também atraem estudantes de todo o país interessados em cursar áreas como engenharia, ciência da computação e tecnologia da informação.
A importância do setor público e privado na ascensão de Florianópolis
Outro fator que contribuiu significativamente para o desenvolvimento do ecossistema de startups foi o apoio do setor público.
O governo catarinense, por meio de iniciativas como o CCI (Programa Catarinense de Inovação) e o Badesc Inova, ofereceu incentivos fiscais e linhas de crédito especiais para empresas tecnológicas. Essas ações foram essenciais para atrair novos empreendimentos e possibilitar que startups pudessem florescer.
Mas o papel do setor privado também foi fundamental. Grandes corporações locais, como a RD Station, desempenham um papel de destaque no fomento do empreendedorismo. A RD Station, por exemplo, é responsável por um dos maiores eventos de empreendedorismo do Brasil, o RD Summit.
Além disso, empresas tradicionais começaram a investir pesadamente no desenvolvimento de novas startups, oferecendo não apenas capital financeiro, mas também infraestrutura, conhecimento e uma rede de contatos. Segundo o canal Passo a Passo Empreendedor, esse movimento é semelhante ao que ocorreu no Vale do Silício original.
Qualidade de vida atrai talentos e empresas
O estilo de vida em Florianópolis também é um dos motivos que atraem profissionais e empresas. A cidade combina um excelente ambiente de negócios com uma qualidade de vida invejável, sendo conhecida por suas belas praias, segurança e custo de vida mais acessível que os grandes centros como São Paulo e Rio de Janeiro.
Além disso, a famosa Rota da Inovação, a rodovia SC-401, que antigamente era conhecida por ligar o centro às praias, agora se tornou o ponto de conexão das principais startups da cidade. Grandes empresas tecnológicas, como a Celta e a Miditec, estabeleceram-se ao longo dessa rota, impulsionando ainda mais o crescimento da região como um polo de inovação.
Florianópolis: uma referência em tecnologia B2B
Um dos pontos que faz de Florianópolis um destaque nacional é a especialização das suas startups. Cerca de 75% das empresas locais são focadas no modelo B2B (Business to Business), oferecendo soluções tecnológicas para outras empresas.
Um exemplo de sucesso é a Decora, que desenvolve modelos 3D de móveis para grandes companhias e foi vendida por 100 milhões de dólares em 2018 para a americana Creative Drive, destacando-se como uma das maiores transações no mercado de startups do Brasil.
Essa cultura de inovação e empreendedorismo fez com que Florianópolis se tornasse referência não só no Brasil, mas também fora dele, atraindo cada vez mais investidores e talentos para a região. O setor de tecnologia local cresceu 7% em 2023, um dos maiores índices do país, ficando atrás apenas do estado do Ceará.
O futuro do Vale do Silício brasileiro
Com todos esses fatores em jogo, Florianópolis está posicionada para crescer ainda mais nos próximos anos. Mas a grande questão é: será que o Brasil verá o surgimento de negócios multibilionários, assim como aconteceu no Vale do Silício original? A resposta pode estar mais próxima do que imaginamos. Afinal, o que o futuro reserva para a “Ilha do Silício”?