Contratos para exploração de petróleo, em águas ultra profundas no pré-sal, vão render aos cofres do Brasil 285 mil milhões de dólares em 10 anos
O Brasil precisará de 27 FPSO entre 2022 e 2031 para desenvolver suas reservas de hidrocarbonetos offshore sob o regime de partilha de produção, segundo estudo publicado ontem, 25 de novembro, pela estatal Pré-Sal Petróleo (PPSA).
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Cerca de US$ 33 bilhões serão necessários para contratar e implantar as plataformas durante um período de 10 anos, enquanto outros US$ 29 bilhões precisarão ser investidos em sistemas submarinos mais US$ 37 bilhões em 416 poços offshore, de acordo com o relatório.
Contratos de partilha de produção incluem blocos exploratórios, campos de petróleo e gás em águas ultra profundas do Pré-sal
Os contratos de partilha de produção incluem blocos exploratórios e campos de petróleo e gás localizados dentro do polígono do pré-sal, uma área de 150.000km2 localizada ao largo da costa sudeste do país.
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Criada em novembro de 2013, a PPSA é responsável pela gestão de contratos de partilha de produção, comercialização de petróleo e gás natural, e representando o país em acordos de unificação (necessários quando um campo de hidrocarbonetos ultrapassa os limites de um contrato de partilha de produção e se sobrepõe a um contrato de concessão ou transferência de direitos).
Hoje são 20 áreas contratadas sob o regime de produção compartilhada: Búzios (volumes excedentes), Itapu, Libra, Mero, Sul de Gato do Mato, Nordeste de Sapinhoá, Noroeste de Sapinhoá, Sudoeste de Sapinhoá, Norte de Carcará, Bacalhau Norte, Peroba, Alto de Cabo Frio Oeste, Uirapuru, Dois Irmãos, Três Marias, Saturno, Titã, Pau-Brasil, Sudoeste de Tartaruga Verde e Aram.
De acordo com os últimos dados do regulador da ANP, os campos ativos de partilha de produção (Búzios, Nordeste de Sapinhoá, Noroeste de Sapinhoá, Sudoeste sapinhoá e Mero) produziram 440.000bep/d em outubro, o equivalente a 17% do volume total do pré-sal brasileiro, que chega a 2,64 milhões de barris de óleo equivalente por dia (Mbep/d).
A PPSA estima que a produção de contratos de partilha de produção chegará a 3,48Mbep/d em 2031, volume dos quais 70% corresponderão a projetos com declaração de comercialidade já formalizada. Estes incluem, por exemplo, os quatro sistemas finais de produção do campo de Mero da petrolífera estatal Petrobras (o FPSO Guanabara, Sepetiba, Marechal Duque de Caxias e Alexandre de Gusmão), que devem entrar em operação entre 2022 e 2025.
Nos próximos 10 anos, a produção acumulada dos contratos está estimada em 8,2 bilhões de barris (Mb) de petróleo. Desse total, a participação acumulada do Governo Federal será de aproximadamente 1.500Mb, o que representaria US$ 116 bilhões em receita, segundo o relatório.
Em 2031, a média diária de produção de todos os contratos será de aproximadamente 3,5 milhões de barris por dia (bpd), o equivalente a dois terços da produção de petróleo do Brasil
Em 2031, a média diária de produção de todos os contratos será de aproximadamente 3,5 milhões de barris por dia (bpd), o equivalente a dois terços da produção nacional estimada pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) para aquele ano. Em 2022, primeiro ano do período analisado nesta edição do estudo, a parcela de óleo da União será de 24 mil bpd. Já em 2031, estima-se a produção de cerca de um milhão de barris por dia.
“Hoje, estão em produção quatro contratos e, em setembro, nosso último dado, a parcela da União foi de 11 mil barris de óleo por dia. Estamos falando em ter um milhão de barris por dia em dez anos. E o mais importante: o estudo prevê que 70% da produção acumulada até 2031 virá de áreas que já possuem declaração de comercialidade. O cenário é muito promissor”, diz Gerk.
O estudo projeta ainda que até 2031 os contratos de Partilha de Produção irão gerar uma arrecadação de US$ 92 bilhões de dólares em royalties e de US$ 77 bilhões em Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL). Somando a perspectiva de arrecadação de US$ 116 bilhões com a comercialização da parcela de óleo da União, a receita total estimada para os cofres públicos é de US$ 285 bilhões, em 10 anos.
Ao todo, estima-se a contratação de 27 FPSOs (navios plataformas) e 416 poços.
Para o desenvolvimento das atividades no Polígono do Pré-Sal, estão previstos investimentos de US$ 99 bilhões até 2031. Deste total, US$ 33 bilhões deverão ser aplicados em plataformas de produção; US$ 37 bilhões em poços; e US$ 29 bilhões em sistemas submarinos.
Ao todo, estima-se a contratação de 27 FPSOs (navios plataformas) e 416 poços.
Acesse o estudo Estimativas de Resultados nos Contratos de Partilha de Produção