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Indústria da construção naval tentará diálogo com o Governo Federal para retomar contratos Petrobras e voltar a gerar empregos

Escrito por Flavia Marinho
Publicado em 11/05/2021 às 12:15
Atualizado em 19/05/2021 às 10:14
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Reativação dos estaleiros de construção naval parados no Rio de Janeiro vai gerar 30 mil vagas de emprego diretas e cerca de 100 mil indiretas

Eis que surge uma esperança para a indústria da construção naval brasileira! Um grupo de profissionais experientes no setor se reuniu e criou o Projeto Emerge, que propõe uma revitalização no setor naval. A ideia será apresentada ao Governo Federal e promete virar a página da Lava Jato, retomando as obras nos estaleiros e, por conseguinte, gerando muitas vagas de emprego, inclusive no ramo do petróleo e gás se a Petrobras voltar a fazer pedidos no Brasil.

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Apesar de contar com excelentes profissionais, o Brasil, atualmente, enfrenta uma crise no setor naval e temos que nos deparar com estaleiros prontos para trabalhar, mas que se encontram praticamente parados e/ou largado às traças. As obras, que poderiam ser feitas aqui, estão sendo realizadas em Singapura e na Coreia.

O Projeto Emerge vem para mudar essa realidade. As articulações começaram em 2019. Depois de muito estudos e debates, o grupo se diz pronto para a etapa de “diálogo e convencimento da classe política.”

“A gente precisa, de alguma maneira, virar a página da Lava Jato. Porque a atividade não é corrupta. Tem que mudar essa imagem, recuperar a credibilidade”, afirma Reiqui Abe, graduado em Engenharia Mecânica Naval nos anos 1970 e um dos líderes do projeto.

Segundo a Dieese, a Lava Jato deixou 4,4 milhões de trabalhadores desempregados no Brasil

A operação Lava Jato levou ao desemprego 4,4 milhões de trabalhadores no Brasil, haja vista que muitos contratos de obras foram interrompidos entre a Petrobras e empreiteiras envolvidas no esquema de corrupção, afirma a pesquisado Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Os setores mais afetados com a operação foram o de petróleo, gás e construção civil e a indústria naval, que entra nessa conta, uma vez que os estaleiros eram usados principalmente para reparo e construção de embarcações, e plataformas e para atividades logísticas relacionadas à extração e refino de petróleo.

Além disso, o país teria deixado de receber R$ 172 bi em investimentos, destes, R$ 47,4 bilhões seriam em arrecadação de impostos e R$ 20,3 bilhões seriam para contribuições sobre a folha.

Apesar do Projero Emerge soar idealista, para o especialista não há outra saída. “O que é preciso é mudar a política industrial do atual Governo Federal. A atividade naval pode ajudar muito, criando empregos. E mais: vai ter que fabricar motores, bombas, e isso movimenta a indústria como um todo. A gente vai sensibilizar a classe política para dar emprego e fortalecer a indústria através da atividade naval”, diz.

Na lista de prejuízos pós-Lava Jato, podemos citar os milhões pagos mensalmente pela Petrobras para manter estaleiros parados. Só o estaleiro Inhaúma, no Caju, custa à petroleira brasileira R$ 5 milhões mensais, conforme informação repassada em off ao Brasil de Fato.

Associação Brasileira de Engenharia de Construção Naval Onshore e Offshore apoia o Projeto Emerge

O Projeto Emerge foi fundado em 2016 pelo engenheiro Mauricio Almeida, e possui, atualmente, 65 anos de idade “e 46 de beira de cais”, contando com o apoio da Associação Brasileira de Engenharia de Construção Onshore e Offshore Naval (Abecom)

“Eu não sou contra a Lava Jato, só acho que não deveriam ter tirado as obras do Brasil. O que está errado é passar 100% das obras para a Ásia porque os executivos dos estaleiros roubaram. Na Renault, no Japão, o principal executivo foi acusado de roubo e corrupção, e lá não fecharam as portas impedindo que se comprasse carro”, afirma Almeida.

Segundo o engenheiro, a Lava Jato repetiu uma fórmula que já tinha produzido efeitos desastrosos na década de 1980. À época, investigações de desvio de dinheiro na Superintendência Nacional da Marinha Mercante (Sunaman) mancharam a imagem do setor e paralisaram obras pelo Brasil.

Reativação dos estaleiros parados no Rio de Janeiro vai gerar 30 mil vagas de emprego diretas e cerca de 100 mil indiretas

Embora a Lava Jato tenha causado estragos em estaleiros em todo o Brasil, Reiqui Abe diz que o Projeto Emerge concentrará suas ações inicialmente no estado do Rio de Janeiro.

O novo governador Cláudio Castro (PSC), substituto de Wilson Witzel (PSC), é o “responsável” pelo otimismo do grupo, visto que, no discurso de posse, prometeu dialogar com o Governo Federal sobre a criação de emprego no estado a partir da reativação dos estaleiros parados.

“Como no passado o núcleo da atividade naval foi o Rio, a ideia é começar aqui, para que a partir desse exemplo sejam reativados o Estaleiro Atlântico Sul (EAS), assim como o de Rio Grande [da empresa Engevix], da Bahia [Odebrecht], e todos os demais”, explica.

Conforme a estimativa de Reiqui Abe, a concretização dessa promessa significaria imediatamente 30 mil empregos diretos e quase 100 mil indiretos. “E sem muito investimento. Porque no Caju tem estaleiro pronto. Em Niterói, também”, afirma. Vale ressaltar que um esforço parecido também está ocorrendo no setor Automobilístico do Brasil também.

Para mais vagas e notícias no setor Portuário, Indústria Naval e Mercante, acesso o site da NPE – Naval, Porto e Estaleiro.

Flavia Marinho

Flavia Marinho é Engenheira de Produção pós-graduada em Engenharia Elétrica e Automação, com vasta experiência na indústria de construção naval onshore e offshore. Nos últimos anos, tem se dedicado a escrever artigos para sites de notícias nas áreas da indústria, petróleo e gás, energia, construção naval, geopolítica, empregos e cursos, com mais de 7 mil artigos publicados. Sua expertise técnica e habilidade de comunicação a tornam uma referência respeitada em seu campo. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal.

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