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Fim da escassez de mão de obra no agro: China vai criar ‘humano robô’ capaz de trabalhar como agricultor

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 19/04/2025 às 19:03
Robô humanoide chinês promete transformar a agricultura, com IA e precisão, ajudando a colher chá e reduzir a dependência de mão de obra humana.
Robô humanoide chinês promete transformar a agricultura, com IA e precisão, ajudando a colher chá e reduzir a dependência de mão de obra humana.

Tecnologia de robôs humanoides está prestes a revolucionar a agricultura, prometendo uma transformação profunda no campo. As máquinas podem substituir funções humanas essenciais nas lavouras.

A agricultura chinesa está prestes a entrar em uma nova era com a introdução do robô humanoide Xunxiao, desenvolvido para atuar diretamente nas lavouras.

Apresentado pela mídia estatal da China, o robô foi visto em ação colhendo chá no sul do país, demonstrando habilidades que vão além da simples automação: ele se move como um humano, interage com o ambiente e executa tarefas agrícolas com precisão surpreendente.

Dotado de uma aparência antropomórfica completa — com cabeça, braços, pernas e até dedos articulados — Xunxiao representa um salto tecnológico para o setor agroindustrial.

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O robô foi flagrado usando chapéu de palha e carregando uma cesta de bambu, enquanto colhia brotos frescos de chá ao lado de agricultores humanos.

Inteligência artificial no campo

O projeto é fruto de uma parceria entre a startup chinesa Youibot e a Universidade Jiaotong de Xi’an, reconhecida por sua excelência em engenharia e inovação.

Xunxiao utiliza inteligência artificial avançada para identificar, selecionar e colher apenas os brotos de chá mais adequados para o consumo, uma tarefa que exige delicadeza e atenção.

Para isso, o robô conta com sensores de alta sensibilidade nas mãos, capazes de interpretar texturas, formas e resistência das plantas com precisão quase humana.

Essa tecnologia permite que ele não apenas replique movimentos humanos, mas também execute decisões em tempo real com base em dados sensoriais complexos.

Segundo os engenheiros responsáveis pelo desenvolvimento, o grande diferencial de Xunxiao está em seu sistema de navegação.

Ele é capaz de gerar mapas tridimensionais do ambiente onde está inserido, o que possibilita se locomover com segurança por terrenos irregulares, escadas e até entre grandes grupos de pessoas.

O impacto da automação no mercado agrícola

A escassez de mão de obra no setor agrícola chinês é um problema crescente, impulsionado pelo envelhecimento da população e pela migração de jovens para os centros urbanos.

Nesse cenário, robôs como Xunxiao surgem como uma resposta tecnológica e estratégica para manter a produtividade no campo.

A tendência não é exclusiva da China.

Em países como Japão e Coreia do Sul, a agricultura inteligente — que une robótica, IA e análise de dados — já é realidade e vem sendo aprimorada ano após ano.

A introdução de robôs humanoides, no entanto, é uma inovação mais ousada, que se diferencia das tradicionais máquinas agrícolas automatizadas.

Especialistas apontam que, se a tecnologia for escalável e financeiramente viável, ela poderá revolucionar a forma como alimentos são produzidos, aumentando a eficiência, reduzindo perdas e, principalmente, aliviando a dependência de mão de obra humana para tarefas repetitivas.

Robôs com corpo e cérebro

Diferente de tratores inteligentes ou drones de pulverização, Xunxiao foi projetado para ser uma extensão do corpo humano no campo.

Sua aparência humanoide não é apenas estética, mas funcional: ela permite que o robô realize tarefas que exigem movimentos delicados e interação com utensílios pensados para mãos humanas.

A decisão de humanizar a forma do robô também tem implicações sociais e culturais.

Na China, o respeito pela tradição agrícola é profundo, e a presença de uma máquina que imita o comportamento de um trabalhador rural pode ser mais bem aceita do que tecnologias frias e impessoais.

Além disso, a humanização da tecnologia facilita a integração com os trabalhadores humanos, reduzindo a resistência e promovendo uma convivência mais harmônica entre homem e máquina.

O futuro da agricultura com robôs humanoides

O lançamento do Xunxiao ainda é experimental, mas as imagens divulgadas indicam que a China está determinada a se tornar referência na aplicação de robótica de ponta ao agronegócio.

Embora ainda existam desafios, como o custo de produção e a adaptação a diferentes tipos de culturas e climas, o avanço é considerado promissor.

Segundo o jornal estatal Global Times, o Xunxiao deve continuar sendo aprimorado para lidar com uma variedade maior de tarefas agrícolas, como o plantio, poda e até mesmo o monitoramento de pragas.

A expectativa é que, nos próximos anos, esse tipo de robô esteja presente em diversas regiões do país, ajudando a garantir a segurança alimentar de uma população que ultrapassa 1,4 bilhão de pessoas.

Além disso, o projeto pode inspirar outros países a investir em soluções semelhantes, especialmente em regiões que enfrentam problemas com escassez de trabalhadores no campo, como o Brasil e os Estados Unidos.

Tendência global: automação agrícola inteligente

De acordo com o relatório da consultoria MarketsandMarkets, o mercado global de robótica agrícola deve ultrapassar US$ 20 bilhões até 2028.

A demanda por soluções que reduzam a dependência humana e aumentem a precisão no manejo das lavouras cresce ano após ano.

Entre os segmentos mais promissores estão colheitadeiras autônomas, sistemas de irrigação inteligentes e, agora, robôs humanoides como o Xunxiao.

A China, ao liderar esse movimento, pode não apenas resolver seu próprio desafio agrícola, mas também abrir caminho para a exportação de tecnologia e influência nesse novo ramo da agricultura global.

Apesar do entusiasmo, pesquisadores alertam que a transição para uma agricultura robótica precisa ser feita com planejamento.

Questões como manutenção, segurança, ética e impacto sobre o emprego rural devem ser consideradas para evitar desigualdades e rupturas sociais.

Você acha que robôs humanoides podem substituir completamente os trabalhadores rurais ou eles devem ser apenas uma ajuda complementar nas lavouras? Deixe sua opinião nos comentários e participe da conversa!

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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