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Dejetos humanos passarão a ser ‘explodidos’ para a fabricação de fertilizantes e energia

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 29/04/2022 às 23:00
Atualizado em 30/04/2022 às 17:31
energia fertilizantes dejetos humanos
Foto: Pixabay

Produção de energia e fertilizantes para agriultura agora pode ser feito com o uso de dejetos humanos em uma estação na Austrália

Buscando reduzir as emissões de carbono e economizar dinheiro, a Australia abriu uma fábrica que tem a capacidade de converter dejetos humanos em fertilizantes para a agricultura e energia limpa.  Toda a estrutura de gaseificação de biossólidos está localizada na Estação de Tratamento de Águas Residuais de Loganholme, em Logan City, Queensland, na Austrália

O projeto custou um total de U$ 20 milhões, cerca de R$ 100 milhões na cotação atual. De acordo com o conselho da empresa, a estação tem a capacidade de “explodir” os dejetos humanos com um calor extremamente elevado. 

O produto final de todo esse processo é o biocarvão inodoro. O produto poderá ser usado para a fabricação de fertilizantes na agricultura e produção de energia. “O processo de gaseificação envolve biossólidos (lodo de esgoto) sendo desaguados, secos e tratados em altas temperaturas. O calor gerado a partir do processo é então capturado e usado na fase de secagem.” destaca a empresa. 

Antes do processo de reaproveitamento dos dejetos ser instalado, os caminhões levavam os dejetos para outro local para serem reaproveitados como fertilizante de baixo teor. Com o novo projeto, a cidade australiana acredita que terá um retorno de cerca de U$ 1 milhão. 

A economia de custos operacionais e os créditos de carbono devolverão quase US$ 1 milhão anualmente à cidade de Logan, enquanto um novo fluxo de receita será criado a partir das vendas de biocarvão”, declarou o conselho da empresa. Além disso, é esperado que a operação deve resultar na redução de até 6.000 toneladas de carbono por ano. 

Uso matéria organica para produzir energia não é novo

A ideia de reaproveitar matéria orgânica ou resíduos em processos industriais e outras iniciativas não é uma novidade. Em fevereiro do ano passado, por exemplo, foi anunciado que uma instalação de biogás na costa sul da Inglaterra. A instalação tem a capacidade de fornecer eletricidade a uma fábrica operada pela fabricante dinamarquesa de turbinas eólicas Vestas. 

Boa parte dos países, principalmente os países de primeiro mundo, estão trabalhando para zerar as emissões de carbono. Porém, nem todo mundo está confiante que o mundo está preparado para abandonar de vez os combustíveis fósseis.  

Nesta semana, Bill Winters, CEO da Standard Chartered, afirmou que é ridículo e ingênuo acreditar que conseguiremos zerar as emissões de carbono. “Bem, em primeiro lugar, isso não vai acontecer e, em segundo lugar, seria muito perturbador. A ideia de que podemos fechar as torneiras e acabar com os combustíveis fósseis amanhã é obviamente ridícula e ingênua”, destacou. 

O CEO foi ainda mais polêmico ao afirmar que todas essas mudanças, como o investimento em energia limpa, seriam boas para o meio ambiente, mas ruim em outros pontos. “Ruim para guerras, revoluções e vida humana, porque você teria… estragos”. Destacou. 

Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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