Mario Ruiz-Tagle, CEO da Neoenergia, ressaltou o potencial do Brasil no ramo de tecnologias elétricas durante conferência que visa ampliar táticas corporativas e alavancar inovações em energia limpa
O futuro do Brasil diante do crescimento de demanda global por energia limpa, em meio a um quadro de expansão de novas tecnologias e descarbonização. Eis o tema de destaque da Neoenergia, empresa privada do setor elétrico no painel “Os setores de serviços e seguros: novas oportunidades verdes”, durante o Congresso Mercado Global de Carbono – Descarbonização e Investimentos Verdes”, ocorrido no Rio de Janeiro, nesta quarta-feira (18). “O Brasil se vê num momento espetacular, histórico. Pois atualmente o mundo é demandante de tecnologia verde”, destacou Mario Ruiz-Tagle, CEO da empresa, referência empresarial na transição de energia no Brasil, onde está já há 25 anos.
Ruiz-Tagle ainda reiterou o passado de investimentos da Neoenergia em tecnologias renováveis e a expectativa de avanços em recursos em expansão no país, como, por exemplo, a energia eólica offshore e o hidrogênio verde.
O parque eólico de debute da empresa privada, Neoenergia Rio do Fogo, no Rio Grande do Norte, iniciou sua operação em 2006 e foi a primeira operação criada com capital do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia. Hoje são 44 parques em funcionamento e em construção, a acrescentar capacidade eólica total de 1,5 GW, destacando-se a Neoenergia Oitis, situada entre o Piauí e a Bahia.
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Assista ao vídeo para entender mais sobre energia limpa:
Fora isso, a Neoenergia hoje está na dianteira em estudos acerca de hidrogênio verde e afins: exemplo é o projeto piloto no Porto de Suape (PE), em parceira junto ao governo estadual. Produzido recorrendo à energia limpa, sem emissões de gases do tipo efeito estufa, essa é uma aposta em nível global a fim de agilizar a descarbonização industrial.
Na conferência, o CEO da Neoenergia voltou a enfatizar que o combustível tem tudo para ser usado como alternativa mais limpa para a frota dos veículos considerados pesados.
“Pela primeira vez começamos a ver um fenômeno que vai marcar o futuro, o hidrogênio verde, que poderá vir a ser transportador, e estenderá cada vez mais as fronteiras da energia limpa no Brasil”, disse o CEO, que pontuou ainda a relevância da regulação na conjuntura de inovações tecnológicas.
O trabalho da Neoenergia na visão do CEO Ruiz-Tagle
O desenvolvimento de renováveis na Neoenergia nos anos recentes seguiu a tendência de projetos para estimular a tecnologia e as potencialidades locais. Mencionado por Mario Ruiz-Tagle no evento, um exemplo é a exibição da Siemens Gamesa, companhia que detém fábrica na Bahia e é provedora de turbinas eólicas para parques como Neoenergia Chafariz da Paraíba.
A execução de ações referentes ao desenvolvimento sustentável das áreas é uma das estratégias da empresa em todos os seus programas, que se desdobram por 18 estados brasileiros.
Dentre os investimentos no que diz respeito à descarbonização, além da expansão da energia limpa, encontra-se o impulso à infraestrutura para o crescimento de mobilidade sustentável. Ruiz-Tagle exemplifica o projeto Corredor Verde, integrado ao Programa de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da Neoenergia, que é conduzido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
A empresa instalou a maior eletrovia do Nordeste: 18 estações entre Salvador, Bahia, e Natal, Rio Grande do Norte. O intuito, segundo Ruiz-Tagle, é suscitar “confiança nos consumidores quanto ao principal questionamento: a segurança do veículo elétrico. Hoje, a principal problemática é se é possível percorrer muito com um veículo elétrico”.
Mercado de carbono e energia limpa
O CEO da Neoenergia tratou, também, das oportunidades de compensação na emissão mediante o uso de energia renovável. A usina hidrelétrica Teles Pires (PA/MT), regulada pela companhia, está em condição para emitir créditos de carbono por meio do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) e tem realizado contratações com empresas nacional e estrangeiras, como da Índia e da Holanda, desde o início do negócio em 2015.
A Neoenergia negocia, ademais, Certificados de Energia Renovável relacionados à geração hidráulica e eólica da parte de seus empreendimentos. Cada MWh que uma usina de energia limpa cadastrada gera equivale a 1 I-REC.
Segundo Mario Ruiz-Tagle, por causa do potencial do Brasil no contexto de transição de energia, o país pode ter protagonismo na 27ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, marcada para este ano, no Egito, onde serão debatidos o futuro da campanha de neutralidade de carbono e o subsídio de ações de adaptação climática.