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Cemitério de navios: O impactante estaleiro de Chittagong onde gigantes dos MARES são desmontados com riscos humanos e ambientais

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 20/01/2025 às 01:28
Cemitério de navios: O impactante estaleiro de Chittagong onde gigantes dos MARES são desmontados com riscos humanos e ambientais
O estaleiro de Chittagong, em Bangladesh, é o maior cemitério de navios do mundo, onde gigantes de aço são desmontados. Apesar de gerar empregos, o local enfrenta críticas por condições desumanas e graves danos ambientais.

Mais de 230 navios gigantes chegam anualmente ao cemitério de navios em Chittagong, gerando milhões de toneladas de aço reciclado, mas às custas de condições desumanas, exploração infantil e graves danos ambientais.

Um gigante de aço, que navegou pelos oceanos por décadas, terminando seus dias encalhado em uma praia. Em Chittagong, Bangladesh, isso é mais do que uma metáfora – é uma realidade diária. Este estaleiro, considerado o maior “cemitério de navios” do mundo, desmantela essas embarcações colossais, mas a que custo? Por trás do aço reciclado, há histórias de exploração humana e impacto ambiental devastador.

O ciclo de vida dos gigantes dos mares

Navios têm uma vida útil média de 30 anos. Depois disso, o custo de manutenção supera os benefícios. Quando chegam a esse ponto, as empresas precisam decidir: modernizar ou enviar o navio para sucata.

A reciclagem de navios, quando bem feita, é sustentável. Grande parte das embarcações pode ser reaproveitada, desde o aço até componentes eletrônicos. No entanto, em lugares como Chittagong, a reciclagem ganha contornos preocupantes.

Chittagong: O maior cemitério de navios do mundo

Todos os anos, centenas de navios chegam a Chittagong para serem desmontados e reciclados. O trabalho é feito diretamente na praia, sem a infraestrutura adequada, o que coloca em risco tanto os trabalhadores quanto o meio ambiente.
Todos os anos, centenas de navios chegam a Chittagong para serem desmontados e reciclados. O trabalho é feito diretamente na praia, sem a infraestrutura adequada, o que coloca em risco tanto os trabalhadores quanto o meio ambiente.

Nos anos 1960, barcos encalhados deram início a essa prática. Na década de 1980, Chittagong consolidou-se como o principal destino de desmantelamento de navios. Hoje, mais de 230 embarcações chegam anualmente, produzindo milhões de toneladas de aço reciclado.

A atividade gera empregos para centenas de milhares de pessoas, mas a um custo elevado. Muitos trabalhadores enfrentam condições perigosas, enquanto o meio ambiente sofre com a contaminação.

O processo de desmantelamento de navios

O processo deveria ser simples: retirar combustíveis e produtos químicos, desmontar componentes eletrônicos, e cortar o navio em partes para reciclagem. Mas, em Chittagong, a ausência de docas secas permite que contaminantes vazem diretamente no solo e no mar.

O desmantelamento inadequado expõe trabalhadores a substâncias tóxicas, causando problemas respiratórios, musculares e até mortes. Em 2017, pelo menos nove pessoas morreram no estaleiro, mas nenhuma responsabilidade foi assumida.

Um futuro sustentável?

A Convenção de Hong Kong, criada em 2009, busca padronizar o desmantelamento de navios. Contudo, a adesão ainda é baixa, especialmente em países como Bangladesh, onde o custo de operação é uma prioridade.

Alguns locais, como o estaleiro Aliaga, na Turquia, mostram que é possível realizar o desmonte de forma sustentável, com respeito ao meio ambiente e aos trabalhadores.

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Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 3.000 artigos publicados no CPG. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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