Cada uma deterá 50% das ações da joint-venture e em seu portfólio de 11 usinas para focar na produção de etanol e açúcar. Mais de 10.000 pessoas estão empregadas na BP Bunge Bioenergia atualmente
A trading norte-americana de produtos agrícolas Bunge e a britânica Energy BP assinaram acordo para formar uma joint-venture de etanol de cana-de-açúcar no Brasil, anunciaram as companhias na segunda-feira, coincidindo com o balanço de as exportações recordes de milho, segundo o balanço do governo.
A BP combinará seus empreendimentos brasileiros de biocombustíveis e bioenergia com os da Bunge. A entidade autônoma, BP Bunge Bioenergia, terá 11 usinas de biocombustíveis no Brasil, com 32 mi t de capacidade de moagem por ano. Produzirá etanol e açúcar. A Bunge disse que receberá recursos em dinheiro de US $ 775 milhões como parte do acordo. A BP pagará ao comerciante US $ 75 milhões e a joint venture assumirá US $ 700 milhões de dívida sem recurso associada aos ativos da Bunge.
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O novo diretor executivo da Bunge, Gregory Heckman, disse que o acordo “nos permite reduzir nossa exposição atual à usinagem de açúcar, fortalecer nosso balanço e focar em nossos principais negócios”.
A empresa procurou focar em grãos, sementes oleaginosas e ingredientes alimentícios. A Bunge saiu do mercado de açúcar no ano passado, mas foi forçada a suspender uma oferta pública inicial do setor brasileiro de açúcar devido à falta de interesse dos investidores.
A Bunge apostou mais de US $ 1 bilhão em demanda de açúcar e etanol combustível em 2010, quando adquiriu a Moema, uma operadora brasileira de usinas de açúcar. Mas o investimento teve dificuldades porque o mau tempo piorou a safra de cana, os preços do açúcar caíram e Brasília pressionou o preço da gasolina, um combustível concorrente para o etanol de cana-de-açúcar. A Bunge anunciou pela primeira vez que estava explorando uma venda das usinas deficitárias quatro anos atrás.
Enquanto isso, algumas das principais empresas de petróleo e gás do mundo estão tentando expandir a produção de estoques de combustíveis líquidos mais ecológicos, uma vez que apostam na demanda contínua por combustíveis, particularmente para transporte, como caminhões pesados e aviões.
“Os biocombustíveis serão uma parte essencial da transição energética”, disse Bob Dudley, diretor executivo da BP. “O Brasil está liderando o caminho para mostrar como eles podem ser usados em escala, reduzindo as emissões do transporte”.
A joint venture, sediada em São Paulo, também gerará energia renovável gerada por biomassa de resíduos de cana-de-açúcar para abastecer os locais com qualquer excedente vendido à rede brasileira.
Em 2018, os negócios da BP e da Bunge produziram um total de cerca de 2,2 bilhões de litros de etanol equivalente. Ambas as entidades empregam mais de 10.000 pessoas no Brasil.
Os biocombustíveis criam emissões de carbono semelhantes aos combustíveis fósseis quando queimados. Mas eles são considerados mais verdes porque são produzidos a partir de material orgânico que absorveu dióxido de carbono da atmosfera.
Hoje, nos EUA e na Europa, os biocombustíveis são tipicamente consumidos pela mistura de pequenas quantidades com os tradicionais estoques de combustíveis fósseis líquidos. Mas dois terços dos carros no Brasil operam com etanol.
O acordo deverá ser concluído no quarto trimestre de 2019.