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10 metros de comprimento, 8 metros de envergadura e menos de 7 toneladas: conheça Haolong, a futura nave espacial da China

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 14/11/2024 às 18:57
nave espacial da China
Foto: Reprodução

Haolong, a nave espacial da China, promete alta capacidade e eficiência com 10 de comprimento e menos de 7 toneladas

A China está decolando em direção ao futuro da exploração espacial com uma inovação que promete revolucionar o transporte de suprimentos para a estação espacial Tiangong: o Haolong. Essa nave espacial da China carga, com 32 pés de comprimento e 26 pés de envergadura, é projetada para ser reutilizável e fazer a diferença em termos de custo e sustentabilidade. Mas, o que faz o Haolong tão especial? Vamos explorar isso de maneira mais profunda.

Uma nova era no transporte com a nave espacial da China

O Haolong é um projeto de vanguarda, desenvolvido pelo Chengdu Aircraft Design and Research Institute sob a orientação da Aviation Industry Corporation of China (AVIC). Sua principal característica é a reutilização.

Ao contrário dos atuais navios de carga como o Tianzhou, que são descartáveis, o Haolong é projetado para ser lançado ao espaço e retornar de forma reutilizável, como um avião pousando em uma pista de aeroporto. Isso representa um grande passo no avanço das tecnologias espaciais, não só pela inovação, mas também pela redução significativa dos custos.

Imagine a situação cotidiana de um transporte terrestre. Se você fosse usar um caminhão para transportar materiais de um ponto a outro, mas tivesse que descartar o caminhão após cada viagem, os custos seriam absurdos, certo?

É aí que o conceito de reutilização entra, trazendo uma economia significativa. O Haolong busca replicar esse tipo de economia no espaço, fazendo com que cada missão seja mais acessível e eficiente.

Design aerodinâmico e inovador

O design do Haolong é um espetáculo à parte. Com fuselagem de nariz rombudo e grandes asas delta inclinadas para trás, ele é uma fusão entre uma espaçonave e uma aeronave. A ideia é que o Haolong seja lançado ao espaço no topo de um foguete, mas ao retornar, ele fará um pouso horizontal, muito parecido com um avião pousando no aeroporto. Isso não só aumenta a eficiência operacional, mas também simplifica o processo de recuperação e manutenção do veículo, permitindo que ele seja reutilizado em missões subsequentes.

Comparado aos veículos atuais da China, como o Tianzhou, o Haolong é bem menor e mais leve, pesando menos de 7 toneladas, enquanto o Tianzhou atinge até 31 toneladas. Essa redução de peso significa que o Haolong pode ser lançado com menos combustível, o que não só reduz o custo, mas também torna as operações mais ecológicas. Em termos simples, ele é mais barato e mais verde. Isso é um grande avanço para as ambições de longo prazo da China de garantir uma presença contínua e econômica no espaço.

Mais capacidade para a estação Tiangong

A estação espacial Tiangong, que já desempenha um papel importante no programa espacial chinês, será beneficiada de maneira significativa pelo Haolong. Espera-se que Tiangong cresça nos próximos anos, com a adição de novos módulos. Com isso, a necessidade de um transporte de carga eficiente, regular e de baixo custo se torna ainda mais urgente. O Haolong entrará em cena para garantir que a estação receba suprimentos como alimentos, equipamentos científicos e até carga experimental de forma contínua.

O melhor de tudo é que, graças à sua capacidade de realizar pousos horizontais, o Haolong poderá atracar de forma autônoma na Tiangong, entregando diretamente os materiais que a estação precisa. Após a entrega, ele sairá da órbita e retornará à Terra, pousando em uma pista designada. Essa abordagem aumenta a flexibilidade e a frequência das missões, permitindo que a estação Tiangong seja abastecida com mais regularidade. E, claro, uma nave reutilizável permite um número maior de missões, o que é essencial à medida que a estação se expande e novas missões científicas começam a exigir mais recursos.

A reutilização no contexto global

O conceito de espaçonaves reutilizáveis não é exclusivo da China. Nos Estados Unidos, por exemplo, a Sierra Space está desenvolvendo o Dream Chaser, uma nave espacial de carga reutilizável projetada para missões na Estação Espacial Internacional (ISS). Assim como o Haolong, o Dream Chaser também combina elementos de uma aeronave e uma nave espacial, facilitando seu pouso horizontal.

O que essas duas naves têm em comum é o fato de representarem uma mudança no paradigma de operações espaciais. Antes, tínhamos que construir uma nova nave a cada missão, o que tornava tudo mais caro e complicado. Agora, com naves reutilizáveis como o Haolong e o Dream Chaser, as missões espaciais podem ser mais acessíveis e frequentes, sem comprometer a segurança ou a eficiência.

O que esperar do Haolong?

À medida que o Haolong ganha mais destaque, sua importância vai além da China. Ele representa um grande passo na direção de operações espaciais sustentáveis, e sua adoção pode moldar o futuro da logística espacial global. Se ele se mostrar bem-sucedido, pode até abrir caminho para novas colaborações internacionais ou acirrar a competição no setor.

Em um cenário mais amplo, o sucesso do Haolong poderia mudar a maneira como os países e empresas comerciais pensam sobre o transporte espacial. Ele pode até inspirar outras nações a investir mais pesadamente em tecnologias reutilizáveis, o que, em última análise, é um benefício para todos nós. A sustentabilidade é uma preocupação crescente, e ao reduzir os custos operacionais e melhorar a eficiência, o Haolong pode se tornar um modelo para o futuro das missões espaciais.

A China, com seu Haolong, está dando um passo significativo rumo a um futuro mais sustentável e econômico na exploração espacial. A nave promete transformar a maneira como suprimentos são entregues à estação espacial Tiangong, garantindo sua operação contínua e expandindo suas capacidades. Mas não é só a China que está mirando nesse futuro: o mundo todo está de olho em inovações como o Haolong para tornar a exploração espacial mais acessível e eficaz.

Se você pensa que o futuro da exploração espacial ainda está muito distante, o Haolong prova que estamos mais perto do que imaginamos. Afinal, o espaço não é mais um lugar distante – ele está logo ali, esperando para ser desbravado de maneira mais inteligente e eficiente.

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Charles
Charles
15/11/2024 02:26

Não há nenhuma novidade nesse projeto chinês. Os EUA já criaram, usaram e tornaram obsoletos os ônibus espaciais há quase três décadas. A única possível novidade é que este equipamento deverá ser operado sem tripulação. Deve-se ainda observar que, assim como nos ônibus espaciais americanos, este equipamento deverá ser lançado através de foguetes não reutilizáveis.

Danio
Danio
Em resposta a  Charles
15/11/2024 08:11

É isso aí Charles!!!!
Os EUA já há décadas lançaram os ônibus espaciais….
A China replica sempre os avanços cientificis existentes
Considerando-se as diferenças e novidades tecnológicas entre elas,são válidas essas concorrências.
Concordo que esse descarte no espaço, desses foguetes transportadores, é que são um grande problema,ocasionando o lixo espacial….

Markos Ferryr
Markos Ferryr(@marcosviny_thebest)
Member
Em resposta a  Charles
15/11/2024 08:36

É novidade sim no programa espacial chinês, embora isso já tenha sido feito por outros é novo na China que tem sua própria estação espacial e isso sim é um grande feito diante do mundo…

Gomes
Gomes
Em resposta a  Charles
15/11/2024 19:58

🤣🤣🤣 que besteira, babação de bola de americanos 🤣🤣🤣 tem alguma diferença de uma espaçonave americana de 65 toneladas para uma de 7 toneladas?🤣🤣🤣

Ess
Ess
15/11/2024 03:30

Não há nenhuma surpresa. Os ônibus espaciais americanos já fizeram isso várias vezes.
Algumas poucas diferenças como não ter tripulantes. Gastar menos combustível e gerar menos lixo é um fator de proporção como dimensões e peso. Não esqueçamos das limitações operacionais.

José Carlos Sá
José Carlos Sá
15/11/2024 09:10

Fato:A ciência e pesquisa avançaaaaando na china.

Mario
Mario
15/11/2024 09:59

Aos sempre presentes adoradores dos EUA, lembrem-se que embora eles tenham criado e usado por anos os ônibus espaciais, ocorreram acidentes que acabaram enterrando aquele projeto. Foguetes auxiliares de combustível sólido que não podiam ser desligados enquanto não terminam de queimar, projeto mal feito dos anéis de vedação desse propulsores, revestimento de placas de cerâmica que falhavam, camada externa de espuma sólida que se desprendeu e danificou as placas… E por aí vai… Na época o ônibus espacial soviético Buran, provou ser capaz de fazer tudo também sem tribulação e seus boosters eram de combustível líquido, podendo ser desligados ao menor sinal de perigo. Hoje os principais avanços norte americanos são da iniciativa privada e convenhamos que a China é a única nação que tem sua própria estação espacial. Sua tecnologia de infraestrutura e construção civil já é de longe a melhor do mundo. Em breve suas forças armadas serão as mais poderosas, simplesmente porque projetam e constroem a um ritmo impressionante. Também a despeito das sansões ocidentais, não irá demorar muito o momento em que conseguirão alcançar sozinhos a tecnologia de processadores de 2 ou menos nanômetros, se igualando ou até mesmo ultrapassando o ocidente nesse quesito. Não tenho dúvidas que até 2030 a China será a nação mais rica, poderosa e com muitíssimo menos desigualdades sociais no mundo. Eles buscam soberania, a mesma coisa que os EUA tentam impedir que outros países alcancem, interferindo em seus governos e financiando golpes… Pesquisem quantas bases militares os EUA tem espalhados pelo mundo para intimidação e quantas tem a China… Já disse um dos maiores filósofos e pensadores da atualidade…
“Os EUA são uma experiência social fracassada”.

Claudio
Claudio
Em resposta a  Mario
15/11/2024 11:59

concordo amigo. Diga-se de passagem que o Buran foi trazido de volta a Terra por controle remoto, sem pilotos da antiga União Soviética. Um fato notável da tecnologia comunista da época, coisa que na mesma ocasião os americanos não tinham.

José Leandro Pastore
José Leandro Pastore
Em resposta a  Mario
15/11/2024 14:38

A China tá usando avanços tecnológico que todos já conhecem e não tem tanta melhora que justifique a propaganda enganosa toda aí não

Herold
Herold
Em resposta a  Mario
15/11/2024 14:45

Certeza que grita Lula livre
Os ônibus espaciais tinham todos esses problemas mas foram feitos a quase 50 anos atrás meu querido, e desigualdade social? Realmente países socialistas tem menos desigualdade, todos são pobres iguais. A e o Buran, não sei c reparou uma certa semelhança com o ônibus espacial “bem pouca né “ , ou foi uma tentativa de copiar ou provavelmente um projeto roubado dos americanos, coisa que acontecia muito na época

Hosana Filomeno
Hosana Filomeno
Em resposta a  Mario
15/11/2024 21:11

Concordo plenamente com o que o Mário escreveu

Pedro
Pedro
Em resposta a  Mario
15/11/2024 21:13

EUA é o câncer do planeta!

Cleber
Cleber
Em resposta a  Mario
16/11/2024 17:18

Kkkkkkkkkkkkk você mora na China??? Ou vai mudar quando????

José Milome
José Milome
15/11/2024 10:14

A China copia mas não faz igual.
Muitos comentários menosprezam o projeto Chinês, dizendo que a China está copiando um projeto que os americanos já descartaram. O projeto dos ônibus espaciais foi interrompido por conta de muitos problemas, inclusive fatais.
A China pegou o conceito e o aprimorou,
concebendo um veículo de carga que pode transportar carga e astronautas de forma autônoma

Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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