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Usina de urânio e fosfato no interior do Ceará acaba de superar mais uma etapa, Ibama concedeu aceite para o empreendimento e obras podem começar ainda em 2022

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 21/03/2022 às 12:42
usina de urânio - fosfato - Ceará - IBAMA - obras
Em maio, deverão ser realizadas audiências públicas sobre o empreendimento. Próximo passo é a obtenção da licença ambiental prévia. Obras podem começar ainda em 2022 – crédito: DDN

A usina de urânio e fosfato em Santa Quitéria, interior do Ceará, está um passo mais próxima de se tornar realidade após o aceite concedido pelo Ibama. A unidade contará com investimentos de R$ 2,3 bilhões

O projeto da usina de urânio e fosfato em Santa Quitéria, no interior do Ceará, está dando mais um passo após o Ibama conceder um aceite para o empreendimento nesta sexta-feira (18). O aceite garante que o processo tenha um avanço até a obtenção das próximas licenças. Um aceite se trata de um ato cambial pelo qual o sacado concorda em acolher a ordem incorporada pelo título de crédito.

Após aceite do Ibama projeto passará por audiências públicas  

De acordo com Raphael Turri, gerente de saúde, segurança e meio ambiente da Galvani, empresa que compõe o consórcio Santa Quitéria junto à INB, o aceite do Ibama para o empreendimento é formal e será utilizado para iniciar análise do estudo de impacto ambiental da usina de urânio e fosfato.

Agora, a entidade irá verificar se o relatório e o estudo de impacto ambiental estão atendendo a todos os requisitos que foram demandados no termo de referência. O aceite do empreendimento no Ceará não significa aprovação da licença para o projeto, mas representa um passo importante para que a licença ambiental prévia seja analisada.  

Após o aceite, haverá um prazo de cerca de 2 meses para que sejam realizadas audiências públicas em relação ao projeto da usina de urânio e fosfato, para que sejam colhidas sugestões, críticas e questionamentos por parte da sociedade. A expectativa é que essas audiências sejam realizadas já em maio. De acordo com o gerente, a expectativa da empresa é de começar as obras do empreendimento no Ceará no final deste ano ou no início do próximo.  

Empreendimento terá investimento aplicado de R$2,3 bilhões  

A projeção é que as obras de construção do empreendimento no Ceará durem cerca de dois anos, caso sigam o cronograma sem nenhum imprevisto, e suas operações devem começaro fim de 2024 ou início de 2025.

O projeto estima receber R$ 2,3 bilhões em investimentos, gerando empregos para mais de 5 mil pessoas. De acordo com Alessandra Barreto, coordenadora de licenciamento e projetos da INB, o rito do licenciamento ambiental do Ibama conta com três etapas: a primeira, onde se obtém a licença prévia, a segunda que é a licença de instalação, e a terceira, que vem após a construção, onde há um processo para a licença de operação. Essas etapas devem estar alinhadas com o licenciamento nuclear, pois o empreendimento no Ceará é de usina de urânio e fosfato.  

Usina produzirá um milhão de toneladas por ano de fertilizantes de fosfato

A estimativa é de que seja produzido um milhão de toneladas por ano de fertilizantes de fosfato, o que pode garantir cerca de 25% do que é consumido pelo Norte e Nordeste. Também serão produzidas 200 mil toneladas de asfalto bicálcico por ano, além de 2,3 mil toneladas de concentrados de urânio, garantindo a autossuficiência do país.  

A usina de urânio e fosfato é muito relevante nos planos do Governo Federal de amenizar a dependência do Brasil na importação de fertilizantes, pois impasses na obtenção de produtos desse tipo tem impactado no agronegócio em uma crise que vem assolando o país desde antes mesmo da guerra entre Rússia e Ucrânia. A unidade precisará de 855 m³ de água por hora, volume que sairá de uma adutora que ainda será instalada na região, pelo governo do Estado. A adutora ainda está em fase de obtenção do licenciamento e as obras devem durar até um ano e meio.

Materiais produzidos na unidade serão transportados para duas rotas. O urânio será levado para o porto do Pecém, onde será exportado para enriquecimento e voltará ao país para ser utilizado nas usinas de Angra, no Rio de Janeiro. O outro caminho será o porto de Mucuripe, aonde serão levados fosfatos para a produção de fertilizantes.  

Este conteúdo foi escrito com base nas informações divulgadas originalmente por Victor Ximenes do Portal Diário do Nordeste.

Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

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