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Tramontina adota biometano e substitui gás natural para reduzir impacto ambiental

Escrito por Paulo H. S. Nogueira
Publicado em 22/09/2025 às 14:55
Estrutura industrial de processamento com tubulações e reservatórios sob céu parcialmente nublado ao meio-dia.
Instalações industriais modernas em operação sob um céu parcialmente nublado durante o meio-dia.
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Tramontina adota biometano em fábricas no Rio Grande do Sul e reforça sua estratégia de sustentabilidade com redução significativa de emissões de carbono.

A busca por alternativas sustentáveis na matriz energética brasileira cresce de forma contínua e consistente. Nesse contexto, a notícia de que a Tramontina adota biometano em duas unidades industriais no Rio Grande do Sul representa não apenas um avanço tecnológico, mas também um marco simbólico para a indústria nacional.

Assim, mais que uma simples decisão estratégica, a mudança simboliza a transição para uma economia de baixo carbono e conecta a tradição industrial gaúcha às exigências do futuro.

Historicamente, a indústria brasileira manteve forte ligação com combustíveis fósseis. Desde a década de 1980, o gás natural se consolidou como alternativa mais limpa em relação ao carvão e ao óleo combustível.

Entretanto, mesmo com essas vantagens, o gás natural permanece como fonte não renovável e responsável por emissões de gases de efeito estufa. Por essa razão, alternativas como o biometano conquistam cada vez mais espaço no debate sobre o futuro energético.

O biometano surge a partir da decomposição de resíduos orgânicos, como restos de alimentos, lixo urbano e dejetos agrícolas. Além disso, apresenta propriedades químicas semelhantes às do gás natural, o que permite sua utilização em diversas aplicações industriais.

Contudo, a grande diferença está no impacto ambiental. Segundo estimativas da própria Tramontina, a substituição reduz cerca de 310 toneladas de carbono por mês, o que comprova a potência dessa escolha e reforça a urgência de sua adoção.

Sustentabilidade como critério de competitividade

O movimento de substituição energética da empresa acontece justamente em um cenário no qual a sustentabilidade deixou de ser apenas discurso e passou a representar critério de competitividade real.

Atualmente, consumidores valorizam produtos fabricados com responsabilidade ambiental, enquanto investidores avaliam de forma cuidadosa as práticas empresariais ligadas à descarbonização. Dessa forma, quando a Tramontina adota biometano, ela não apenas reduz sua pegada de carbono, mas também fortalece sua posição no mercado internacional.

Nesse processo, a Ultragaz atua como fornecedora e parceira estratégica. Ela estruturou um modelo off-grid, ou seja, fora das redes tradicionais de gasodutos, realizando o transporte em caminhões movidos pelo próprio biometano.

Assim, a logística garante autonomia e reforça a circularidade da solução. Com capacidade instalada de 66 mil metros cúbicos de gás por dia, a Ultragaz assume papel central na transição energética de indústrias.

Além disso, o passo da empresa gaúcha possui valor simbólico para o Rio Grande do Sul, estado historicamente marcado por indústrias de base, metalurgia e agronegócio.

Nesse sentido, ao adotar o combustível renovável, a Tramontina abre caminho para que outras indústrias locais avaliem sua viabilidade e fortaleçam um ecossistema produtivo mais sustentável.

Impacto ambiental e economia circular

O impacto ambiental positivo do biometano merece atenção especial. Pesquisas demonstram que mil metros cúbicos de gás natural liberam em média 2,1 toneladas de dióxido de carbono equivalente.

Em contrapartida, o biometano, quando considerado em ciclo completo, não gera emissões líquidas. Isso ocorre porque o carbono liberado em sua queima já circulava previamente na atmosfera antes de ser capturado pelos resíduos orgânicos.

Portanto, o biometano se integra ao ciclo natural do carbono sem acrescentar novas camadas de poluentes.

Além do aspecto ambiental, o projeto se conecta de maneira direta à economia circular. Isso acontece porque a utilização de resíduos urbanos e agrícolas para produção de energia cria uma cadeia mais eficiente, em que o que antes se descartava passa a gerar valor econômico.

Desse modo, a iniciativa fortalece comunidades locais, reduz pressões sobre aterros sanitários e abre novas oportunidades para o setor rural.

O campo, visto por décadas apenas como produtor de alimentos e matérias-primas, assume agora papel estratégico na geração de energia limpa.

O Brasil já acumula experiência relevante no uso de fontes renováveis em sua matriz energética. Desde os anos 1970, com o Proálcool, o país investe em alternativas de biomassa para reduzir dependência de combustíveis fósseis.

Nesse processo, o etanol se consolidou como exemplo mundial de combustível renovável em larga escala. Consequentemente, a introdução do biometano na indústria reforça o protagonismo do Brasil em soluções sustentáveis.

Portanto, o biometano dialoga com diferentes setores ao mesmo tempo. Enquanto atende à indústria, beneficia o agronegócio ao dar destino a resíduos e auxilia municípios na redução de volumes de lixo em aterros.

Essa convergência demonstra que a energia renovável não se limita a uma solução ambiental, mas também se configura como motor social e econômico.

Políticas de sustentabilidade e mercado internacional

Outro ponto relevante é a convergência entre inovação tecnológica e políticas corporativas de sustentabilidade. A Tramontina definiu diretrizes que incluem redução de emissões, uso consciente de recursos e incentivo à economia circular.

Assim, ao colocar em prática um projeto de transição energética, a empresa comprova que não se trata apenas de discurso, mas de estratégias concretas que asseguram a continuidade dos negócios.

Essa postura conversa diretamente com a nova lógica global, na qual empresas resilientes unem eficiência econômica e responsabilidade socioambiental.

No cenário internacional, essa decisão adquire ainda mais relevância. Diversos países aplicam restrições cada vez mais rígidas às emissões de carbono de produtos importados.

A União Europeia avança com mecanismos de ajuste de carbono na fronteira, o que significa que indústrias brasileiras que não se adaptarem correm risco de perder competitividade.

Portanto, a Tramontina se antecipa a esse movimento e reforça sua posição diante de possíveis mudanças regulatórias.

Além disso, a decisão inspira outras empresas. Marcas pioneiras em novas tecnologias geralmente abrem caminhos para concorrentes e parceiros.

Assim, ao mostrar que é viável adotar o biometano sem comprometer eficiência e competitividade, a Tramontina envia um sinal claro ao mercado: a transição energética já é possível no Brasil.

Esse posicionamento fortalece sua imagem corporativa e incentiva fornecedores e clientes a seguirem na mesma direção.

Perspectivas futuras para o biometano no Brasil

A médio e longo prazo, especialistas projetam crescimento acelerado do biometano no país. Isso ocorre porque o Brasil possui potencial extraordinário para se tornar um dos maiores produtores mundiais, considerando a enorme quantidade de resíduos orgânicos disponível.

Nesse cenário, a agroindústria gera volumes expressivos de dejetos que podem se transformar em energia. Dessa forma, iniciativas como a da Tramontina não apenas resolvem demandas próprias, mas também amadurecem uma cadeia capaz de transformar o país em referência global em energias renováveis.

Esse potencial ganha ainda mais força diante do cenário internacional de busca por autonomia energética. Muitos países importadores de gás e petróleo enfrentam incertezas geopolíticas que impactam preços e fornecimento.

Portanto, ao expandir cadeias de produção de biometano, o Brasil pode garantir segurança energética interna e até exportar tecnologia e soluções.

Essa estratégia fortalece sua imagem como líder em sustentabilidade e amplia sua presença em negociações internacionais sobre clima e energia.

Em síntese, quando a Tramontina adota biometano, ela assume postura de responsabilidade ambiental que dialoga com sociedade, consumidores e planeta.

Essa escolha, ainda que localizada em duas unidades no Rio Grande do Sul, carrega impacto simbólico muito maior. Afinal, ela representa um novo capítulo da indústria brasileira, que começa a deixar para trás a dependência de combustíveis fósseis e se projeta rumo a um modelo mais sustentável e competitivo.

Portanto, a transição energética se consolida como um dos maiores desafios do século XXI.

Empresas que compreendem essa urgência e transformam discurso em prática ocuparão posição de destaque na construção de um futuro limpo, resiliente e inclusivo.

Assim, a iniciativa da Tramontina vai muito além de uma simples substituição de combustível, pois integra uma narrativa histórica em que indústria, inovação e sustentabilidade caminham juntas para garantir prosperidade em harmonia com o meio ambiente.

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Biometano no Brasil: Energia Renovável para um Futuro Sustentável | Gás Verde

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Paulo H. S. Nogueira

Sou Paulo Nogueira, formado em Eletrotécnica pelo Instituto Federal Fluminense (IFF), com experiência prática no setor offshore, atuando em plataformas de petróleo, FPSOs e embarcações de apoio. Hoje, dedico-me exclusivamente à divulgação de notícias, análises e tendências do setor energético brasileiro, levando informações confiáveis e atualizadas sobre petróleo, gás, energias renováveis e transição energética.

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