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Empresa desenvolve substituto de derivado de petróleo através de resíduos de árvores. Produto é feito em parceria entre as empresas Vipal Borrachas, Greenway e Suzano Papel e Celulose.
Grande parte do cheiro natural dos eucaliptos é gerado pelo componente da madeira chamado de lignina, sendo este uma espécie de cola natural, que contribui com que a árvore se mantenha em pé. Na indústria de celulose, entretanto, a lignina é um resíduo, que agora será um grande substituto derivado do petróleo através de resíduos de árvores.
Entenda como o substituto de derivado de petróleo com resíduos de árvores foi produzido
A lignina se tornará matéria prima em um desenvolvimento que uniu a empresa gaúcha Vipal Borrachas, de Nova Prata, ao grupo Suzano, gigante na produção de papel e celulose, e a Greenway, divisão de negócios sustentáveis da CYA, distribuidora de produtos químicos no Brasil.
A lignina é considerada um aromático natural, entretanto isso não está ligado ao cheiro de eucalipto. Na química, é uma matéria-prima que possui um anel benzênico. Normalmente, aqueles que são utilizados na indústria são derivados de petróleo. Desta forma, o que a Vipal fez com a matéria-prima da Suzano e a tecnologia da Greenway, foi gerar um substituto de derivado de petróleo totalmente sustentável através de resíduos de árvore.
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Saiba Mais
Além de homologar a matéria-prima, a Vipal possui relação com a origem deste projeto visto que em 2017, a empresa fechou uma parceria com a Suzano e a Universidade de Caxias do Sul (UCS) e começou estudos sobre comportamento da lignina como antioxidante, para buscar meios sustentáveis para substituir as fontes fósseis.
Desses estudos, surgiu a solução que agora está sendo utilizada pela empresa. Segundo o gerente de engenharia de produtos e processos da Vipal, Rodemir Conte, a capacidade de prevenir ou retardar processos de oxidação mostrou, durante as análises, que a lignina poderia ser usada como um antioxidante de fonte natural para a borracha.
Empresas se pronunciam sobre parceria
Segundo Conte, por ter participação no desenvolvimento do substituto de derivado de petróleo desde o começo dos estudos, realizados há 6 anos, a empresa pôde acompanhar a evolução do trabalho, o que permitiu uma avaliação segura da função protetiva da lignina em compostos de borracha para a geração de produtos para reforma de pneus.
A Vipal emprega o Greenlig FR na fabricação de camelback, um composto para acabamento interno, e bandas de rodagem em suas fábricas localizadas em Nova Prata e Feira de Santana (BA).
Segundo o cofundador da Greenway, o químico industrial Henrique Brito, além de contribuir com a sustentabilidade dos produtos Vipal, a inovação com resíduos de árvore contribui com a performance do produto final, visto que tem desempenho parecido com antioxidantes importados e de origem petroquímica. Por possuir fabricação nacional e estoque local, a iniciativa também contribui nas operações logísticas.
Já a gerente de novos negócios da Suzano, Ananda Sá Dias, a lignina pertence à família de bioprodutos desenvolvidos pela Suzano e é uma solução inovadora por ser alternativa a insumos de origem fóssil em usos industriais de alta performance, como a da Vipal. Ananda ressalta que o produto pode ser usado como antioxidante natural em outros usos, como em correias transportadoras, mangueiras, solados de borracha e outros artefatos de borracha.
Sobre a Vipal Borrachas
Fundada na década de 70, em Nova Prata, a Vipal Borrachas é uma das empresas com maior capacidade produtiva do mundo no setor de reforma de pneus. A empresa é líder no Brasil e na América Latina, com mais de 250 reformadores autorizados, sendo mais de 200 no Brasil.
A empresa se tornou uma especialista na indústria de borracha, sendo a única com uma linha completa de reforma e reparos para todos os tipos de pneus. Além disso, disponibiliza produtos para a indústria, pneus de moto e câmaras de ar, além de ainda produzir máquinas para reforma de pneus.
