Repsol Sinopec e PUCRS lançam equipamento pioneiro de captura de CO₂, capaz de armazenar 300 toneladas anuais, impulsionando a descarbonização.
A Repsol Sinopec, em colaboração com a PUCRS, inaugurou um dispositivo inovador visando a captura direta do CO₂ presente na atmosfera. Este equipamento é capaz de armazenar até 300 toneladas anuais do gás, representando um passo significativo no processo de descarbonização industrial. A inovação se insere num projeto de larga escala que busca reduzir as emissões globais através de soluções tecnológicas avançadas.
Denominado DAC 300TA, o dispositivo faz parte da iniciativa NET, ou Tecnologia de Emissões Negativas. Este programa é um esforço para diminuir o impacto ambiental causado por diversas fontes geradoras de dióxido de carbono e gás carbônico. A implementação dessas tecnologias é essencial para mitigar o aquecimento global e preservar o meio ambiente. A captura de CO₂ impulsionada por estas soluções reflete o compromisso das empresas envolvidas em buscar alternativas sustentáveis para o futuro do planeta.
Lançamento do DAC 300TA: Inovação na Captura de CO₂
A inauguração do DAC 300TA, que é um equipamento inovador e pioneiro na América Latina em captura direta de CO₂ do ar, sinaliza uma nova era no desenvolvimento de tecnologias que visam a negativação de emissões, ajudando assim a lidar com as mudanças climáticas. Este momento significativo ocorreu na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), localizada em Porto Alegre, e contou com a presença de representantes da Repsol Sinopec Brasil, além de diversos pesquisadores e autoridades do setor. Durante o evento, os participantes também tiveram a oportunidade de visitar o local onde o DAC 300TA foi instalado e conhecer o Laboratório de Tecnologias de Baixo Carbono, já implementado na infraestrutura da instituição.
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Projeto DAC SI: Ambição Global na Redução de Emissões de CO₂
O equipamento DAC 300TA possui capacidade para capturar até 300 toneladas anuais de CO₂, integrando o projeto Direct Air Capture System Integration (DAC SI). Este projeto foi lançado em parceria entre a Repsol Sinopec Brasil e a PUCRS em 2022, e constitui uma parte vital dos esforços de pesquisa direcionados à captura e injeção de carbono no subsolo. Esta iniciativa está diretamente alinhada com a ambição global do Grupo Repsol, que visa alcançar a neutralidade de carbono zero até o ano de 2050. Segundo Cassiane Nunes, gerente de Suporte de Portfólio de Pesquisa da Repsol Sinopec Brasil, ‘O DAC 300TA é um projeto inédito na América Latina, e constitui uma contribuição crucial para a redução do gás carbônico. A tecnologia incluindo a captura de CO₂ reforça nosso compromisso na descarbonização econômica e destaca nosso papel de liderança na transição energética.’
Financiamento e Inovação na PUCRS: Avanços na Captura de CO₂
O projeto, que foi financiado com recursos da cláusula de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação oriundos dos contratos de concessão da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), teve um investimento superior a R$ 60 milhões, englobando tanto pesquisa quanto infraestrutura. A PUCRS atinge a vanguarda das iniciativas de pesquisa em potencial de captura e armazenamento de CO₂ no Brasil, por isso foi escolhida como parceira essencial neste projeto da Repsol Sinopec Brasil. Desde fevereiro, já está em funcionamento o primeiro reator DAC da universidade, com uma capacidade de coleta de 15 toneladas anuais de CO₂, realizando testes em um ambiente tropical com alta umidade e temperaturas, condições pouco estudadas mundialmente.
A Expansão da Capacidade de Captura de CO₂ e Foco em Modularidade
O DAC 300TA irá promover um aumento de capacidade 20 vezes maior na captura direta de dióxido de carbono, e graças à sua modularidade, possibilitará que pesquisas sejam realizadas paralelamente em diferentes materiais adsorventes de CO₂, nas mesmas condições ambientais, gerando resultados que podem ser comparados diretamente. Além disso, estudos para melhorar a eficiência do processo de captura de CO₂ se tornarão mais factíveis. Conforme dados da Agência Internacional de Energia (IEA), atualmente existem 27 plantas de DAC em operação global, entretanto, o DAC SI destaca-se como referência, sendo a primeira unidade na América Latina.
Perspectivas Futuras: Mineralização e Remoção de CO₂
Com o progresso das pesquisas, a tecnologia DAC, quando combinada com a mineralização de CO₂ em basalto, apresenta a possibilidade de ser uma alternativa tecnicamente inovadora para a remoção duradoura de CO₂ atmosférico, contribuindo de maneira substancial para a mitigação permanente e segura das mudanças climáticas. O equipamento DAC 300TA compreende um sistema de 20 reatores, cada um com capacidade anual de captar 15 toneladas de CO₂, que quando organizados em grupos de cinco conjuntos de quatro reatores, atingem uma capacidade de captura de até 300 toneladas.
O Processo Tecnológico de Captura e Armazenamento de CO₂
A tecnologia adotada nos sistemas DAC inclui o uso de ventiladores de grande porte para puxar o ar, que é então direcionado através de filtros internos preenchidos com materiais destinados à adsorção do CO₂, separando este dos demais gases presentes. Na sequência, ocorre o processo de dessorção, que utiliza um sistema de oscilação de temperatura e pressão, permitindo a liberação do CO₂. Após essa fase, o CO₂ concentrado é comprimido e pode ser transportado conforme a necessidade, seja para uso imediato, injeção no subsolo para armazenamento geológico, ou ser utilizado como matéria-prima em novos produtos, como combustíveis sintéticos.
O Potencial do Brasil na Utilização de Energia Renovável para DAC
O Brasil apresenta condições geológicas favoráveis para o armazenamento de CO₂, representadas pela formação Serra Geral, situada na Bacia do Paraná, que é um dos maiores derrames basálticos onshore globalmente. Para assegurar a negativação das emissões, é essencial que a unidade DAC seja alimentada exclusivamente por energia renovável. Dentro deste contexto, o Brasil se destaca por possuir cerca de 80% de sua matriz elétrica advinda de fontes renováveis, proporcionando uma significativa vantagem competitiva para a concretização de tecnologias como a captura de CO₂.
Fonte: Imprensa REPSOL SINOPEC