1. Início
  2. / Economia
  3. / Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF), feito pela IFI, mostra que impactos da guerra, como a alta do petróleo, serão responsáveis pelo aumento da dívida pública do governo
Tempo de leitura 3 min de leitura

Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF), feito pela IFI, mostra que impactos da guerra, como a alta do petróleo, serão responsáveis pelo aumento da dívida pública do governo

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 18/03/2022 às 18:03
Atualizado em 21/03/2022 às 01:05
governo, RAF, petróleo
Foto: Reprodução Google Imagens (via Açucareira Energy)

As consequências da alta do petróleo não são só no bolso do consumidor: segundo o RAF, déficit primário do governo também é afetado

Em decorrência da guerra na Ucrânia, que impactou fortemente o mercado de petróleo e economias globais, o déficit primário, ou seja, a diferença entre as despesas e a receita do governo, com exceção dos juros, que está previsto no Orçamento, deve passar de R$ 76,2 bilhões para R$ 108,1 bilhões. Esta é uma das informações mais importantes do Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF) de março da Instituição Fiscal Independente (IFI), o qual foi divulgado na última quarta-feira, dia 16 de março. No RAF, consta uma análise mensal da conjuntura macroeconômica, das receitas, dos gastos públicos e do ciclo orçamentário.

Além disso, no Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF) deste mês, também foi mostrado outro ponto importante: a inflação permanecerá elevada. Após alcançar 1,01% no mês passado, consagrada a maior taxa para um mês em 7 anos, o índice de preços ao consumidor deve continuar pressionado nos meses seguintes. Nesse sentido, o principal causador é o mais novo reajuste nos valores dos combustíveis (18,7% para a gasolina e 24,9% para o diesel), que foi anunciado pela Petrobras – cujo presidente substituído – como consequência da alta do barril de petróleo no mercado mundial, atitude esta que foi criticada pelo Governo.

De acordo com a Agência Senado, no Relatório de Acompanhamento Fiscal do IFI há os seguintes dizeres: “A fragilidade do quadro fiscal e econômico exacerba-se em um contexto internacional adverso. Os maiores riscos estão concentrados na inflação e, consequentemente, nos juros. Sob o prisma fiscal, a resultante será o aumento da relação dívida/PIB”.

Assim, o RAF do IFI enumera as ações anunciadas ou aprovadas para evitar o prejuízo ao consumidor, como, por exemplo:

  1. A diminuição do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), divulgada pelo governo;
  2. A isenção do PIS/Cofins, com validade prevista para dezembro desde ano;
  3. O Projeto de Lei nº 1.472/2021, que foi autorizado pelo Senado no começo de março e enviado à Câmara dos Deputados. Esse projeto desenvolve a chamada CEP (Conta de Estabilização dos Preços do Petróleo), para diminuir a instabilidade dos preços nos postos de combustíveis. No documento há uma análise primária das consequências do CEP e estuda a possibilidade de ela ser financiada por crédito extraordinário. 

Conforme avaliado pelo IFI, todas as medidas acima devem resultar em perda de arrecadação para estados, municípios e para a União do Governo Federal.

Estão presentes também no relatório do governo as análises da taxa Selic – a qual provavelmente seguirá crescendo para sustentar a inflação –, do desenvolvimento do PIB per capita – que, apesar de ter aumentado no ano passado, ainda está abaixo de 2013, ano em que atingiu seu nível mais alto – e da dívida pública. Esta última teve uma queda de 88,8% para 79,6% do PIB no período de um ano, entretanto, em razão da alta da taxa de juros, a tendência é que ela volte a aumentar, segundo a estimativa do RAF.

Fonte: Agência Senado

Congelamento do preço dos combustíveis da Petrobras e redução do ICMS ganham destaque entre as propostas do Governo Federal para atenuar efeitos da ascensão do valor do petróleo

Com a intensificação do conflito entre Rússia e Ucrânia, preço internacional do petróleo dispara e preocupa líderes mundiais. Com o Governo do Brasil não foi diferente: Jair Bolsonaro discute com o Congresso a possibilidade de congelamento do preço dos combustíveis da Petrobras.

O custo de não acompanhar o salto do preço dos combustíveis no mercado externo seria assumido pela Petrobras. O governo argumenta que, como os custos da Petrobras são em reais e ela emplacou lucro recorde no ano passado, tem condição de segurar o reajuste dos preços nesse período instável. Para ler esta matéria na íntegra, basta clicar aqui.

Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

Compartilhar em aplicativos