Para que a Gerdau consiga avançar no investimentos de mineração em dois municípios de Minas Gerais, será preciso convencer as comunidades locais e ONGs
Um projeto de mineração de ferro de 1,5 bilhão de reais (US $ 283 milhões) da siderúrgica brasileira Gerdau está em risco devido a uma controvérsia ambiental. A empresa planejava investir o montante até o final do ano que vem, ampliando o complexo minerário de Várzea do Lopes nos municípios mineiros de Itabirito e Moeda.
A Gerdau aguardava a anuência dos legisladores estaduais, pois a área está em zona de preservação ambiental e a mineração exige uma mudança na legislação.
O deputado estadual Antonio Carlos Arantes, que apoiava o projeto, dizendo que a área a ser retirada do parque seria de 12,8 hectares ou apenas 0,54% do total da zona protegida, não está mais apoiando o plano.
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O legislador exige que a empresa discuta o assunto com as comunidades locais e ONGs para encontrar uma solução amigável antes que o projeto seja debatido pelos legisladores estaduais.
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A controvérsia surge à medida que aumenta a pressão de investidores e bancos para que as empresas adotem práticas mais amigáveis às ESG (do inglês Governança Ambiental, Social e Corporativa) em todo o mundo. A tendência é forçar as empresas a intensificarem o diálogo com as ONGs e a sociedade em geral.
“O diálogo entre as empresas e sua cadeia de valor está cada vez mais presente nas estratégias e melhores práticas ESG, e tecnologia e inovação tendem a melhorar ainda mais esse engajamento” , disse à BNamericas Tatiana Assali , gerente de relações institucionais do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS). .
Enquanto isso, a Gerdau acredita que vai resolver o problema e seguir em frente com o projeto.
“A Gerdau continua acreditando na importância do projeto, o que significa a possibilidade de investimentos de R $ 1,5 bilhão no estado, mantendo 5 mil empregos diretos e indiretos… Estamos abertos ao diálogo e nos colocamos à disposição da sociedade mineira para construir o melhor solução juntos “, disse a empresa em um comunicado.
O projeto visa manter a mina de Várzea do Lopes operando no mesmo ritmo por mais 10 anos, pois está atingindo o fim de sua vida útil. A empresa se recusou a fornecer dados de produção.
Todo o minério de ferro da mina é usado nas operações de aço da Gerdau. A empresa sediada em Porto Alegre é a maior siderúrgica da América Latina.