Preço do botijão de gás de cozinha dispara e governo e deputados do congresso analisam possíveis soluções para o problema que atinge os mais pobres
O preço do gás de cozinha vem aumentando consideravelmente nos últimos anos, principalmente desde 2019. Com a pandemia e crise econômica, o preço do gás tão essencial para os brasileiros chegou ao seu maior valor da história. Com a população mais carente sendo muito prejudicada, Governo Federal e Petrobrás estão sendo cada vez mais pressionados.
O ano mal tinha começado e o preço do gás de cozinha já tinha batido a sua máxima desde que a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) deu início à compilação dos valores do produto. O IBGE mostrou que, já em 2019, antes da pandemia, cerca de 20% dos domicílios do país usavam lenha ou carvão para cozinhar, totalizando cerca de 14 milhões de residências.
O gás de cozinha faz aumentar os problemas de saúde nos brasileiros. Precisando de lenha para cozinhar, aumenta-se o desmatamento, além de ser muito mais poluidor em relação ao gás de cozinha. O preço do gás disparou em 2019, após o fim do subsídio pago pela Petrobrás desde 2003, início do governo Lula. Todavia, estes não são bem vistos por membros dos setores mais liberais da economia.
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O preço continuou subindo devido à desvalorização cambial. O real foi uma das moedas que mais se desvalorizou no mundo, fazendo com que o preço suba devido à política de preços da Petrobrás, que segue as cotações internacionais. O preço médio do gás de cozinha chegou a incríveis R$ 84 na última semana.
Medidas para conter a subida do preço do gás de cozinha
A alta aumentou as criticas ao Governo Federal, fazendo surgir diversos projetos que visam diminuir o preço médio pago pelos brasileiros pelo botijão de gás de cozinha. Hoje, 28 textos estão em tramitação no Congresso. 8 deles foram apresentados já neste ano. Com isso, os textos no Congresso possuem três possíveis soluções: inclusão no gás na cesta básica, criar um programa social e o tabelamento de preço, medida vista com maus olhos pela Petrobrás e empresas do setor.
Christino Áureo, do PP do Rio de Janeiro, tenta usar o bolsa família para direcionar os valores da isenção do Governo Federal, que foi colocado em vigor no mês de março. O desconto total foi de R$ 2,18 por botijão, porém, o deputado acredita que a isenção acaba beneficiando famílias que têm condição de comprar o botijão de gás. ”Se destinarmos essa renúncia totalmente para o Bolsa Família, daria um desconto de até R$ 30 por botijão“, declarou Christino em longa matéria divulgada pela Folha de São Paulo. Ele endente que dar um pequeno desconto para todos não é a melhor forma de aliviar o bolso dos mais necessitados.
Governo Federal não tem um consenso sobre o tema
A proposta para colocar o botijão no gás na cesta básica iria reduzir a carga de tributária no produto, mas seria necessário convencer os governos a abrirem mão de arrecadação. Um estudo da LCA Consultoria estima que essa atitude faria com que o gás caísse entre 9,1% e 17,3% em todo o país. Enquanto isso, o Governo Federal não entram em um consenso. O Ministério da Economia não vê com bons olhos a adoção de subsídios, enquanto o ministério de Minas e Energia trabalha para buscar soluções ao problema.