A escassez de gás natural fez com que o governo utilizasse óleo diesel, combustível mais caro e mais poluente, em algumas usinas termelétricas do país. A usina Willam Arjona, uma das mais caras, poderá ser alvo da escassez
A escassez de gás natural para abastecer usinas termelétricas levou o governo a pedir autorização para usar óleo diesel, um combustível mais poluente e mais caro, em algumas unidades brasileiras. A mudança criará um valor ainda maior na conta de luz dos consumidores finais.
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Aneel autoriza a troca para o óleo diesel
Nesta terça (17), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), autorizou a troca para o óleo diesel da Termoceará, da Petrobras, que estava paralisada pela falta de gás natural. Com a troca, o custo para a usina gerar energia será de R$ 1.551 por MWh, mais do que o triplo de antes, que não chegava a R$ 440.
A substituição do combustível havia sido solicitada pela Câmara de Regras Excepcionais para a Gestão Hidroenergética (Creg) após uma reunião na semana passada, que desenvolveu uma série de soluções para combater a falta de gás natural para as usinas termelétricas.
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Em relação ao Ceará, o problema é a falta do navio da Petrobras que era utilizado para regaseificar gás na forma líquida, que afeta uma das maiores usinas termelétricas do estado, a Termofortaleza. A terceira maior, Vale do Açu, está recebendo gás natural de outras fontes.
Na autorização para o uso de óleo diesel, nesta terça, a Aneel também determinou que a Petrobras mande um navio, que atualmente está no Rio de Janeiro, para o Ceará.
Entenda o porquê da falta de gás natural nas usinas brasileiras
Além do Ceará, o problema se espalha por outros estados, como resultado da paralisação para manutenção do polo de Mexilhão, um dos principais fornecedores de gás natural do país.
O sistema ficará parado por um mês a partir do próximo dia 29. A Creg também solicitou à Aneel que reconheça a disponibilização de gás natural às usinas como uma prioridade e que determine aos fornecedores que encontrem meios para que o suprimento, incluindo a substituição por óleo diesel, seja possível.
Sendo assim, a Aneel também avalia o pedido da Delta Energia para que o uso de óleo diesel na usina William Arjona no Mato Grosso do Sul, que é uma das mais caras do país, seja permitida. O projeto foi reinaugurado no mês passado, como um apoio contra a crise hídrica, entretanto poderá ficar sem gás natural com a parada do polo.
Mais três usinas podem ficar sem gás natural
De acordo com a Delta, as operações com óleo diesel não tornarão o custo da energia mais cara e que o uso do diesel seria até mais barato. A termelétrica Arjona, foi inaugurada com um custo de geração de R$ 1.741 por MWh, porém hoje esse valor chega a R$ 2.075 por MWh.
Além desta usina, a Creg citou outras três usinas que podem ficar sem gás. A de Araucária, no Paraná, Cuiabá, no Mato Grosso, e Santa Cruz, no Rio de Janeiro. Atualmente elas chegam a um valor de R$ 1.083, R$ 701 e R$ 259 por MWh, respectivamente.