A reoneração dos combustíveis traz benefícios, mas aumento de preços pode atingir famílias mais vulneráveis. Essa foi a avaliação de economistas ouvidos pela Agência Brasil.
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, garantiu que a empresa não estará atrelada à política de preços para diesel e gasolina baseada na Paridade de Preços e Importação (PPI). A reoneração dos combustíveis foi bem-vinda por especialistas, que apontam benefícios como o fortalecimento das políticas públicas relacionadas à seguridade social, além da correção na distorção de subsídios para combustíveis fósseis.
Por outro lado, há um alerta sobre os impactos inflacionários que podem chegar às famílias mais pobres. O presidente da Petrobras garantiu que a empresa seguirá praticando preços do mercado local e não ficará atrelada à política PPI para diesel e gasolina. Essa declaração veio como uma bênção para as famílias mais vulneráveis, que já têm sido afetadas por uma série de impostos nos últimos anos.
A reoneração dos combustíveis foi anunciada pelo Lula. Após o anúncio, que previa aumentos de até R $0,34 na gasolina e R $0,02 no etanol, a Petrobras reduziu os preços.
-
Gasolina a R$ 1,29 e venda em garrafas PET: como brasileiros burlam o sistema para abastecer na Bolívia em meio à crise
-
Gerdau, maior produtora de aço do país, encolhe operações no Brasil: 1.500 demissões, cortes de investimento e foco em expansão nos Estados Unidos
-
Leilão online reúne 39 imóveis em 16 cidades com lances que começam em apenas R$ 70 mil
-
Tarifaço de Trump gera risco para 140 mil empregos no sul do Brasil
Essa medida marca uma reversão à zeragem das alíquotas do PIS e da Cofins para a gasolina, o etanol, o diesel, o biodiesel, o gás natural e o gás de cozinha feita pelo então ex-presidente Jair Bolsonaro no ano passado. É um movimento que tem provocado fortes repercussões na vida de todos os brasileiros.
O governo brasileiro decidiu reequilibrar as contas públicas, reduzindo os subsídios a combustíveis não renováveis.
A economista Juliane Furno, chefe do Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa (IREE), afirmou que a medida não apenas equilibra, mas também reforça a capacidade do estado de promover políticas públicas universais.
Ela destacou que essa decisão garantirá o financiamento da seguridade social, possibilitando o acesso à aposentadoria, auxílios assistenciais e à saúde para todos. De tal forma, indicou que é um passo importante na direção de uma economia de baixo carbono. Assim, o governo brasileiro mostrou-se comprometido com a transição energética, levando em consideração o equilíbrio fiscal e o bem-estar da população.
A economista Juliane Furno alertou que a reoneração total dos combustíveis, anunciada pelo governo, pode ter um impacto inflacionário e penalizar os mais pobres. Ela destacou que uma estratégia gradualista poderia ter sido aplicada para evitar essas consequências.
O professor Marco Antônio Rocha, do Instituto de Economia da Unicamp, concordou com a reoneração dos combustíveis, mas reforçou que o governo perdeu a chance de colocar em debate a política de preços da Petrobras. Ele explicou que a empresa precifica os combustíveis com base no valor internacional do barril de petróleo e não no custo local de produção.
“Acho que o primeiro passo importante seria o governo ter anunciado junto com isso [a reoneração dos combustíveis] o que seria uma nova política de preços da Petrobras“, disse ele. Rocha acrescentou que, embora o preço internacional do petróleo esteja estabilizado no momento, é importante planejar para possíveis mudanças no cenário externo.
A economista Juliane Furno criticou a medida adotada pelo governo para reoneração total dos combustíveis, argumentando que ela “vai ter um impacto inflacionário que pode atingir inclusive a popularidade do presidente”. Já o professor Marco Antônio Rocha apontou que a política de preços da Petrobras merecia ser colocada em discussão no momento da reoneração dos combustíveis.
Comentários fechados para esse artigo.
Mensagem exibida apenas para administradores.