O assombro das investigações de corrupção Lava Jato ainda persegue Odebrecht e Queiroz Galvão que enfrentam uma diminuição da geração de fluxo de caixa e força uma nova onda de reestruturação das dívidas.
A Odebrecht iniciou um processo de reestruturação de um plano para o pagamento de suas dívidas. Inicialmente é voltado para os débitos relacionados aos grandes bancos nacionais e aos detentores de bônus garantidos do grupo. O valor que deve girar em torno de R$ 40 bilhões. A primeira opção da Odebrecht ainda é chegar a um acordo com os bancos, pagando todos os eurobônus internacionais no prazo. A Odebrecht confirmou que está “em negociações constantes com seus bancos de relacionamento”.
Somente o principal e o pagamento de juros externos consumirão todos os ganhos de caixa operacional esperados de US$ 350 milhões para 2018, segundo a S&P. O pagamento deste montante não deve afetar os funcionamentos da Braskem, maior negócio da Odebrecht na atualidade, e da Ocyan. As ações da Braskem, usadas como garantia para reestruturar dívidas de unidades da Odebrecht nos últimos anos, tiveram valorização de mais de 25% no ano passado e podem ser dadas como garantia adicional no novo empréstimo. Todos os dividendos da Braskem pagos à Odebrecht, que detém 51% do capital da petroquímica, já vão direto aos credores.
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A empresa está contando com vendas de ativos no Peru para pagar dívidas, incluindo a hidrelétrica de Chaglla, que vendeu em setembro para a China Three Gorges por US$ 1,4 bilhão, mas ainda não recebeu os recursos, à espera da autorização do governo do Peru para a conclusão do negócio, disse a Odebrecht.
Ainda esta semana deve ser montado um Comitê Financeiro, coordenado por João Nogueira Batista, que é voltado para assessorar o processo de reestruturação. Também foi anunciado Marco Rabello como novo diretor financeiro do grupo.
A Queiroz Galvão também está em conversas com os bancos e a sua unidade de óleo e gás tem US$ 400 milhões em títulos em dólares e empréstimos vencendo neste ano, tenta uma negociação com os credores para reestruturar a dívida da empresa dentro de um processo de recuperação extrajudicial. Isso depende, no entanto, de um acordo com os detentores dos bônus, que têm dificultado essa saída para a empresa. Se não chegar a um entendimento com esses investidores, o processo deverá caminhar para uma recuperação judicial. Contudo a solução deve sair nos próximos dias, já que em 10 de dezembro vence o período de carência para o pagamento de US$ 27 milhões em juros dos bônus com vencimento em 2024 e também de US$ 3 milhões em juros dos papéis para 2019, que deveriam ter sido pagos em 9 de novembro.
A Queiroz Galvão Óleo e Gás tem um empréstimo de US$ 300 milhões além de US$ 100 milhões em títulos com vencimento neste ano, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. No total, a Queiroz Galvão tem cerca de US$ 800 milhões em títulos internacionais, US$ 1 bilhão em empréstimos em dólares e R$ 1,2 bilhão em dívida local.
A companhia não tem caixa para esse pagamento, por isso a necessidade de renegociar a dívida com os credores. Para a recuperação extrajudicial acontecer, é preciso a aprovação de pelo menos 60% dos credores, o que a companhia ainda não conseguiu. As reestruturações de dívida locais e internacionais feitas nos últimos anos não foram suficientes para resolver a situação de dívida do grupo.