Com o andamento da ferrovia até o Porto de Pecém, representantes de Pernambuco estão profundamente incomodados com a decisão do Ministério da Infraestrutura
As forças políticas e econômicas de Pernambuco estão profundamente incomodadas com a decisão do Ministério da Infraestrutura pelo fato de que as obras da Ferrovia Transnordestina darão seguimento apenas ao ramal que chega ao Porto do Pecém, deixando em segundo plano o ramal para o Porto de Suape. Desde que a decisão foi anunciada pelo ministro Tarcísio Gomes de Freitas, em 21 de julho, as elites políticas e empresariais de Pernambuco começaram a bater cabeça e trocar acusações. Veja ainda: Ferrovia – R$ 26 bilhões em investimentos são previstos para o setor ferroviário de Minas Gerais, com geração de mais de 370 mil empregos
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Trecho será entregue somente até o Porto de Pecém, no estado do Ceará
Apesar de ainda não haver um pronunciamento oficial do governo federal em relação à construção da ferrovia Transnordestina, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, comunicou em uma entrevista ao Valor Econômico, concedida recentemente, que o traçado será entregue somente até o Porto de Pecém, no Ceará. Segundo Freitas, não haveria viabilidade para as obras dos dois trechos e, por conta disso, apenas um deveria ser construído.
O pronunciamento do ministro da Infraestrutura tem acalorado debates e levantado questionamentos sobre as motivações para a escolha do trecho cearense. Políticos e agentes públicos têm se esforçado para atrair a atenção do público para o imbróglio que envolve a controversa ferrovia.
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O projeto da ferrovia Transnordestina
A ferrovia Transnordestina não é um projeto de uma ferrovia para Suape ou para Pecém. A concessão foi feita há quase 26 anos e ainda não temos uma obra construída. Em sua concepção, a Transnordestina é uma obra de integração regional. Portanto, ela não é uma obra do Ceará ou de Pernambuco.
É uma obra que integra as diversas cadeias de produção e de logística, por consequência. A ferrovia não foi pensada para poder resolver o problema econômico de Suape ou o problema econômico de Pecém, mas sim para integrar o Nordeste e, a partir disso, integrar a região a outras cadeias produtivas.
Veja ainda: Mato Grosso lança edital para construção de mais de 700 km de nova ferrovia. Cerca de R$ 12 bilhões serão investidos e 200 mil empregos poderão ser abertos
O governo do estado do Mato Grosso anunciou um chamamento público para a construção de ferrovia estadual para ligar a capital Cuiabá aos municípios de Rondonópolis, Nova Mutum e Lucas do Rio Verde, cidades do interior do estado. O traçado do projeto tem 730 km, um investimento estimado em R$ 12 bilhões com 45 anos de operação, e pode gerar cerca de 235 mil novos empregos ao estado.
A nova ferrovia que vai interligar Cuiabá a Rondonópolis, bem como Rondonópolis a Nova Mutum e Lucas do Rio Verde, além de se conectar com a malha ferroviária nacional, terá um investimento de R$ 12 bilhões. Segundo o estado do Mato Grosso, o investimento vai gerar mais de 235 mil empregos, além de potencializar a economia. O início da obra será 6 meses após a apresentação do licenciamento ambiental, que ficará a cargo em parte pelo governo de Mato Grosso e a outra parte pela empresa que vencer o chamamento público da ferrovia. As obras devem ter início no final de 2022.
Segundo o governador, a ferrovia é importante para saída dos grãos e para conectar a indústria e o comércio de Mato Grosso com o mercado nacional. O governador Mauro Mendes diz que “a indústria de alimentos, de etanol, vai passar por essa ferrovia. E tem toda a segurança jurídica para fazer, e daqui a alguns anos irão ouvir o apito do trem daqui de Cuiabá até o médio-norte”.