Inovação liderada por empresa brasileira permite que qualquer superfície, de vidros a veículos, gere energia limpa, transformando completamente o conceito de painel fotovoltaico.
Uma nova tecnologia que permite transformar fachadas de prédios, janelas e até veículos em geradores de eletricidade está ganhando força no Brasil. Popularmente conhecida como “tinta que gera energia solar”, a inovação vai além de uma simples pintura. Trata-se de uma classe de materiais avançados que integram a captação de energia solar aos próprios objetos e construções.
No Brasil, essa revolução já é uma realidade comercial através dos Filmes Fotovoltaicos Orgânicos (OPV), que funcionam como um adesivo tecnológico. Uma empresa mineira está na vanguarda global, aplicando essa solução em projetos de grande escala e mostrando que o futuro da energia solar pode ser flexível, transparente e totalmente integrado ao nosso dia a dia.
O que é a tinta solar? Desvendando o conceito
O termo “tinta que gera energia solar” é um rótulo popular para diferentes tecnologias. É crucial entender que não se trata de um produto único. Existem tecnologias que convertem luz solar diretamente em eletricidade (fotovoltaicas) e outras que usam a luz para gerar combustível, como o hidrogênio.
-
JOVI Y29s 5G: conheça a ficha técnica do novo celular robusto com bateria gigante e resistência militar
-
Cidade submersa com “ruínas simétricas” foi encontrada em Cuba há mais de 20 anos, mas ninguém voltou para investigar
-
Anatel acaba de jogar um ‘banho de água fria’ na internet de graça da Starlink no Brasil
-
China testa arma de micro-ondas com potência de 10 GW para fritar satélites
A nova tecnologia que efetivamente transforma uma superfície em um painel elétrico é a fotovoltaica. É neste campo que o Brasil se destaca, focando na geração de eletricidade de forma inovadora, leve e versátil, muito diferente dos painéis de silício tradicionais.
A nova tecnologia que já é realidade no Brasil com a Sunew
A tecnologia mais avançada e comercialmente disponível no Brasil é o Fotovoltaico Orgânico, ou OPV. Em vez de silício, o OPV utiliza polímeros à base de carbono dissolvidos em uma “tinta” e impressos em filmes plásticos ultrafinos. Esse processo de impressão, chamado rolo a rolo, consome até 20 vezes menos energia que a fabricação de painéis convencionais.
A líder mundial nesta área é a empresa brasileira Sunew, sediada em Minas Gerais. Nascida a partir de pesquisas e com investimento do BNDES, a Sunew opera a maior fábrica de OPV do mundo. A empresa não vende a tecnologia diretamente ao consumidor, mas estabelece parcerias B2B para integrar seus filmes a produtos de grandes indústrias.
Leveza, flexibilidade e integração com o design
O grande diferencial do OPV não está em competir em custo por watt com o silício, mas em “agregação de valor” onde os painéis rígidos não podem ser usados. Suas características são disruptivas:
- Leveza e Espessura Fina: Os filmes são extremamente leves, eliminando a necessidade de reforços estruturais.
- Flexibilidade: Podem ser aplicados em superfícies curvas, como fachadas de design arrojado ou tetos de veículos.
- Semitransparência e Customização: A tecnologia permite diferentes graus de transparência, cores e formatos, integrando-se perfeitamente a projetos arquitetônicos sem comprometer a estética.
Grandes empresas brasileiras já usam a nova tecnologia
A viabilidade desta nova tecnologia é comprovada por projetos de alto impacto no Brasil. A Sunew já implementou suas soluções em parceria com gigantes do mercado, demonstrando a aplicação prática do OPV:
- Natura: Realizou a maior instalação de OPV em cobertura do mundo em sua sede em Cajamar (SP), reforçando sua marca de sustentabilidade.
- Grupo CAOA: Construiu a maior fachada fotovoltaica do mundo em seu centro de P&D em Anápolis (GO), integrando a geração de energia ao design da fachada de vidro.
- PepsiCo: Aplicou os filmes de OPV em mais de 250 caminhões para alimentar sistemas auxiliares, reduzindo o consumo de combustível e o tempo de inatividade dos veículos.
O caminho da energia solar além do Silício
Apesar do sucesso, a nova tecnologia enfrenta desafios. A eficiência de conversão e a durabilidade do OPV ainda são menores que as dos painéis de silício, que possuem garantias de 25 anos. A viabilidade econômica do OPV se baseia na sua capacidade de oferecer soluções que o silício não pode, justificando seu custo em nichos de alto valor agregado.
O Brasil, contudo, está posicionado de forma única. Com um ambiente regulatório (INMETRO) que já reconhece o OPV e um ecossistema de inovação comprovado, o país não é apenas um consumidor, mas um protagonista. A revolução em curso é sutil: a fusão da geração de energia com os próprios materiais de construção, e a inovação brasileira está na liderança dessa transformação global.