O objetivo é que o etanol saia direto da destilaria para os postos de combustíveis. Concorrência desleal e sonegação fiscal devem ser mecanismos a serem levados em consideração no processo
Discutem se as medidas propostas pela MP 1069/21 vão ou não significar redução dos preços dos combustíveis, para o consumidor final Infelizmente, esta e uma discussão inócua, quem vai decidir isto é o mercado e não nenhum órgão do governo, ou representante de nenhuma classe. Texto por Luiz Henrique Sanches.
Cabe ao governo, que tem que priorizar o consumidor final, o consumidor cidadão brasileiro, promover o mais alto grau de concorrência entre as diversas empresas do setor e se preparar para regular e fiscalizar, eficazmente o setor, o que não vem acontecendo há muito tempo, vide a sonegação fiscal do setor.
Se a venda direta do etanol para os postos, vai reduzir os preços na bomba, ou aumentar as margens dos postos ou das destilarias, suprimindo as margens das distribuidoras, ou mesmo nada acontecendo, não deve ser evitada partindo de premissas carregadas de interpretações setoriais.
- Vitória do petróleo e gás? Empresas petrolíferas estão se afastando da energia verde e faturando BILHÕES com combustíveis fósseis
- Petrobras choca o mundo ao prometer TRANSFORMAR o Brasil com investimento de US$ 111 BILHÕES e geração de milhares de empregos! Será a virada do país?
- Petrobras tem plano audacioso de investimentos: a área de exploração e produção contará com um orçamento de US$ 77 bilhões (R$ 440 bilhões), enquanto US$ 20 bilhões (R$ 114 bilhões) serão destinados ao refino
- Brasil e Argentina fecham mega-acordo para importar gás natural barato e revolucionar a integração energética na América do Sul!
Menos Brasília e mais Brasil, e nada mais demonstra isto, como o sucesso da agricultura do Centro Oeste, que a partir do kickoff da Embrapa, deslanchou, enquanto temas com interferência direta do governo como o setor elétrico e o Petroleiro, fora o offshore, patinam há décadas. Consulte a proposta da MP na Integra em PDF aqui.
O preço a se pagar por isso
Os preços são definidos a partir das opções que o cliente tem. O professor Peter Drucker, na década de 50, já dizia, “Negociar é desenvolver alternativas”, quem não as tem, não tem como negociar, só pedir…
Um posto, ou um grande consumidor, que assina um contrato de compra de combustíveis, com clausula de exclusividade, sem nenhum critério de precificação, perde o direito de desenvolver alternativas, só sobra a opção “pedir”.
Assim, um posto ser contra a venda de etanol hidratado, direto da destilaria para o posto, é contra o posto ter uma alternativa, não uma obrigação, e onde os ganhos logísticos e as margens das distribuidoras ficarão? Só o mercado vai poder definir, se no posto ou na destilaria, ou uma parte em cada. Talvez isto seja a herança dos tempos de preço tabelado.
A prática de sonegação fiscal preocupa donos de postos de combustíveis e outros players do mercado
No entendimento de empresários e estudiosos deste setor, não haverá fiscalização suficiente e pode acabar culminando em fraude fiscal devido as usinas não tem o mesmo “compliance” que o segmento de distribuição.
Comprar etanol da usina vai inserir novos players no mercado e isso é ótimo, mas se não houver uma fiscalização efetiva, a concorrência poderá ser DESLEAL.
Texto por Luiz Henrique Sanches: Consultor, professor e palestrante no ramo combustíveis