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Mistério na Lua! Cientistas descobriram estrutura gigantesca de 300 km sob a superfície lunar

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 15/11/2024 às 14:30
Lua
Foto: Reprodução
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Cientistas revelam descoberta de uma estrutura gigantesca que se estende por 300 km no subsolo da Lua

Imagine uma estrutura tão massiva que, mesmo enterrada a quilômetros de profundidade, consegue deformar a superfície de um corpo celeste. Este é exatamente o caso de uma anomalia detectada sob a Bacia do Polo Sul-Aitken, no lado mais distante da Lua.

Em 2019, cientistas planetários fizeram uma descoberta surpreendente: uma massa densa escondida sob essa bacia, com uma massa de 2,18 quintilhões. Para colocar em perspectiva, é como se uma estrutura cinco vezes o tamanho do Havaí estivesse soterrada ali.

Essa bacia, com cerca de 2.500 quilômetros de diâmetro, é uma das maiores crateras do Sistema Solar. Cientistas já estudavam há tempos, fascinados pela sua importância geológica e pelas respostas que poderiam oferecer sobre os primeiros dias da Lua. A descoberta da anomalia abaixo dela, no entanto, abriu portas para novas hipóteses e possibilidades.

A bacia Polo Sul-Aitken em azul escuro. A linha pontilhada delineia a massa anômala. Crédito: NASA/Goddard Space Flight Center/Universidade do Arizona

A descoberta que mudou tudo

A equipe responsável pela descoberta usou dados da missão Gravity Recovery and Interior Laboratory (GRAIL) da NASA. O GRAIL detecta variações no campo gravitacional lunar, possibilitando a identificação de áreas mais densas no subsolo. Quando uma anomalia foi detectada, os pesquisadores notaram que seu efeito gravitacional era tão intenso que havia puxado o fundo da bacia para baixo, afundando-o em quase uma milha.

Isso não é pouca coisa: essa massa densa sob a Bacia do Polo Sul-Aitken está instruída e modificando a estrutura da Lua. Para quem está acostumado a ver a Lua como um corpo estéril e relativamente estático, essa descoberta sugere que ainda existem muitos segredos sob sua superfície aparentemente calma.

A massa metálica está escondida sob a maior cratera do nosso Sistema Solar, a Bacia do Polo Sul-Aitken da Lua (aqui em azul escuro). Crédito da imagem: NASA

O que pode ser essa anomalia?

Os cientistas discutiram duas hipóteses principais para explicar o que seria essa massa. Uma possibilidade é que ela seja um remanescente de um asteroide que colidiu com a Lua há cerca de 4 bilhões de anos, durante o período de intenso bombardeio que marcou o início do Sistema Solar.

Esse impacto teria formado a própria Bacia do Polo Sul-Aitken e deixado o núcleo metálico do asteroide incrustado no caminho lunar, sem conseguir penetrar até o núcleo da Lua. Esse tipo de impacto é raro e ajuda a ilustrar como a Lua – e, possivelmente, outros corpos planetários – preserva sinais de sua história antiga.

A segunda teoria é que a massa seja composta de óxidos densos formados a partir do magma inicial da Lua, que teria se solidificado e cristalizado com o tempo. Durante as primeiras fases de formação da Lua, ela provavelmente teve um “oceano de magma” em sua superfície, onde materiais mais leves subiram e formaram a crosta, enquanto os mais densos afundaram, formando o manto.

Esse processo pode ter deixado uma concentração de material denso justamente onde se encontra a Bacia do Polo Sul-Aitken.

Ambas as teorias são intrigantes e têm implicações enormes para a compreensão da geologia lunar. Se a anomalia realmente é um resquício de um impacto, então essa descoberta confirma que a Lua preserva sinais de sua formação violenta e das colisões que ajudaram a moldar o Sistema Solar como os encontros.

Por outro lado, se for um remanescente do oceano de magma, então há muito mais para entender sobre a maneira como a Lua se resfriou e formou suas camadas.

Explorando o futuro da Bacia do Polo Sul-Aitken

A sob anomalia da Bacia do Polo Sul-Aitken já está influenciando planos de futuras missões. O interesse internacional na exploração lunar tem sido impulsionado em parte pela promessa de novas descobertas geológicas. A missão Artemis 3, da NASA, por exemplo, pretende levar astronautas ao Polo Sul da Lua em breve, e a Índia, com seu programa espacial em expansão, também está desenvolvendo missões para explorar essa região.

Outras descobertas recentes indicam que o lado oculto da Lua ainda reserva surpresas. Por exemplo, foi encontrada uma estrutura emissora de calor sob as crateras Compton e Belkovich, o que sugere a existência de outras áreas geologicamente ativas. A pesquisa lunar está longe de ser concluída, e cada nova descoberta reforça o potencial da Lua como um laboratório natural para entender os processos de formação planetária.

A lua sob um novo olhar

A Bacia do Polo Sul-Aitken já foi notável por seu tamanho e por ser uma das maiores cicatrizes do Sistema Solar. Mas agora, com a revelação dessa anomalia de massa, a região se torna ainda mais fascinante. É incrível pensar que, mesmo depois de décadas de exploração e estudo, a Lua ainda consegue surpreender com mistérios que desafiam nosso conhecimento.

Para quem se interessa por astronomia, a Bacia do Polo Sul-Aitken é um poderoso lembrete de que o passado da Lua está longe de ser totalmente compreendido. Ao observar a Lua cheia no céu, podemos lembrar que, mesmo sem a enxergar, essa estrutura densa e antiga está lá, escondida e esperando que continuemos a explorar os segredos do nosso Sistema Solar.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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