Ministério Público expõe esquema de adulteração no leite na 13ª fase da operação Leite Compensado, colocando em risco a saúde de milhões de brasileiros.
Leite com soda cáustica e água oxigenada? Uma operação do Ministério Público voltou a surpreender o Brasil ao revelar um esquema preocupante envolvendo leite adulterado. A operação, batizada de Leite Compensado, entrou em sua 13ª fase na última quarta-feira (11) e teve como alvo a fábrica Dielat, localizada na região metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. A descoberta trouxe à tona fraudes graves que colocam em risco a saúde pública, com adição de soda cáustica e água oxigenada nos produtos lácteos.
Como funciona a fraude do leite com soda cáustica e água oxigenada?
A investigação do Ministério Público revelou que a fábrica Dielat estava utilizando soda cáustica e água oxigenada em diferentes produtos lácteos, como leite UHT, leite em pó e compostos lácteos. Segundo os promotores, a soda cáustica é usada para reduzir a acidez do leite, enquanto a água oxigenada serve para reprocessar produtos deteriorados ou vencidos.
Os produtos envolvidos, que já estão no mercado brasileiro e até na Venezuela, incluem as marcas Mega Lac, Mega Milk, Tentação e Cootall. Na Venezuela, o produto afetado é o Tigo. Além disso, a Dielat fornece alimentos para escolas e órgãos públicos, o que aumenta ainda mais a gravidade do caso.
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A operação Leite Compensado e os riscos à saúde
A operação Leite Compensado existe desde 2013 e tem como objetivo combater fraudes na produção de leite no Brasil. Nesta nova etapa, cinco pessoas foram presas, incluindo o engenheiro químico Sérgio Alberto Seewald, conhecido como o “alquimista” ou “mago do leite”. Ele é apontado como o responsável por desenvolver uma fórmula capaz de mascarar as substâncias adulterantes, dificultando sua detecção em fiscalizações de rotina.
Outros envolvidos incluem o sócio-proprietário Antonio Ricardo Colombo Sader, o diretor Tales Bardo Laurindo e o supervisor Gustavo Lauck. Uma funcionária também foi presa em flagrante por tentar ocultar provas do crime.
O promotor Mauro Rockenbach, em entrevista ao g1, alertou para os riscos à saúde:
“Essas substâncias são usadas para reprocessar produtos vencidos e recuperar itens deteriorados, o que representa graves riscos à saúde, incluindo potencial carcinogênico [capaz de causar câncer].”
Marcas adulteradas e impacto na merenda escolar
O escândalo ganhou uma dimensão ainda maior ao ser descoberto que os produtos da Dielat eram fornecidos para merendas escolares em pelo menos sete cidades do Rio Grande do Sul: Alvorada (2023), Porto Alegre (2023), Taquara (2022), Canela (2020), Gravataí (2020), Ivoti (2019) e Viamão (2019).
Essas informações, divulgadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), mostram a gravidade da distribuição de leite adulterado em programas públicos de alimentação.
Pais e autoridades locais estão preocupados com os efeitos na saúde das crianças, já que os produtos supostamente contaminados eram consumidos por milhares de estudantes.
Como identificar e evitar leite com soda cáustica e água oxigenada?
Embora o Ministério Público ainda esteja realizando análises para determinar quais lotes foram contaminados, a recomendação principal é evitar o consumo das marcas citadas: Mega Lac, Mega Milk, Tentação e Cootall. Mesmo sem uma determinação oficial, a prevenção é a melhor medida no momento. É importante estar atento a algumas características suspeitas em produtos lácteos, como:
- Cheiro ou sabor atípico;
- Aparência com coloração diferente;
- Textura irregular.
Caso haja suspeita, a orientação é entrar em contato com órgãos de defesa do consumidor ou a vigilância sanitária local.
O papel do Ministério Público e os próximos passos
A atuação do Ministério Público em casos como esse é essencial para garantir que fraudes alimentares sejam combatidas e punidas. A operação Leite Compensado tem sido um marco no enfrentamento à adulteração de produtos lácteos, especialmente pelo impacto direto na saúde da população.
As análises continuam em andamento, mas os investigadores destacam que a nova fórmula utilizada pelos criminosos torna o processo de detecção ainda mais complexo. A expectativa é que, nos próximos dias, sejam divulgadas informações mais precisas sobre os lotes contaminados e as medidas adicionais a serem tomadas.
Uma preocupação que exige atenção
O caso da fábrica Dielat reacende o alerta sobre os perigos do leite adulterado e a importância da fiscalização constante no setor de alimentos. A adição de soda cáustica e água oxigenada nos produtos não só fere a confiança do consumidor, mas também coloca em risco a saúde pública, com potenciais efeitos graves, como o desenvolvimento de câncer.
O Ministério Público segue trabalhando para responsabilizar os envolvidos e garantir que fraudes desse tipo não voltem a ocorrer. Enquanto isso, o consumidor deve ficar atento, evitar as marcas adulteradas citadas e buscar sempre informações sobre a procedência dos produtos que consome.
Ficar de olho é a melhor maneira de proteger a saúde e combater fraudes tão prejudiciais como essa. Acompanhe as atualizações sobre a operação e saiba mais sobre como garantir a segurança dos alimentos que chegam à sua mesa!