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Inflação negativa pelo segundo mês seguido em agosto? Economistas alertam para possível “estagnação” após Petrobras diminuir preços da gasolina e diesel

Escrito por Daiane Souza
Publicado em 25/08/2022 às 07:43
Inflação negativa pelo segundo mês seguido em agosto? Economistas alertam para possível "estagnação" após Petrobras diminuir preços da gasolina e diesel
Fonte: Pixabay

A prévia mensal do  Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) em relação ao mês de agosto estima que a inflação ficará negativa novamente, caindo 0,73% e tornando o acumulado dos últimos 12 meses abaixo de dois dígitos. Apesar deste acontecimento representar uma mudança de preços ao consumidor, em teoria, pode indicar, entretanto, uma possível estagnação da economia. 

A inflação já havia ficado negativa durante o mês de julho,  caindo 0,68% e sendo um dos valores mais baixos alcançados desde o ano de 1998, antes mesmo do governo petista administrar o país. De acordo com especialistas, apesar da deflação já ser uma realidade (IPCA negativo),  os consumidores continuam pagando preços elevados para itens básicos como o Leite Longa Vida, que subiu mais de 80% em apenas um ano.  Apesar do aumento dos preços dos alimentos, após a alta dos combustíveis que impactou diretamente no frete, e o dólar elevado, que fez com que muitos agricultores preferissem exportar para receber por intermédio da moeda estrangeira, a Petrobras anunciou uma breve redução dos preços da gasolina e do diesel para controlar os preços internos nacionais.

Contudo, isso não vem sendo o suficiente para o setor de transportes e logísticas, com inflação acumulada de 10% que não foi repassada aos consumidores finais, prejudicando drasticamente o lucro anual das instituições privadas. 

Em Santa Catarina (SC), após reduções dos preços dos combustíveis, a gasolina está sendo contada a cerca de R$ 4,99, principalmente em algumas cidades litorâneas e Centro-Oeste. No entanto, no Paraná (PR), estado vizinho, há  postos cobrando quase R$ 6, uma diferença de R$ 1 de um estado para outro. Analistas afirmam que esta diferença de preços se deve especialmente aos impostos de ICMS exigidos pelos estados, que se diferem em porcentagem. 

Medo internacional, insegurança, inflação alta… o que vem impactando a economia no Brasil? 

No ano de 2022, a economia no Brasil vem sendo afligida por uma série de fatores que impactam diretamente sobre a inflação, como o dólar alto (R$ 5,11 no último pregão) e o aumento da taxa Selic, que está em dois dígitos e faz com  que investidores prefiram remover o dinheiro aplicado na bolsa de valores para investir no Tesouro Direto, reduzindo uma parte dos investimentos em empresas e ocasionando na estagnação do crescimento varejista: gigantes como Magazine Luiza e Americanas são uma prova disso, visto que caíram em mais de metade do preço desde que houve o início da pandemia. 

O aumento dos preços das commodities, produtos que são o enfoque da economia brasileira, também elevou a inflação interna, visto que o agronegócio preferiu exportar, apesar de colheitas recordes, ocasionado em uma diminuição de estoques internos e aumento de preços devido à lei de oferta e demanda. Durante o ano de 2020, com o início da pandemia, o arroz chegou a custar mais de R$ 35 em alguns mercados e a carne praticamente triplicou de preço na região Sul. 

Eleições  em 2022 intensificam medo dos investidores e podem moldar atitudes da Petrobras

As eleições, previstas para acontecer durante o mês de outubro de 2022, intensificam o medo dos investidores devido à polaridade encontrada entre os candidatos em foco nas intenções de votos: Luiz Inácio Lula da Silva, eleito como presidente do Brasil por dois anos seguidos, e Jair Bolsonaro, atual presidente da República.

Os resultados tidos neste ano poderão determinar os rumos das políticas de preços da Petrobras entre outubro e dezembro, inclusive, um novo disparo sobre os valores da gasolina e diesel, impactando o setor de transporte e logística. 

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