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Iberdrola escolhe Brasil para instalar sua primeira usina de energia solar flutuante

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 07/01/2023 às 22:52
Iberdrola escolhe Brasil para instalar sua primeira usina de energia solar flutuante
Foto: Ilustração/SERRF

Iberdrola planeja instalar sua primeira usina de energia solar flutuante no Brasil. A unidade ficará em Fernando de Noronha e receberá investimentos de 2 milhões de euros.

A Iberdrola anunciou nesta quinta-feira (5) que o Brasil foi o país escolhido para instalar sua primeira usina de energia solar offshore, uma tecnologia relativamente nova, que ainda responde por uma pequena porcentagem da energia gerada pela fonte renovável. O projeto da empresa de energia da Espanha será instalado no Açude Xaréu, em Fernando de Noronha.

Iberdrola realiza investimentos de 2 milhões de euros na usina solar flutuante

O empreendimento contará com uma potência de 0,63 MW e deve gerar cerca de 1.240 megawatts-hora (MWh) por ano, com investimentos de 2 milhões de euros pela Iberdrola. A quantia seria suficiente para cobrir mais da metade da energia consumida pela Compesa em Fernando de Noronha.

A primeira usina solar flutuante do país foi instalada na hidrelétrica de Sobradinho, no interior da Bahia, há cerca de 4 anos. A iniciativa compõe um projeto de pesquisa e desenvolvimento da Companhia Hidrelétrica do Rio São Francisco (Chesf), da Eletrobrás.

A mesma empresa também conta com projetos em Boa Esperança (PI). A Empresa Metropolitana de Águas e Energia (EMAE) atua em um projeto-piloto na represa Billings, na região metropolitana de São Paulo.

O Banco Mundial estima que há um potencial de 400 GW para as usinas flutuantes de energia solar, o que permitiria dobrar as instalações de energia solar em comparação com o patamar de 2018. A tecnologia, entretanto, ainda não possui um histórico de sucesso das instalações em terra. Além do custo inicial mais alto, a manutenção dessas usinas também é mais complexa, e há alguns impactos na qualidade e na biodiversidade da água.

Vantagens da usina solar flutuante da Iberdrola

É importante mencionar que o projeto da companhia contará com a parceria da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), que atua na rede de distribuição de água e esgoto em toda a ilha. Uma das vantagens de os painéis da usina de energia solar serem instalados na água é a disponibilidade do uso de terras para outras utilidades, já que as fazendas de painéis solares fotovoltaicos tendem a ocupar grandes áreas.

O arquipélago possui apenas 26 kms quadrados, sendo que 70% dessa área está ligada a um parque nacional, que é protegido. Também é possível que a produção de eletricidade se dê mais próxima de onde será consumida: no caso do projeto em Fernando de Noronha, a cliente será a própria Compesa. As Usinas Solares Flutuantes podem ser instaladas em lagos, reservatórios ou em alto mar. A estimativa é que o custo desses projetos seja 20% maior que o de uma planta em terra, de acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

A tecnologia pode disponibilizar uma compensação enorme, pois como a água é responsável por resfriar naturalmente os painéis solares, o problema de perda de eficiência causado pelas altas temperaturas é minimizado. Pelo mundo, a produção dessa tecnologia pulou de 61 MW em meados de 2015 para mais de 3 mil MW no último ano, de acordo com informações da Iberdrola.

Fernando de Noronha focando na sustentabilidade

Fernando de Noronha está se tornando um centro de pesquisas sobre carros elétricos, e a primeira iniciativa do segmento surgiu por parte do governo de Pernambuco, estado onde o arquipélago está localizado, ao desenvolver o Projeto Noronha Carbono Zero, lá, em 2013. Entre outras coisas, o intuito é que carros comuns não circulem na ilha a partir de 2030 e os modelos elétricos sejam abastecidos por uma usina solar e sistemas de armazenamento de energia. 

Atualmente, cerca de 70 veículos elétricos estão rodando em Fernando de Noronha, incluindo 18 recém-chegados. Para tornar a recarga das baterias mais fácil, o projeto Trilha Verde tem como intuito instalar 12 eletropostos na ilha principal. 

Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

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