1. Início
  2. / Construção
  3. / Há três anos com reajuste salarial inferior à inflação, metalúrgicos declaram greve na fábrica da multinacional fabricante de veículos General Motors
Tempo de leitura 4 min de leitura

Há três anos com reajuste salarial inferior à inflação, metalúrgicos declaram greve na fábrica da multinacional fabricante de veículos General Motors

Escrito por Flavia Marinho
Publicado em 30/09/2021 às 14:15
general motors - ford - greve - metalúrgicos - emprego - fábrica - produção - são caetano - veículos - preço
Metalúrgicos da multinacional General Motors decretam greve em fábrica no dia 29/09/2021

Enquanto a General Motors não para de lucrar, os salários dos metalúrgicos perdem o poder de compra. Há três anos, os reajustes são inferiores à inflação

Na última quarta-feira (29), os metalúrgicos da General Motors de São Caetano do Sul aprovaram o estado de greve na fábrica. O motivo é a tentativa da montadora de adiar o reajuste salarial e diminuir direitos dos trabalhadores. A data-base da categoria é 1º de setembro e operários querem proposta de reajuste que atenda suas necessidades.

Leia também

Os metalúrgicos também defendem a estabilidade no emprego para todos os lesionados. Hoje, apenas quem foi contratado antes de 2017 têm direito a esse benefício. A GM quer manter a exclusão dos novos dessa cláusula e, ainda por cima, reduzir o período de estabilidade dos antigos.

Em termos econômicos os trabalhadores da GM São Caetano do Sul reivindicam os seguintes itens

  • Reposição salarial com base no INPC acumulado nos últimos 12 meses;
  • aumento real de 5%; Piso Salarial com correção pelo INPC de 2016 a 2021;
  • vale-alimentação no valor de R$ 1 mil para os trabalhadores inseridos na grade nova e de R$ 500,00 para os demais;
  • Participação nos Resultados (PR) no valor de R$ 18.000,00 com antecipação de R$ 10.000,00;
  • adiantamento da metade do 13º Salário/2022 para fevereiro de 2022;
  • inclusão de cláusula sobre home office;
  • pagamento de quinquênio de 5%; retorno do reajuste da grade salarial a cada 6 meses e cesta de Natal.

Além disso, reivindicam a manutenção das cláusulas sociais que constam no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) vigente, particularmente a Clausula 42, que assegura garantia de emprego ao trabalhador, portador de doenças ocupacionais, e data-base em setembro.Ressalte-se que a greve na GM foi decretada após 7 longas rodadas de negociação entre o sindicato e a direção da empresa.

“Essa luta é de todos os trabalhadores da GM no Brasil. A proposta da unidade de São Caetano é inferior ao que foi acordado em outras plantas. Se a fábrica não apresentar uma proposta decente, os companheiros de São Caetano vão parar e terão todo nosso apoio”, afirma o secretário-geral do Sindicato, Renato Almeida.

Metalúrgicos rejeitam contraproposta da multinacional General Motors

Em termos de reajuste salarial a empresa apresentou como contraproposta a reposição integral da inflação a ser aplicada aos salários em 1º de fevereiro/2022, mais 50% do INPC do período, com aplicação em fevereiro de 2023, vale-alimentação de R$ 350,00 a empregados com salários até R$ 4.429,00, e a sua implementação em fevereiro de 2022, e abono de R$ 1 mil a ser pago em outubro de 2021.

A rejeição à contraproposta já era prevista, segundo Aparecido Inácio da Silva, o Cidão, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul, vez que “ainda que se reconheça a existência de dificuldades devido a pandemia os trabalhadores necessitam ter o seu salário reajustado em conformidade com a inflação acumulada, hoje em 10,42%, mais aumento real, uma vez que o seu poder de compra vem sendo corroído pela alta do custo de vida resultante da inflação galopante”, declarou.

GM não para de lucrar

Enquanto a General Motors não para de lucrar, os salários dos metalúrgicos perdem o poder de compra. Há três anos, os reajustes são inferiores à inflação. No segundo trimestre deste ano, o grupo teve lucro líquido de 2,8 bilhões de dólares, o que reverteu todo o prejuízo atribuído à pandemia.

O Sindicato e a CSP-Conlutas prestam todo apoio e solidariedade à luta dos metalúrgicos de São Caetano.

“Com o aumento dos preços e a inflação galopante, as dívidas não esperam, não podem ser parceladas. É um absurdo a GM ter a cara de pau de querer aplicar a inflação da data-base apenas no ano que vem. Nós estamos juntos nessa luta e vamos pra cima ao lado dos companheiros de São Caetano”, afirma Luiz Carlos Prates, o Mancha, dirigente da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas.

Flavia Marinho

Flavia Marinho é Engenheira pós-graduada, com vasta experiência na indústria de construção naval onshore e offshore. Nos últimos anos, tem se dedicado a escrever artigos para sites de notícias nas áreas da indústria, petróleo e gás, energia, construção naval, geopolítica, empregos e cursos. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal.

Compartilhar em aplicativos