Lava Jato mira fraudes em contratos de navios pela Petrobras e cumpre 25 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP) e em Sergipe
Lava Jato mira fraudes em processo bilionário de contratação pela Petrobras do fornecimento de navios lançadores de linha (PLSV) por empresas dos Grupos Seadrill. Em 10 de setembro, a Petrobras emitiu uma nota em que dizia apoiar a investigação Lava Jato referente a uma fraude envolvendo R$ 100 milhões em operações de câmbio contratadas pela estatal
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Nesta quarta-feira (23/09) a Polícia Federal cumpre 25 mandados de busca e apreensão, sendo vinte e dois no Rio de Janeiro, um em São Paulo e dois em Sergipe.
A operação chamada de Boeman é a 75ª fase da Lava Jato e investiga contratos firmados por empresas do Grupo Seadrill com a Petrobras. Os crimes investigados na operação são corrupção e lavagem de dinheiro.
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A atual fase investiga se a empresa de navegação marítima Sapura ( que no Brasil, é uma joint venture da Sapura Energy, da Malásia, e o grupo Seadrill), pagou US$ 40 milhões em propina por contrato de US$ 2,7 bilhões com a Petrobras envolvendo o fornecimento de três navios lançadores de linha PLSVs – criados para atuar em alto-mar, em águas com profundidade de até 3 mil metros.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), o contrato foi assinado em 2011 para a construção e o posterior uso em regime de afretamento dos navios por oito anos e está vigente nos dias atuais.
A investigação teve colaboração de autoridades da Holanda, que apuraram irregularidades no fornecimento de navios lançadores de linha. O MPF diz que o caso motivou investigações autônomas, “que geraram o pedido de buscas por autoridades holandesas também executado pelos mandados cumpridos na data de hoje”.
De acordo com a PF, as empresas estrangeiras vencedoras da licitação, posteriormente, subcontrataram uma companhia holandesa para execução do serviço, a qual era representada por um dos empresários brasileiros investigado, e que, em virtude dos acertos espúrios, também realizou pagamentos ilícitos aos envolvidos.
Pronunciamento da Petrobras e Seadrill
Em nota, a Petrobras disse que vem colaborando com as investigações desde 2014, e atua como coautora do Ministério Público Federal e da União em 18 ações de improbidade administrativa em andamento, além de ser assistente de acusação em 71 ações penais.
“Cabe salientar que a Petrobras já recebeu mais de R$ 4,6 bilhões, a título de ressarcimento, incluindo valores que foram repatriados da Suíça por autoridades públicas brasileiras”, diz trecho da nota.
Já a Sapura informou que “se colocou à disposição” da investigação. “Até o momento, porém, a empresa não teve acesso a informações sobre o teor das investigações que deflagraram a operação e seguirá à disposição das autoridades para prestar os esclarecimentos que se fizerem necessários”, disse em nota.