Acelen tem interesse em manter todos os funcionários da refinaria, cujos têm a opção de serem realocados em outras unidades da Petrobras
Petrobras concluiu as tratativas da venda da RLAM com o príncipe Abu Dhabi, que fundou a empresa Acelen objetivando realizar a gestão e operação da refinaria de petróleo Landulpho Alves-Mataripe (RLAM). O Grupo que assumirá a unidade em 1º dezembro deste ano, já anuncia seus planos de ampliação de produção além de visar a integração com outras indústrias e fomentar a economia do estado da Bahia.
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Assista o vídeo abaixo e confira a declaração na íntegra do Diretor de Refino e Gás Natural da Petrobras – Rodrigo Costa
A expectativa do mercado é que o novo dono faça investimentos na modernização da unidade, visando retornar a capacidade máxima de produção. Atualmente, a refinaria está limitada a no máximo 70% de sua operação plena.
A privatização da Rlam integra um bloco de oito refinarias que a petrolífera pretendia se desfazer. Até aqui, além da Rlam, a Reman, no Amazonas, foi negociada. Neste caso, o contrato final deve ser firmado em 2022.
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Sediada em São Francisco do Conde, a refinaria foi adquirida da Petrobras em março 2021 por US$ 1,65 bilhão e a conclusão da operação de aquisição está na fase final, conforme declaração da controladora.
A conclusão da venda reflete a importância da gestão de portfólio e fortalece a estratégia da Petrobras
De acordo com o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, a conclusão da venda reflete a importância da gestão de portfólio e fortalece a estratégia da companhia: “Esta operação de venda é um marco importante para a Petrobras e o setor de combustíveis no país. Acreditamos que, com novas empresas atuando no refino, o mercado será mais competitivo e teremos mais investimentos, o que tende a fortalecer a economia e gerar benefícios para a sociedade. É também parte do compromisso firmado pela Petrobras com o CADE para a abertura do mercado de refino. Do ponto de vista da companhia, é um avanço na sua estratégia de realocação de recursos. No segmento de refino, a Petrobras vai se concentrar em cinco refinarias no Sudeste, com planos de investimentos que a posicionará entre as melhores refinadoras do mundo em eficiência e desempenho operacional”, afirmou Silva e Luna.
O presidente do Mubadala Capital no Brasil, Oscar Fahlgren, afirmou: “A nossa prioridade é garantir excelência na produção e operação da refinaria, além de uma transição estruturada, serena e sem ruptura. É criar valor com atenção especial às pessoas e ao meio ambiente. Enfatizamos sempre o compromisso de longo prazo que temos com o país e as regiões onde atuamos. Este é certamente um dos objetivos da Acelen”.
Acelen anuncia projetos de expansão e modernização, além de dirigir esforços no abastecimento na Bahia com derivados de petróleo
Os dirigentes da Acelen, contaram em primeira mão ao jornal Bahia Econômica que pretende maximizar o uso dos ativos da refinaria, investindo em projetos de expansão e modernização, além de dirigir esforços no abastecimento regional de derivados de petróleo, diferente do que acontece atualmente com a refinaria, que vem operando bem abaixo da sua capacidade.
Ainda segundo o jornal, o Grupo quer estimular a maior integração possível com o parque industrial existente na Bahia, especialmente o Polo Petroquímico, avaliando inclusive a possibilidade de alongamento na cadeia produtiva de modo a estimular a verticalização da produção.
Como exemplo, lembraram as possibilidades de comercialização de subprodutos, como Negro de Fumo na área de borracha, e outros segmentos capazes de estabelecer uma estratégia de integração com agentes locais para o alongamento da cadeia produtiva.
A Petrobras irá manter o que se chama de operação assistida no primeiro ano e só gradualmente transferindo o controle total para a Acelen.
Acelen quer manter todos os funcionários da refinaria RLAM na Bahia
Em relação à mão-de-obra, a empresa informa que no processo de venda ficou garantido a estabilidade para todos os empregados, mas que o interesse da empresa é manter todos, especialmente aqueles com experiência, buscando no entanto aumentar a produtividade do trabalho, ampliando a competitividade do ativo. Segundo o contrato de venda, aqueles trabalhadores que não quiserem ficar na empresa, poderão ser realocados em outras unidades da Petrobras.
A empresa informa que vai trabalhar preservando o meio ambiente, buscando a melhoria da eficiência energética, o uso da energia renovável e adotando a política para ampliar o uso de créditos de carbono. Segundo eles, a Acelen tem como estratégia a transição gradual de investimento em alto carbono para os investimento em baixo carbono, de acordo com a estratégia internacional.
Os executivos afirmaram também, a intenção de fomentar a geração de riqueza local em cooperação com as prefeituras municipais e também de ampliar a arrecadação de impostos, como o ICMS, com o aumento da produção, e de atuar em cooperação com o governo do Estado da Bahia no estímulo ao aumento da produção local e ao desenvolvimento de novos negócios.
A RLAM foi a primeira refinaria nacional erguida no país, com início de operações em setembro de 1950. Passou por diversas atualizações operacionais. A refinaria produz GLP, gasolina, diesel e nafta petroquímica, entre outros produtos. Além das instalações em Mataripe, a RLAM conta com terminais de abastecimento e oleodutos nos municípios de Madre de Deus, Candeias, Jequié e Itabuna.
A Mubadala Capital, que controla a Acelen, é a subsidiária de gestão de ativos da Mubadala Investment Company, investidor soberano líder global com sede em Abu Dhabi. Além de gerir seu próprio portfólio de investimentos, a subsidiária administra US$ 9 bilhões de capital de terceiros, de investidores institucionais, incluindo um fundo no Brasil, três fundos de private equity, dois fundos de venture capital em estágio inicial e um fundo público.
Mubadala Investment Company é fundo soberano, que funciona como holding estatal dos Emirados Árabes Unidos. A organização está fortemente ligada a Mohamed bin Zayed, príncipe herdeiro de Abu Dhabi.
Além da RLAM, outras duas refinarias já tiveram seus contratos de venda assinados
Além da RLAM, outras duas refinarias já tiveram seus contratos de venda assinados: a Refinaria Isaac Sabbá (REMAN), no Amazonas, cuja assinatura ocorreu em 25/8, e a Unidade de Industrialização do Xisto (SIX), no Paraná, com contrato assinado em 11/11. Quando também forem concluídos os processos de desinvestimento dessas duas unidades, a Petrobras responderá por cerca de 50% do abastecimento do mercado de combustíveis no país. Além da Petrobras e dos novos operadores dessas refinarias, o mercado também é suprido por importadores e produtores de biocombustíveis.
Dentro da estratégia de reposicionamento do refino, a Petrobras reforça seu compromisso de vender as refinarias REGAP, LUBNOR, REPAR, REFAP e RNEST e está investindo em tecnologias para tornar as refinarias que continuarão na empresa duplamente resilientes, tanto do ponto de vista ambiental quanto econômico. A empresa seguirá como a maior refinadora do país, com foco nas refinarias de SP e RJ mais próximas à produção de petróleo e aos maiores centros consumidores, com 50% da capacidade de refino do país. A projeção é dobrar, em 5 anos, a oferta de diesel S-10 nessas refinarias, produto com menores níveis de emissão, e a custos cada vez mais competitivos.