Soberano fundo de investimentos de Abu Dabhi, com cerca de US$ 5 bilhões em ativos no Brasil, assume dívida bilionária da Invepar e passa a controlar o metrô do Rio de Janeiro
O grupo Mubadala, fundo de investimentos soberano do príncipe herdeiro de Abu Dhabi, dos Emirados Árabes, quer vender por mais de R$ 4 bilhões a Rota das Bandeiras, em São Paulo, responsável pelo Corredor D. Pedro, que tem a Rodovia D. Pedro I, na região de Campinas, como a principal estrada do corredor, informou ontem (16/01) o colunista do jornal O Globo Lauro Jardim.
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O fundo de investimentos adquiriu, pela primeira vez, uma participação na Rota das Bandeiras no ano passado, por R$ 2 bilhões, assumindo o controle completo de quase 300 quilômetros de rodovia, que corta 17 municípios da região, com mais de 2,5 milhões de habitantes. A venda deve render para o Mubadala mais de 4 bilhões de reais (722,75 bilhões de dólares).
Segundo informação do jornal O Globo, o fundo soberano de investimentos contratou o banco BTG Pactual para fazer a negociação de venda da concessionária.
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O Corredor Dom Pedro fica em um eixo estratégico para escoar a produção, perto do Aeroporto Internacional de Viracopos, e faz a ligação da região de Campinas com o Vale do Paraíba.
Os municípios que integram a área sob concessão da Rota das Bandeiras são Artur Nogueira, Atibaia, Bom Jesus dos Perdões, Campinas, Conchal, Cosmópolis, Engenheiro Coelho, Igaratá, Itatiba, Jacareí, Jarinu, Jundiaí, Louveira, Mogi Guaçu, Nazaré Paulista, Paulínia e Valinhos.
As rodovias que compõem o Corredor Dom Pedro são Rodovia D. Pedro I (SP-065), Anel Viário José Roberto Magalhães Teixeira (SP-083), Rodovia Professor Zeferino Vaz (SP-332), Rodovia Engenheiro Constâncio Cintra (SP-360) e Rodovia Romildo Prado (SP-063).
Fundo árabe Mubadala assume dívida bilionária da Invepar e passa a controlar o metrô do Rio de Janeiro
O Mubadala, fundo de investimentos dos Emirados Árabes Unidos, assumiu, em 08 de novembro, o controle da Concessionária Metroviária do Rio de Janeiro, a MetrôRio, no lugar da Invepar. O processo autorizando a mudança, assinado pelo governador Cláudio Castro, foi publicado no Diário Oficial do Rio de Janeiro.
O metrô do Rio estava anteriormente sob controle da Investimentos e Participações em Infraestrutura S.A (Invepar), acionista majoritário do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.
Segundo o colunista do Globo Ancelmo Gois, o fundo árabe ajudou na reestruturação dos R$ 2.5 bilhões de dívidas da Invepar, em setembro. Em troca, ficou acordado que a Invepar abriria mão da concessão do metrô e da Linha Amarela.
Mubadala está de olho no colapso do império de Eike Batista
Fundo Soberano Mubadala, com cerca de US$ 5 bilhões em ativos no Brasil – dentre os quais a antiga refinaria RLAM da Petrobras e três linhas de metrô no Rio de Janeiro –, está de olho no colapso do império de commodities de Eike Batista e, agora, busca mais ativos problemáticos no país.
A Operação Lava Jato foi um momento importante para o Mubadala. O Fundo do príncipe herdeiro de Abu Dhabi entrou em ação para negociar a compra de uma rodovia pedagiada no estado de São Paulo, da Odebrecht, aproveitando a experiência em dívidas de empresas brasileiras e reestruturações societárias que adquiriu durante 11 transações de troca de dívida por ações com Eike.
E não para por aí: o foco nos ativos depreciados permanece. “Continuamos a nos concentrar na complexidade, ativos presos às antigas empresas da Lava Jato”, disse Fahlgren.
Brasil é um dos principais alvos de investimento do Fundo Soberano Mubadala
De acordo com o executivo, a empresa acaba de fechar seu primeiro fundo específico para o Brasil, de US$ 311 milhões, e atualmente capta recursos para um segundo fundo de maior porte.
No total, a Mubadala Capital tem US$ 16 bilhões sob gestão, e o Brasil é uma de suas quatro principais áreas de investimento, juntamente com private equity global, venture capital e um hedge fund.
O investimento mais recente da Mubadala foi a aquisição da refinaria RLAM, que pertencia à Petrobras, por US$ 1,8 bilhão. O ativo é uma aposta em um mercado de combustíveis competitivo que está na mira de consumidores e políticos antes das eleições presidenciais de 2022.
“A turbulência política faz parte do país e não vai parar”, disse. “Quando vemos deslocamentos temporários no mercado impulsionados por uma eleição, é uma oportunidade de investir no longo prazo por causa da concorrência reduzida.”
Mubadala mira reduzir a pegada de carbono da RLAM. Enquanto muitos investidores têm evitado completamente projetos de petróleo por questões ambientais, o fundo soberano vê oportunidade de cortar as emissões da infraestrutura existente ainda em operação nas próximas décadas.
Além de ativos do ex-bilionário Eike, Mubadala mira parques eólicos e solares na Bahia
A Mubadala também está de olho em parques eólicos e solares na Bahia para abastecer a refinaria com o máximo de energia renovável possível. Também busca aumentar a produção de biocombustíveis na instalação e expandir os dutos para eliminar o uso intensivo de carbono de caminhões-tanque para distribuição.
No total, a Mubadala estima mais de um US$ 1 bilhão em possíveis melhorias. “Podemos empregar nosso capital em um ativo poluente e torná-lo melhor”, disse Fahlgren.