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Protótipo da Yamaha usa inteligência artificial para se equilibrar sem ajuda do piloto, reconhecer o condutor e reagir antes a situações de risco. Modelo é apresentado no Japão como estudo sobre segurança e interação homem-máquina.
A Yamaha apresentou no Japão a nova geração do seu conceito de motocicleta autônoma, capaz de se equilibrar sem apoio do condutor e de antecipar situações de risco por meio de sistemas de inteligência artificial.
Batizado de MOTOROiD:Λ, o protótipo foi exibido no Japan Mobility Show 2025, em Tóquio, e representa a terceira fase de um projeto iniciado em 2017.
A fabricante descreve o modelo como um laboratório para pesquisa sobre interação entre humano e máquina e sobre controle de estabilidade automatizado.
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Terceira geração com foco em IA e equilíbrio ativo
O MOTOROiD surgiu há oito anos como um estudo de reconhecimento do piloto e resposta a gestos.
Em 2023, a Yamaha apresentou uma segunda atualização, e a nova versão :Λ aprofunda o uso de aprendizado por reforço em simulações virtuais para aprimorar as funções de equilíbrio e condução autônoma.
Segundo a empresa, o protótipo é capaz de se erguer e manter estabilidade mesmo sem o motociclista sobre ele, por meio do controle do centro de massa e de comunicação não verbal entre usuário e veículo.
Demonstração pública no Japan Mobility Show
Durante o evento realizado no centro de convenções Tokyo Big Sight, entre o fim de outubro e o início de novembro, a Yamaha apresentou o MOTOROiD:Λ ao público.
No espaço chamado “MOTOROiD:Λ Show”, a marca mostrou a evolução do projeto e seus sistemas de equilíbrio e autonomia.
A proposta, segundo a fabricante, é avaliar novos formatos de interação com a mobilidade, com respostas mais precisas às ações do condutor e maior segurança nas manobras de baixa velocidade.
Aplicações no uso cotidiano
Nos materiais oficiais, a Yamaha descreve situações em que a motocicleta poderia se deslocar e estacionar sozinha, após reconhecer o piloto por meio de sensores e câmeras.
Nesses cenários, o condutor poderia desmontar em frente a um destino enquanto a moto procura vaga e retorna quando chamada.
O sistema utiliza processadores e sensores que ajustam o equilíbrio automaticamente e compensam movimentos bruscos ou perda de estabilidade.
Segundo engenheiros da marca, essa função permitiria reduzir o risco de quedas em velocidades baixas.
Segurança viária e contexto brasileiro
Estudos do setor apontam que o aperfeiçoamento de sistemas de assistência à condução pode contribuir para reduzir acidentes com motos.
No Brasil, cerca de 13,5 mil motociclistas morreram em 2023, segundo dados do Ministério da Saúde.
Especialistas em segurança no trânsito afirmam que tecnologias de equilíbrio ativo, sensores de proximidade e resposta automatizada podem minimizar quedas e colisões, sobretudo em áreas urbanas.
Embora os conceitos apresentados por fabricantes como a Yamaha ainda estejam em fase experimental, analistas consideram que eles representam um avanço na busca por maior segurança viária.
Limites e desafios para aplicação comercial
De acordo com a Yamaha, o MOTOROiD:Λ continua em estágio conceitual e não há previsão de produção em série.
A empresa não informou se pretende adaptar o sistema de equilíbrio para motocicletas de rua.
Especialistas em tecnologia automotiva observam que a transição de protótipos para produtos de mercado depende da viabilidade econômica e da homologação dos sistemas em condições reais de tráfego.
Até o momento, não há comprovação independente do impacto direto dessa tecnologia em índices de mortalidade.
Linha de produtos e estratégia de eletrificação
Enquanto o conceito é exibido em feiras internacionais, a Yamaha concentra no Brasil sua estratégia comercial em modelos eletrificados.
Em 2025, a empresa lançou a Fluo ABS Hybrid Connected, identificada como a primeira scooter com sistema híbrido leve (MHEV) do país.
O modelo combina um motor a combustão de 125 cm³ (8,3 cv e 1 kgfm) a um assistente elétrico de 12 volts, denominado Power Assist, que oferece torque adicional em partidas, subidas e retomadas.
Segundo a fabricante, o sistema busca otimizar o consumo e suavizar a entrega de potência, especialmente com garupa ou carga.
Perspectivas para o consumidor brasileiro
No curto prazo, os avanços disponíveis ao público se concentram em itens de segurança e eficiência, como freios ABS, assistência elétrica leve e conectividade embarcada.
Especialistas avaliam que pesquisas como a do MOTOROiD devem influenciar gradualmente os futuros lançamentos, à medida que os custos diminuem e a confiabilidade dos sistemas aumenta.
Fabricantes também ampliam investimentos em controle de tração, monitoramento por câmeras e sensores de ponto cego, tecnologias consideradas etapas intermediárias rumo à condução parcialmente autônoma.
Promessas e cautelas no uso de motos autônomas
Afirmações sobre o “fim dos acidentes” são tratadas com cautela por especialistas em segurança viária.
Segundo eles, mesmo que motocicletas autobalanceadas possam reduzir quedas em baixa velocidade, fatores como infraestrutura precária, comportamento de risco e colisões com outros veículos continuam sendo as principais causas de mortes no trânsito.
Para que tecnologias de assistência tenham impacto comprovado, seriam necessários testes em larga escala e integração com políticas públicas de segurança e fiscalização.
O que observar nos próximos anos
Nos próximos ciclos de eventos e lançamentos, analistas do setor esperam acompanhar como a Yamaha e outras fabricantes transformarão pesquisas como a do MOTOROiD em sistemas aplicáveis a motos comerciais.
Também deve ganhar espaço o debate sobre regulamentação de veículos com funções autônomas e sobre o custo de sensores e processadores de equilíbrio.
A consolidação de tecnologias seguras, segundo especialistas, dependerá tanto da inovação das montadoras quanto da evolução das normas de circulação e inspeção.
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