Fernando de Noronha utilizará usina solar e sistema de armazenamento de energia para recarregar carros elétricos

Fernando de Noronha está investindo em uma usina solar e um sistema de armazenamento de energia com foco nas estações para abastecimento de carros elétricos.

Fernando de Noronha, no litoral nordeste do Brasil, reconhecido pela Unesco como Patrimônio Natural da Humanidade, está se tornando um centro de pesquisas sobre carros elétricos. A primeira iniciativa nesse setor surgiu por parte do governo de Pernambuco, estado onde o arquipélago está situado, ao desenvolver o Projeto Noronha Carbono Zero, lá em 2013. Entre outras coisas, o objetivo é que veículos convencionais não circulem na ilha a partir de 2030 e os carros elétricos sejam abastecidos por uma usina solar e sistema de armazenamento de energia.

Carros elétricos presentes Fernando de Noronha eram abastecidos com ‘energia poluente’

Apenas em 2019 chegaram os primeiros carros elétricos que, embora não emitam nenhum tipo de poluente, eram carregados com energia suja, produzida por geradores a diesel, que sempre foram os fornecedores de energia de Fernando de Noronha.

Entretanto, agora a iniciativa do governo de Pernambuco ganhou um novo impulso com o desenvolvimento de um programa que prevê, entre outras coisas, a instalação de usinas solares e sistemas de armazenamento de energia que irão gerar eletricidade para os carros elétricos e para a população da ilha. 

O plano contempla duas usinas de energia solar de 100 kWp sendo que a primeira está prevista para entrar em operação ainda neste mês de junho.

De acordo com a companhia de energia de Pernambuco, a Neoenergia, como a capacidade da nova usina é cerca de três vezes maior do que a demanda inicial do projeto, o excedente será injetado na rede de distribuição, podendo ser utilizado pelos consumidores em outras atividades.

Eletropostos serão instalados em Fernando de Noronha

Atualmente, existem cerca de 70 carros elétricos rodando em Fernando de Noronha, incluindo 18 recém-chegados. Para facilitar a recarga das baterias dos veículos, o projeto Trilha Verde visa instalar 12 eletropostos na ilha principal, sendo 8 com potência de 22 kW e quatro com potência de 7,4 kW.

Dois deles podem receber a energia não utilizada pelos veículos para alimentar a rede. Para permitir o uso de energia renovável mesmo no momento em que não houver geração solar suficiente, será instalado um sistema de armazenamento de energia com potência de 100 kW/200 kWh.

Atualmente, dois módulos de baterias estão em fase de teste e devem entrar em operação ainda neste ano.

Diversas empresas atuam no projeto de mobilidade urbana

O projeto Trilha Verde reúne empresas e entidades como Neoenergia, WEG, Renault, Iati, Incharge, eiOn, CPCD e Universidade Federal de Pernambuco. Mobilidade sempre foi um tema um tanto desafiador em Fernando de Noronha, tendo em vista que o arquipélago fica a 545 km do continente e tudo que chega lá deve ir de barco ou avião. Sua ilha principal, com 17 km², tem apenas uma rodovia, a BR-363, que é a menor do Nordeste, com 7,5 km de extensão.

No local há apenas um posto de combustível, que não vende etanol, só gasolina e diesel, onde o litro da gasolina custa R$ 9,79. Existem aproximadamente 1 mil veículos contando com carros, motos e veículos comerciais em circulação, e a regra diz que para entrar um novo carro em Fernando de Noronha, um velho tem que sair. Pelo Projeto de Noronha Carbono Zero, a partir de 2023 só poderão entrar carros elétricos.

Grande parte dos veículos são utilizados em atividades profissionais, da administração do distrito, dos trabalhadores do turismo e das companhias públicas. A população, cerca de 3 mil pessoas, anda a pé, de carona ou bicicleta.

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